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Teoria e prática na prevenção de infecção do sítio cirúrgico (ISC) -…
Teoria e prática na prevenção de infecção do sítio cirúrgico (ISC)
Definição
As ISC são complicações de uma cirurgia, comprometendo a incisão, tecidos, órgãos ou cavidades manipuladas, podendo ser diagnosticadas entre 30 dias após a realização do procedimento até três meses, dependendo do procedimento e da presença ou não de prótese.
Classificação
ISC Incisional Profunda
Ocorrência
Primeiros 30 dias do PO ou até um ano (em casos de prótese).
Sinais e Sintomas
Drenagem purulenta da incisão profunda
Deiscência parcial ou total da parede abdominal
temperatura axilar ≥ 37,8ºC
Dor ou aumento da sensibilidade local.
Acomete
Fáscia e Músculo
ISC órgão/espaço
Acomete
Sítios inferiores a camada muscular.
Ocorrência
Primeiros 30 dias do PO ou até um ano (em casos de prótese). Envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia.
Sinais e Sintomas
Presença de abscesso
Cultura positiva de secreção ou tecido do órgão/cavidade obtido assepticamente
ISC Incisional Superficial
Acomete
Pele e Tecido celular subcutâneo
Ocorrência
Primeiros 30 dias do PO
Drenagem purulenta da incisão superficial
Cultura positiva de secreção ou tecido da incisão superficial (Exceto swab)
Sinais e Sintomas
Dor
Aumento da sensibilidade
Edema local
Hiperemia ou calor
Classificação para as feridas cirúrgicas considerando seu potencial de contaminação .
Potencial de contaminação da cirurgia
Potencialmente contaminada
Cirurgia geniturinária: quando não há cultura de urina positiva.
Cirurgia biliar quando não há infecção de vias biliares.
Situações controladas e sem contaminação não usual.
Há abordagem dos tratos digestivo, respiratório, geniturinário e orofaringe.
Cirurgias de apêndice, vagina e orofaringe quando não há evidência de infecção ou quebra de técnica.
Contaminada
Contaminação grosseira durante cirurgia de trato digestivo, manipulação de via biliar ou geniturinária na presença de bile ou urina infectadas.
Quebras maiores de técnica.
Feridas traumáticas recentes (com <4 horas), abertas.
É encontrada durante a cirurgia a presença de inflamação aguda não purulenta.
Limpa
Primariamente fechadas ou drenagem fechada, se necessária.
Não há quebra de técnica.
Não há abordagem de vísceras ocas (tratos respiratório, geniturinário, digestivo ou orofaringe).
Trauma não penetrante
Sítios cirúrgicos onde não é encontrada inflamação.
Operações eletivas, feridas não infectadas.
Infectada
Feridas traumáticas antigas com tecido desvitalizado, corpos estranhos ou contaminação fecal.
Trauma penetrante há mais de 4 horas.
Vísceras perfuradas ou secreção purulenta encontradas durante a cirurgia.
Prevenção da ISC
Preparo da pele do paciente
Utilizar solução antisséptica (Ex.: Clorexidina).
O agente antisséptico deve ser aplicado do centro para a periferia no local da IC
Banho pré-operatório com solução antisséptica na noite anterior à cirurgia.
Controle glicêmico nos pacientes diabéticos.
Incentivar a suspensão do tabagismo.
Realizar a limpeza profunda com detergente no sítio da incisão antes da aplicação do antisséptico.
Realizar a aplicação dos antissépticos sobre a pele em ampla região (Possível ampliação da incisão cirúrgica ou utilização de drenos).
Reduzir a internação pré-operatória ao mínimo possível.
Preparo da pele da Equipe Cirúrgica
Remoção dos adornos antes de iniciar a degermação ou antissepsia das mãos.
Lavar as mãos com água e sabão antes da degermação cirúrgica.
Manter unhas curtas para facilitar a limpeza
A degermação cirúrgica das mãos deve incluir os antebraços (até o cotovelo) com solução antisséptica, com duração de 5 minutos na primeira degermação e 2 minutos nas demais.
A antissepsia cirúrgica das mãos pode ser realizada com formulação alcoólica adequada. As mãos devem estar secas.
Manter as mãos elevadas e afastadas do corpo, de maneira que a água escorra das mãos para o cotovelo. Secar as mãos com toalhas estéreis e colocar aventais e luvas estéreis.
Não deve ser realizada a antissepsia cirúrgica das mãos com água e sabão antisséptico e depois, sequencialmente, a antissepsia cirúrgica com produto alcoólico.
Após a aplicação do produto alcoólico, aguardar que as mãos e os antebraços estejam secos antes da colocação das luvas.
Tricotomia
Realização de tricotomia somente se necessária e imediatamente antes do ato cirúrgico com tricotomizador.
Não usar lâminas de barbear ou lâminas de bisturi.
Profilaxia Antimicrobiana Adequada.
Administrar o antibiótico somente quando indicado e no momento adequado.
Infundir completamente o antibiótico em até uma hora antes da incisão ou do garrote pneumático (Exceto: fluoroquinolonas e vancomicina 2 hr antes).
Suspender a prescrição do antibiótico em 24 horas de PO (48 horas para cirurgias cardíacas).
Administrar a profilaxia antimicrobiana em parto cesáreo em até uma hora antes do início da incisão.
Cuidados com Ambiente e Estrutura
Manter a porta da sala fechada.
Limitar o número de pessoas na sala cirúrgica.
Esterilização de todo o instrumental cirúrgico.
Limpeza e desinfecção concorrente entre procedimentos, valorizando as superfícies mais tocadas e a limpeza de equipamentos.
Rigor na manutenção da barreira no ato cirúrgico.
Higienizar as mãos antes do contato com o paciente, antes de procedimentos limpos, após risco de exposição, após contato com o paciente e após contato com as superfícies próximas ao paciente.
Higienizar as mãos antes e após manuseio de feridas.
Utilizar técnica asséptica para a execução do curativo.
Utilizar luvas estéreis e produtos estéreis no contato com as feridas.
Ventilação
Manter a ventilação na sala cirúrgica com pressão positiva em relação ao corredor e áreas adjacentes.
Manter um mínimo de 15 trocas de ar/hora, das quais pelo menos três devem ser de ar fresco (não recirculado).
Filtrar todo o ar (recirculado e fresco) através de filtros apropriados.
Não utilizar radiação UV na sala de cirurgia para prevenção de ISC
Limpeza e desinfecção de superfícies
Usar desinfetante hospitalar em equipamentos e superfícies com sujidades visíveis após a cirurgia.
Não realizar limpeza especial nem inativação temporária de salas cirúrgicas após cirurgias contaminadas ou infectadas.
Não utilizar tapetes porosos na entrada de salas cirúrgicas.
Realizar limpeza úmida no chão, após a última cirurgia do dia, com desinfetante apropriado.
Normotermia
Manutenção da temperatura corporal (35.5 ºC ou mais) durante o período perioperatório
Oxigenação
Otimizar a oxigenação dos tecidos com oxigênio suplementar durante e imediatamente após a ventilação mecânica.
Vestuários e campos cirúrgicos.
Usar máscara cirúrgica adequada em todo o momento da cirurgia
Usar touca adequada
Usar luvas estéreis após antissepsia de mãos e antebraços, calcar luvas após vestir o capote
estéril.
Usar capotes e campos cirúrgicos estéreis adequados.
Trocar vestimentas e uniformes que estiverem visivelmente sujos.
Restringir o uso de paramentação cirúrgica ao centro cirúrgico.
Assepsia e técnica cirúrgica
Respeitar os princípios de assepsia (dispositivos intravenosos ou administração de medicamentos IV).
Montar equipamentos e abrir soluções estéreis imediatamente antes da utilização.
Em caso de ISC fortemente contaminado: Utilizar fechamento primário retardado ou cicatrização por segunda intenção
Cuidados pós-operatórios da incisão
Proteger as feridas fechadas com curativo estéril por 24-48h da cirurgia ou enquanto apresentar drenagem.
Quando necessário a troca de curativo, utilizar técnica asséptica.
Orientar o paciente e sua família quanto aos adequados cuidados com a ferida cirúrgica, os sintomas da ISC, bem como a necessidade de comunicar sobre estes.
Fatores de Riscos para ISC
Relacionados ao paciente
Idade
Obesidade
Desnutrição
Estadia pré-operatória prolongada
Infecção à distância
Neoplasia
Controle Glicêmico Inapropriado (Modificável)
Imunossupressão
Classificação ASA
Comorbidades
Interrupção do tabagismo
Relacionados ao Procedimento
Degermação cirúrgica das mãos
Potencial de contaminação da ferida
Duração da cirurgia
Cirurgia de urgência
Remoção dos pelos (Modificável)
Preparo inadequado da pele do paciente (Modificável)
Profilaxia cirúrgica inadequada (Modificável)
Contaminação intraoperatória (Modificável)
Cirurgia prévia
Hemostasia deficiente
Cirurgia colorretal - Preparo inadequado do cólon (Modificável)
Excesso de pessoas na sala (Modificável)
Ausência ou inadequação do protocolo de curativos (Modificável)
Oxigenação (Modificável)
Microrganismo
Colonização prévia (Modificável)
Virulência
Aderência
inóculo