Bion indica que os processos inconscientes dos grupos são condensados em três hipóteses básicas. Devido à época de sua estruturação teórica, onde os movimentos autocráticos ganhavam força política, essas hipóteses refletiam o contexto histórico. Entretanto, deslocando a teoria de Bion, baseadas em grupos terapêuticos, entende -se que atualmente sua argumentação não é toda invalidada pela prova do tempo, visto que a visão psicanalítica de edificação de um grupo continua sendo por laços libidinais. Isso significa que a luta-fuga, o acasalamento e a dependência ainda são pressupostos largamente verificáveis, mesmo em organizações privadas. A crítica de suas suposições, por autores contemporâneos, se centra na limitação de seus conceitos e no estreitamento de aplicação, sendo verificável somente em situações aonde a situação grupal se entenda como um modelo terapêutico e não em uma situação de grupo operativo. No entanto, vale realçar que por de trás da tarefa, ainda como sinaliza Bion, os processos inconscientes se estabelecem. No que tange a Pichon-Rivière, os grupos operativos constituem-se por pessoas em busca de um objetivo em comum, centrados numa tarefa e que buscam pensamentos para resolução das próprias dificuldades manifestadas neste grupo. Os grupos operativos pressupõem técnicas de tarefas explícitas das quais estão centradas na aprendizagem, diagnóstico ou tratamento. Já a técnica de tarefa implícita está centrada no modo integrativo vivencial do grupo, enquanto o enquadre, cujos elementos são fixos, centra-se no tempo, duração, frequência, função do coordenador e do observador. Ambos processos, se fazem presentes quando pensamos em uma lógica coletiva, com alguns elementos históricos da noção dos dispositivos grupais, esquemas de massa e identificação entre os sujeitos, oferecendo leituras ambivalentes das experiências individuais ou em grupo, mas sendo eles, os processos, importantes formas de intervenções no campo da saúde, ética e política, segundo nosso entendimento.