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Semana 9, Torção ovariana, Referências: UpToDate SABISTON.…
Semana 9
Hérnia
Definição:
Uma protrusão, protuberância ou projeção de um órgão ou parte de um órgão através da parede do corpo que normalmente o contém
Epidemiologia
Hérnia inguinal é o mais comum de todas as operações de hérnia da parede abdominal
Fatores de risco
Sexo masculino (aumenta o risco em 8 a 10 vezes)
Idade (pico de incidência entre 0 a 5 e 75 a 80 anos de idade)
História familiar de hérnia inguinal em parentes de primeiro grau
Metabolismo do colágeno prejudicado
História de prostatectomia, especialmente aberta (aumenta o risco em quatro vezes)
Baixo peso corporal (ou seja, a obesidade é protetora do desenvolvimento de hérnia inguinal)
Patogênese
Podem ser classificadas por etiologia (congênita versus adquirida)
Hérnia congênita
Resultado de desenvolvimento anormal
Hérnia adquirida
Devido a alterações de tecidos normalmente desenvolvidos que levam ao enfraquecimento ou ruptura
Classificação
De acordo com a localização anatômica do defeito da parede abdominal
Hérnia inguinal indireta
Se projetam no anel inguinal interno, que é o local onde o cordão espermático nos homens e o ligamento redondo nas mulheres saem do abdome
Hérnia inguinal direta
Projetam-se medialmente aos vasos epigástricos inferiores dentro do triângulo de Hesselbach, que é formado pelo ligamento inguinal (ligamento de Poupart) inferiormente, pelos vasos epigástricos inferiores lateralmente e pelo músculo reto abdominal medialmente.
Hérnia femoral
Estão localizadas inferiormente ao ligamento inguinal e se projetam através do anel femoral, que é medial à veia femoral e lateral ao ligamento lacunar.
Complicações
Encarceramento
Refere-se ao aprisionamento do conteúdo da hérnia dentro do saco herniário, de modo que não seja possível reduzi-lo de volta ao abdome ou à pelve=obstrução intestinal.
A redução do fluxo venoso e linfático leva ao inchaço do tecido encarcerado, que pode ser intestino (pequeno, grande, apêndice), omento, bexiga ou ovário, ou outras estruturas.
Edema se acumula=
Fluxo venoso e arterial para o conteúdo do saco herniário pode ficar comprometido= isquemia e necrose do conteúdo da hérnia, o que é conhecido como estrangulamento.
Imagem 1=Encarceramento
Imagem2= Estrangulamento
O estrangulamento é a evolução do encarceramento não tratado, o intestino entra no orifício da hérnia e fica preso na abertura que permitiu sua passagem, ocorrendo uma redução do fluxo sanguíneo, necrose e risco de perfuração do intestino
Fatores de risco
Sexo feminino
Hérnia femoral
Hospitalização relacionada à hérnia no ano anterior
Uma hérnia encarcerada pode bloquear (obstruir) o intestino
Má rotação intestinal
Definição
Ocorre quando a rotação normal do intestino embrionário é interrompida ou perturbada durante o desenvolvimento no utero.
Patogênese
Resultado da parada da rotação normal do intestino embrionário
=Duas variações anatômicas se desenvolvem (bandas de Ladd)
Uma base mesentérica estreita
Fixação mesentérica na má rotação. A maioria das anomalias de rotação resulta em uma base mesentérica anormalmente estreita (demonstrada pela linha vermelha). A suspensão do intestino médio neste pedículo vascular estreito aumenta o risco de vólvulo.
Clínica
Alguns adultos são assintomáticos
Apresentação clínica crônica
Ocorrem durante o período pós-prandial
A dor abdominal intermitente é o sintoma mais comum
Vômitos intermitentes (biliosos ou não biliosos)
Falha no crescimento/perda de peso devido à ingestão oral inadequada
Intolerância alimentar
Má absorção
Diarreia crônica
Pancreatite
Peritonite
Distúrbios de motilidade
Ascite quilosa
Apresentação clínica aguda
Apresentam
volvo
agudo do intestino médio
Dor abdominal intensa
Nausea e vomito
Hematêmese ou hematoquezia
Instabilidade hemodinâmica
O exame físico
Distensão do abdome
Sensibilidade difusa com ou sem sinais de peritonite
Hematêmese e hematoquezia são sinais preocupantes, pois sugerem isquemia intestinal e possível necrose
Diagnóstico
Características clínicas
Exames de imagem
TC abdominal
Ultrassonografia abdominal
Enema de bário
Mostrar obstrução completa do cólon transverso
Tratamento
Depende de sua apresentação
Má rotação intestinal com volvo agudo
Laparotomia de emergência com distorção do volvo para evitar isquemia ou necrose do intestino médio
Em pacientes com volvo do intestino médio diagnosticado ou fortemente suspeito, a preparação pré-operatória inclui:
Reanimação volêmica
Descompressão nasogástrica
Antibióticos de amplo espectro
Quando o volvo está presente:
O intestino é destorcido no sentido anti- horário e qualquer segmento inequivocamente necrótico é ressecado
Apendicite aguda
Conceito
É a causa mais comum de abdome agudo não traumático.
Nos extremos da faixa etária (< 4 anos e > 80 anos).
Obstrução do lumen apendicular.
Fecalito;
Hiperplasia linfóide;
Parasitos;
Outros corpos estranhos;
Acúmulo de secreção no interior do apêndice.
Aumento da pressão intra-apendicular;
Isquemia da parede do apêndice (com risco de perfuração);
Hiperproliferação bacteriana local;
Quadro Clínico
Dor em região periumbilical no início do quadro.
Migração da dor para
o quadrante inferior direito (QID) do abdome dentro das primeiras 24 horas.
Vômitos.
Febre.
Pode se tornar presente os
sinais de peritonite:
Dor no quadrante inferior direito à palpação do
quadrante inferior esquerdo.
Sinal de Rovsing positivo.
Dor no QID à
flexão e rotação interna do quadril direito.
Sinal do obturador.
Dor no QID à
extensão do quadril direito.
Sinal do ileopsoas
Dor à descompressão
abdominal na região do ponto de Mc Burney
Sinal de Blumberg.
Diagnóstico
Diagnóstico é clínico.
Deve ser considerado em toda criança com história de dor abdominal associada à dor à
palpação em QID ao exame físico.
Exames laboratoriais
Leucograma.
Proteína C reativa.
Escore Pediátrico de Apendicite
Avaliando a gravidade.
Além desse, temos também:
Low-Risk Appendicitis Score e o escore de Alvarado.
Exames de imagem.
Ultrassonografia.
Método acessível, não invasivo e de baixo custo.
Tomografia
computadorizada.
Método muito utilizado quando não são encontrados achados sugestivos de apendicite à USG e os sinais e sintomas persistem.
Tratamento
Importante avaliar a
integridade do apêndice cecal.
Apendicite inicial.
Apendicectomia.
Que previne o quadro de perfuração e é
curativa.
Apendicite complicada.
Apendicectomia de urgência.
Atua, prevenindo a sepse e choque séptico, permite a irrigação da cavidade
abdominal e a aspiração do material purulento.
Reposição volêmica, com
correção de possíveis distúrbios hidroeletrolíticos.
Instalação de
sonda nasogástrica deve ser considerada nas crianças com vômitos persistentes.
Trauma Abdominal pediatrico
A avaliação do abdome é um desafio para a análise inicial do paciente politraumatizado. Durante o exame primário, inclui‐se um rápido reconhecimento da possibilidade de hemorragia na cavidade abdominal, seja por trauma penetrante ou fechado.
Trauma abdominal fechado
Geralmente, acontece por compressão ou desaceleração. As lesões causadas por compressão ocorrem contra um anteparo fixo, por exemplo, pneu sobre o abdome ou cinto de segurança, o que pode ocasionar lesão por aumento de pressão intralumnal em uma víscera oca ou hematomas de órgãos sólidos e Violencia domestica .
Exame fisico
avaliação de possíveis lesões, sangramentos e tônus muscular. Os sinais de Cullen e Grey‐Turner, equimose periumbilical e equimose de flancos, respectivamente, indicam sangramento retroperitoneal.
Diagnostico
Exames laboratoriais
Podem variar de uma instituição para outra, mas, na maioria das vezes, são desnecessários e devem limitar‐se a poucos testes na fase inicial.
Radiografia
A radiografia de tórax costuma ser o primeiro exame solicitado, e é importante método para avaliação de traumas torácicos e abdominais.
FAST
É um exame rápido, não invasivo e sensível para visualização de líquido livre na cavidade abdominal e no saco pericárdico, podendo ser realizado na reanimação inicial, e de maneira seriada, pela própria equipe de atendimento (cirurgião), sem a necessidade de um radiologista.
Tomografia computadorizada
Vem sendo utilizada na avaliação de pacientes hemodinami camente estáveis, principalmente para diagnóstico de lesões retroperitoneais, hemoperitônio e lesões de órgãos sólidos.
Manejo Geral:
O manejo pré-hospitalar em pacientes com trauma abdominal corresponde ao reconhecimento da possível presença de lesão e o transporte rápido e adequado para a instituição mais próxima com capacidade de atendimento do paciente. Nesse sentido, as alterações das funções vitais identificadas na avaliação primária são abordadas durante o transporte.
Administra-se oxigênio suplementar para manter a saturação em 94% ou mais e a hemorragia externa é controlada com pressão direta ou curativo compressivo.
Manejo de Lesões Específicas:
Empalamento de objetos: Deve-se expor a lesão à procura de algum corpo estranho, sem remover os objetos, e estabilizar esse com curativo, sem quebrar ou deslocar, a fim de evitar oscilação no transporte. Além disso, nessas situações o abdome não deve ser palpado e nem percutido para evitar lesões adicionais.
Evisceração: Nesses casos, uma parte do intestino ou de outro órgão abdominal é deslocada através de um ferimento aberto e faz protrusão para fora da cavidade abdominal, sendo que o Omento é o tecido mais comumente eviscerado. Nessas situações, a víscera deve ser mantida na superfície ou em protrusão conforme foi encontrada e os esforços terapêuticos devem estar voltados para proteção desse segmento exposto. Nesse sentido, o conteúdo abdominal eviscerado deve ser coberto com compressas limpas ou estéreis, umedecidas em solução salina como soro fisiológico.
Epidemiologia
O trauma abdominal e torácico é a quarta causa mais comum em crianças no pronto socorro , geralmente do sexo masculino de 5 a 12 anos de idade
Estenose estenose hipertrófica do piloro infantil
Definição-
Um distúrbio de lactentes jovens causado por hipertrofia do piloro, que pode progredir para obstrução quase completa da saída gástrica, levando a vômitos forçados.
Epidemiologia
Ocorre em aproximadamente 2 a 3,5 por 1.000 nascidos vivos, essas taxas podem variar conforme a região
É mais comum em homens do que mulheres (4:1 a 6:1) e em recém-nascidos prematuros em comparação com os nascidos a termo
30 a 40 por cento dos casos ocorrem em primogênitos
Os sintomas geralmente começam entre três e cinco semanas de idade e muito raramente ocorrem após as 12 semanas de idade
Etiologia
Acredita-se que hiperacidez resultante de uma distensão antral com alimentação e hipertrofia do piloro decorrente de contrações repetidas sejam a causa
A inervação neural deficiente do
músculo pilórico exerça alguma influência
Postula-se a ausência de células marca-passo
intestinais de Cajal seja outro mecanismo que cause a estenose pilórica
A deficiência de óxido nítrico sintase também é implicada como uma causa bioquímica, mediante a diminuição do relaxamento do músculo liso
Fisiopatologia
O esfíncter pilórico é formado por uma camada muscular circular espessada da muscular própria e consiste de anéis de músculo liso mantidos em um contínuo estado de contração
Esse estado contrátil determina uma zona de alta pressão que separa dois compartimentos especializados do tubo digestivo
A evolução progressiva da hipertrofia da musculatura pilórica, causa estreitamento e alongamento persistentes do canal pilórico
Possíveis alterações da camada mucosa e submucosa poderiam ser um dos eventos iniciantes do desenvolvimento da EHP em crianças predispostas
Vômito prolongados e diminuição da alimentação oral levam na desidratação e perda de eletrólitos que culminam em alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica.
Hipovolemia ocasiona aumento na aldosterona e a subsequente absorção renal de sódio e
água. levando a uma perda considerável de íons de hidrogênio
O quadro de alcalose se agrava devido a absorção renal de íons bicarbonato
Manifestação clínica
Vômitos intermitentes, não biliosos, que podem ser em jato, após a alimentação
Regurgitação
Constipação intestinal
Distensão epigástrica
Palpação de "tumor pilórico" ( em formato de azeitona) em hipocôndrio direito
Peristaltismo visível no epigastrio ou acima da cicatriz umbilical (ondas de Kussmaul)
Pode haver baixo índice de ganho de peso e depleção de volume
Icterícia devido a hiperbilirrubinemia não conjugada
Fatores de risco
Sexo masculino
Primogênito
História familiar
Prematuridade
Grau mais elevado de prematuridade
está associado à idade cronológica mais avançada na apresentação
Exposição precoce a eritromicina
Espacialmente nas duas primeiras semanas de vida
Exposição materna a macrolídeos - Dado ainda não consistente
Diagnóstico
Anamnese e exame físico
O vômito no IHPS é tipicamente forte, não bilioso e tende a ocorrer imediatamente após a alimentação. A força e o tempo podem ajudar a distinguir o IHPS do refluxo gastroesofágico fisiológico, no qual a maioria dos episódios de vômito não é forte e pode ocorrer 10 minutos ou mais após a refeição. Uma história de vômito bilioso não exclui IHPS
Idade comum de 3 a 6 semanas - geralmente diagnosticado em bebês a termo. Em prematuros os sintomas podem ser atípicos
Membranas e mucosas ressecadas
Fontanelas deprimidas ou planas
Irritabilidade
Exames de imagem
Ultrassonografia do abdome
Pode delinear a hipertrofia pilórica. Permite evidenciar o canal pilórico longo ou estreito (sinal do cordão). Consideram resultados positivos quando se tem espessura do musculo pilórico > 4mm, comprimento do canal pilórico > 17mm. O exame tem alta sensibilidade
Raio X simples do abdome
Feito em posição ortostática, pode mostrar dilatação do estômago (líquido ou ar) e ausência relativa de ar no intestino
Exames laboratoriais
Perfil bioquímico
Deve ser solicitado em todas os casos suspeitos. Nos casos graves se tem alcalose hipoclorêmica e hipocalemia leve. Em fase tardia os níveis de potássio e bicabornato estarão baixos também.
Diagnóstico diferencial
Refluxo gastroesofágico
Pode ocorrer vômito similar, mas essa condição não é obrigatória, geralmente em menor volume
Superalimentação
As crianças não apresentarão dificuldades para ganhar peso.
Má rotação
vômito bilioso
Diarreia infecciosa aguda
Raramente se observa diarreia em estenose pilórica
Alergia alimentar
Diarreia pode conter sangue devido a colite alérgica
Rede antral
Sintomas em longo período de tempo
Atresia duodenal
Vômito bilioso em 85% dos pacientes
Atresia jejunoileal
Vômito bilioso
Atresia pilórica
Em casos raros pode ser observada como epidermólise bolhosa associada a síndrome de atresia pilórica
Ulcera do canal pilórico
Piloroespasmo
Tratamento
Cirúrgico definitivo -
Piloromiotomia
Separação longitudinal extramucosa do músculo pilórico. O acesso ao piloro é feito por incisão abdominal oblíqua direita, de 2 cm a 3 cm de extensão, sem secção dos músculos abdominais, deixa a mucosa intacta e separa as fibras musculares incisadas.
No prazo de um dia de pós-operatório, a criança geralmente tolera bem a alimentação
A via videolaparoscopia não apresenta qualquer vantagem, tem maior tempo de duração e maior risco de piloromiotomia incompleta (6% dos casos), fato que obriga o cirurgião a realizar nova intervenção operatória.
Reidratação e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos
Outros tratamentos
Atropina e dilatação com balão endoscópico
Deve ser considerado e realizado em centros especializados e em necessidades especiais como: doença intratável que contraindique a cirurgia.
Faixa etária atingida: < 2 anos
Definição
Abdome agudo é um grande quadro clínico abdominal variável que pode ser dividido em síndromes, sendo cada uma delas caracterizada por diferentes formas de instalação e progressão a depender da sua etiologia
As causas mais comuns de abdome
agudo são infecção, isquemia, obstrução ou perfuração
Jovens
Apendicite Aguda
Idoso
Doença biliar, Obstrução intestinal, Infarto intestinal, Diverticulite
Abdome Agudo Obstrutivo
Síndrome caracterizada por sinais e sintomas de obstrução em TGI, como náuseas, vômitos, distensão abdominal, parada de eliminação de flatos e fezes. Tem caráter evolutivo e a dor costuma ser em cólica, geralmente periumbilical. Pode apresentar causa mecânica, por obliteração parcial ou total do lúmen, ou funcional.
Etiologias comuns: corpo estranho, bridas, hérnias, neoplasias, bolo de áscaris.
Abdome Agudo Inflamátorio
Suas principais etiologias são: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite.
É causada por processo inflamatório e/ou infeccioso em cavidade abdominal, órgãos ou estruturas adjacentes. Costuma cursar com manifestações de peritonite e alterações de ritmo
intestinal. Caracteriza-se por dor de início insidioso e intensidade progressiva. Pode ser causado por um processo agudo ou pela agudização de uma doença crônica
Abdome Agudo perfurativo
Terceira causa mais comum de abdome agudo gerando alta frequência de emergências abdominais não traumáticas. Caracteriza-se por dor de início súbito e intenso, difusa em todo abdome, agravada com movimentação e
irritação peritoneal por derrame de conteúdo de vísceras ocas no peritônio.
Etiologias comuns: úlcera gastroduodenal, diverticulite, corpos estranhos e neoplasia
Abdome Agudo Vascular
Caracterizado por dor abdominal intensa de origem vascular, sendo uma urgência não-traumática grave por redução súbita do fluxo sanguíneo intestinal. Quando o quadro é mais arrastado, a intensidade pode se apresentar diminuída pela circulação colateral. A dor é difusa e mal definida. apresentando
desproporção entre a dor e
o exame físico
Etiologias comuns: embolia e trombose mesentérica com isquemia intestinal, redução do débito cardíaco, gastroenterites
Abdome Agudo Hemorrágico
Causado pela presença de sangue em cavidade abdominal. São mais raros e geralmente acometem faixas etárias mais avançadas. Dor intensa, com rigidez e sinais de hipovolemia, tais como hipotensão, taquicardia, palidez e sudorese. Como há sangramento, a depender do volume e a velocidade de instalação do quadro, pode haver prejuízo neurológico e a intervenção deve ser rápida
Etiologias comuns: gravidez ectópica rota, ruptura de aneurisma de aorta, rotura de baço
Divertículo de
Meckel
Conceito
Malformação congênita ocorrida entre a 5ª e a 7ª semana de gestação.
Epidemiologia
Mesma incidência em :female_sign: e :male_sign:
Regra dos dois: 2% da população, sendo 2% com sintomas tem
menos que 2 anos de idade
Fisiopatologia
Localização: margem antimesenterica do íleo terminal (40-100cm da valvula íleocecal), comprimento de de 5 a 10cm e largura de até 2cm
É causado pela involução incompleta do ducto onfalomesentérico, presente no íleo terminal -> Propicia desenvolvimento de mucosa gástrica ou tecido pancreático em local indevido (ectópico) em 1/4 daqueles com divertículo de Meckel;
A mucosa ectópica presente no divertículo tende a ulcerar e sangrar.
É um divertículo verdadeiro com Mucosa, Submucosa e Muscular Própria.
Apresentação
Clínica
Sangramento indolor
(Melena ou Hematoquezia)
Mas pode cursar com sinais clássicos
de Abdome Agudo (dor, vômitos, obstrução intestinal...)
Maioria é assintomática
Diagnóstico
Clínico
Exame físico geral -> o sinal +comum é o Sangramento indolor causado por mucosa gástrica ectópica
Se ocorrem as Complicações do quadro é difícil diferenciar de apendicite
Ex Imagem
Cintilografia
com Tecnécio
(75-85% sensibilidade), depende da presença de mucosa gástrica - geralmente consegue confirmar o diagnóstico.
Obs: sempre pesar o custo benefício da exposição da criança à radiação desnecessária
USG
Abdominal
1º exame realizado - sem riscos / operador dependente.
Imagem cistica QID do abdome, apresentando o sinal da “assinatura” intestinal (gut signature) uma camada hiperecoica interna -> submucosa e camada externa hipoecoica -> muscular), c/ ou s/ peristaltismo, identifica sinais de inflamação.
O Doppler pode ser usado para identificar o vaso nutridor.
TC também pode ser utilizada
Em adultos se faz Colonoscopia
Laboratorial
Pode ser
Inespecífico
Hb baixa, plaquetas altas, sem leucocitose...
Tratamento
Ressecção Cirúrgica do local afetado
Ótimo Prognóstico
Se complicações -> estabilização do quadro respiratório, circulatório, analgesia e intervenção cirúrgica
Complicações
Mais frequentes nos :male_sign:
Sangramento, Intussuscepção intestinal, perfuração e obstrução
Intussuscepção
Definição
Invaginação de uma porção do intestino (o intussuscepto) no lúmen do intestino imediatamente adjacente a ele (o intussuscipiente).
Epidemiologia
Os meninos são mais afetados que as meninas.
Até 75% dos casos ocorrem em crianças com menos de 12 meses de idade.
Incidência média de 74 por 100.000 entre crianças < 1 ano de idade com pico aos 5-7 meses de idade.
É uma condição rara em crianças mais velhas e adultos, quando presente tem um ponto inicial patológico.
Etiologia
Pontos iniciais patológicos como as anormalidades anatômicas
Pólipos, tumores malignos (linfoma), lesões em massa benigna (lipoma, divertículo de Meckel, púrpura de Henoch-Schönlein e cistos de duplicação entérica).
Relação com a vacina de rotavírus
Idiopática
Provavelmente está relacionada a hiperplasia das placas de Peyer e do tecido linfoide intestinal, proveniente de uma infecção viral prévia.
Fisiopatologia
Invaginação do intestino e mesentério resultando na obstrução do retorno venoso gerando edema, sangramento da mucosa e aumento da pressão.
Caso o fluxo arterial seja comprometido pode haver isquemia, necrose e perfuração.
A localização mais comum é a ileocolônica (íleo terminal invagina para dentro do cólon proximal), seguida por íleo-ileal e colocolônica.
Diagnóstico
Exame físico
Avaliar estabilidade hemodinâmica
Choque hipovolêmico sugestivo de isquemia ou necrose intestinal está presente em 5% a 10% dos casos.
Abdome
Massa abdominal palpável geralmente no QSD ou epigástrio, distensão abdominal ou até peritonismo.
Se complicado pode apresentar pneumoperitônio com Sinal de Jobert
Reto
Sangramento retal pode ser oculto ou evidente, sendo que a ausência desse sangramento não descarta o diagnóstico.
Exames de imagem
Raio-x
Sinal do alvo
Presença de massa de tecidos moles, QIE vazio, ar em um apêndice deslocado e sinais de obstrução no intestino delgado.
Ar livre na cavidade é indicativo de perfuração intestinal
Confirma o S. de Jobert
Enema por contraste
Contraindicado na presença de ar livre intra-abdominal
Contraste de ar ou reagentes líquidos
É o teste diagnóstico mais específico e sensível
Critérios
Sinal do menisco
É a aparência de um ápice arredondado de intussescepção que se projeta por uma coluna de material de contraste no intussuscipiente.
Sinal da mola espiralada
É a aparência das dobras de mucosa edematosa do intussuscepto delineada pelo material de contraste.
USG
Faz se o paciente estiver clinicamente estável e não houver suspeita de perfuração, a USG deve ser o teste diagnóstico inicial
Avalia a presença ou ausência de ponto inicial patológico
Critérios
Sinal do pseudorrim
É descrito como camadas hipoecoicas e hiperecoicas empilhadas que representam a parede intestinal edematosa alternada com a camada da mucosa comprimida.
Massa de 3 a 5 mm profunda na parede abdominal ao lado direito, com aparência característica de rosca.
Sinal do alvo
É descrito como anel hipoecoico com um centro hiperecoico indicando a invaginação intestinal.
História
Lembrar dos fatores de risco!!!
Dor abdominal em cólica que dura 1 a 3 minutos.
Vômitos biliosos ou não biliosos
Fezes com aspecto de geleia de morango (sangue e muco)
Sangramento retal indica quadro mais grave
Letargia progressiva é frequentemente associada
Tratamento
Correção de hipovolemia
Antibióticos
Redução por enema com contraste
Apenas pacientes clinicamente estáveis
Contraindicação
Absoluta
Peritonite, perfuração e choque hipovolêmico.
Relativa
Sintomas prolongados, achados na USG de isquemia intestinal, coleções fluidas e evidência acentuada de obstrução intestinal (distensão abdominal).
Redução cirúrgica
É realizada laparotomia, sendo esse procedimento recomendado aos pacientes com contraindicação da redução por enema. A ressecção pode ser necessária em casos complicados por necrose e perfuração intestinal.
Fatores de risco
Fortes
Sexo masculino (razão de 2:1 a 3:1)
Fracos
Doença viral prévia: sintomas de uma doença viral prévia são identificados em cerca de 25% dos casos de intussuscepção.
Variação sazonal: estudos recentes mostram não haver tendência sazonal consistente.
Vacina contra rotavírus.
Diagnóstico diferencial
Apendicite
Gastroenterite
os vômitos geralmente não são biliosos, associados a anorexia, febre, letargia e diarreia. O sangramento retal está ausente exceto na presença de Salmonella ou Shigella.
ITU
apresenta febre, urina com odor desagradável, letargia, micção frequente e dolorosa, anorexia e vômitos.
Estenose Hipertrofica do Piloro
Torção ovariana
Rotação completa ou parcial do ovário em seus suportes ligamentares, muitas vezes resultando em obstrução parcial ou completa de seu suprimento sanguíneo
É uma das emergências cirúrgicas ginecológicas mais comuns e pode afetar mulheres de todas as idades
A trompa de Falópio muitas vezes torce junto com o ovário; quando isso ocorre, é referido como torção anexial.
FISIOPATOLOGIA
Quando ocorre torção, o ovário normalmente gira em torno do ligamento infundibulopélvico e do ligamento útero-ovariano.
A rotação do ligamento infundibulopélvico causa compressão dos vasos ovarianos e compromete o fluxo linfático e venoso e o fluxo arterial.
O suprimento arterial para o ovário não é interrompido inicialmente no mesmo grau que a drenagem venosa.
A perfusão arterial continuada no contexto de fluxo de saída bloqueado leva a edema ovariano com aumento acentuado do ovário e compressão vascular adicional.
A isquemia ovariana então ocorre e pode resultar em necrose ovariana e hemorragia local
HISTÓRIA NATURAL
A torção anexial crônica com oclusão completa do suprimento sanguíneo ovariano
resultará em necrose dos tecidos torcidos e perda da função ovariana
O tecido necrótico pode se autoamputar ou involuir com o tempo;
aderências pélvicas também podem se formar, e isso pode resultar em dor pélvica ou infertilidade tubária (se o ovário restante for funcional)
EPIDEMIOLOGIA
A incidência de torção anexial é desconhecida
A torção ovariana pode ocorrer em mulheres de todas as idades, mesmo fetos e recém-nascidos.
A maioria dos casos ocorre em pacientes em idade reprodutiva
FATORES DE RISCO
Os fatores de risco para torção ovariana incluem a presença de uma massa ovariana móvel e história de torção ovariana prévia
No entanto, é importante notar que ovários normais podem sofrer torção
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
A apresentação clássica da torção ovariana é o início agudo de dor pélvica moderada a intensa, que pode ser difusa ou localizada em um lado
muitas vezes com náuseas e vômitos, em uma paciente com massa anexial
Uma história de atividade vigorosa recente ou um aumento súbito da pressão abdominal pode ser um evento incitante
DIAGNÓSTICO
Basicamente clínico, mas pode ser auxiliado por exames complementares com achados laboratoriais e de imagem, já que os sinais e sintomas são inespecíficos
A ultrassonografia pélvica, associada ou não ao Doppler, é o estudo de imagem mais utilizado para auxiliar no diagnóstico de torção anexial,
TRATAMENTO
Emergência cirúrgica e existem opções conservadoras e definitivas para o tratamento
Referências:
UpToDate
SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica moderna. 19.ed.
Saunders. Elsevier.
Moore e Gyunton
Tannuri, UenisEstenose hipertrófica do piloro na criança: qual é a melhor via de acesso para a correção cirúrgica - laparotomia ou videolaparoscopia?. Revista da Associação Médica Brasileira [online]. 2007, v. 53, n. 3 [Acessado 30 Março 2022] , pp. 198.
MARCDANTE, Karen. Nelson princípios de pediatria. Elsevier Brasil, 2016.
KLIEGMAN, Robert M. et al. (Ed.). Nelson. Tratado de pediatría. Elsevier Health Sciences, 2020.
Figueirêdo, Sizenildo da Silva et al. Estenose hipertrófica do piloro: caracterização clínica, radiológica e ecográfica. Radiologia Brasileira [online]. 2003, v. 36, n. 2 [Acessado 30 Março 2022] , pp. 111-116.
MIZERKOWSKI, Mariana Damian et al. Divertículo de Meckel ao Doppler em cores: relato de dois casos. Radiologia Brasileira, v. 44, n. 4, p. 268-270, 2011.
NEUMAN, Marcos I.; DRUTZ, Jan E.; HEYMAN, Melvin B. Avaliação de emergência da criança com dor abdominal aguda. UpTo-Date [en línea][consultado el 07/06/2020]. Disponível em:
https://www
. atualizado. com/contents/emergency-evaluation-of-the-child-with-acute-abdominal-pain , 2012.
Alunos: Millena Horner, Samuel Henrique, Carolinne Lisboa, Andressa Brito, Ellen Lelis, Laís Freitas, Wanderson Stwart, Amanda Vitória, João Víctor, Cláudia Cristinne.
Caso Clínico
Menino de 12 meses
Choro incessante ha 6 horas em crises de 15 a 20 min, com intervalo de 15 min
Recusa alimentar
Vômitos biliosos
Sem história médica pregressa
Imunização em dia
Exame fïsico
Temperatura é de 37,7°C
Frequência respiratória de 40 mpm,
Pulso de 155 bpm
Pressão arterial de 109/60 mmHg
Peso de 10 kg
Mecanismo de defesa abdominal
Retrai MMII sobre o abdomen
Ruídos hidro-aéreos acentuadamente diminuidos difusamente
Sensibilidade à palpação
Massa abdominal, aspecto de salsicha em lado Direito
Hidratado
Apresenta lágrimas
Mucosas úmidas
Fezes sanguinolentas com muco
Patologias abdominais mais frequentes por idade
Menores de 2 anos
Neonatos
Má rotação Intestinal
Volvo
Estenose hipertrófica de piloro
Entre 2 meses e 2 anos
Intussuscepção
Hérnia encarcerada
Complicações da doença de Hirschsprung
Infância / Adolescência
Apendicite
Mais comum em > 5 anos
Peritonite Bacteriana Primária
Obstrução Intestinal por Bridas
Trauma Abdominal
Mais comum em > 5 anos