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Educação Física no Ensino Fundamental (Unidades 5 e 6) - Coggle Diagram

- - - - Antes de selecionar a manifestação da cultura corporal que será tematizada, o professor deve conhecer o patrimônio da cultural corporal disponível na comunidade e assim fazer um mapeamento.
      - Mapear significa saber quais conhecimentos e quais práticas das manifestações corporais os alunos têm e quais manifestações estão presentes na Escola e no seu entorno/comunidade.
      - Depois desse trabalho realizado pelo professor, é hora de escolher o tema que será trabalhado com os alunos. O professor também utilizará o próprio mapeamento para saber o que os alunos já sabem sobre a manifestação a ser tematizada, quais são seus gestos, os discursos que envolvem a manifestação etc.
    - - O currículo cultural não visa a seguir um percurso linear, tampouco a trazer a prática da manifestação social pra dentro da Escola, sem que haja algum tipo de modificação, que já ocorre assim que a manifestação entra na Escola, isso devido ao espaço, ao número de alunos, às vestimentas etc., isto é, ao entrar na Unidade Escolar, a manifestação já sofre um processo de ressignificação.
      - A ressignifição permite as modificações dos gestos, dos movimentos vivenciados pelos alunos e, durante esse processo, diferentes papéis sociais são experimentados. Como vimos no relato acima, andando sentado no skate, com alguém empurrando etc.; assim, os alunos vão produzindo os seus produtos culturais e ressignificando a manifestação estudada.
    - - Aprofundar significa identificar, reconhecer e analisar o tema que está sendo investigado, de modo a possibilitar aos alunos outros olhares e outras leituras. A ampliação
        leva os alunos a entender e a analisar outros discursos até então não estudados.
      - Durante o aprofundamento e a ampliação realizam-se atividades para estudo do contexto social, histórico e político de produção e reprodução da prática corporal em foco. (...) Nessa operação, as questões de etnia, classe social, gênero, religião e deficiências, entre outros, são obrigatoriamente desocultadas
      - Nota-se, nesse processo de aprofundamento e ampliação, que o professor poderá utilizar diversas estratégicas pedagógicas e, entre elas, assistir a um filme, pesquisar na Internet, levar os alunos a visitarem os locais em que acontecem às práticas, convidar alguém que conheça o tema em questão e entrevistar pessoas que vivenciam ou já vivenciaram a manifestação tematizada.
    - - Já a avaliação no currículo cultural ocorre durante todo o processo pedagógico e possibilita ao professor perceber os caminhos trilhados nas aulas por meio de registros realizados pelos alunos e pelo próprio professor. Dessa maneira, o professor vai alterando a rota, modificando as Ações Didáticas de modo a possibilitar outros olhares aos alunos sobre o tema que está sendo estudado.
      - Para Muller: “Mas os dados revelados na presente pesquisa
        apontam que o registro docente é fundamental para que as rotas inicialmente traçadas possam ser reorganizadas a qualquer tempo”.
      - Apesar de os assuntos avaliação e registro ainda serem temas que necessitem de mais discussão no contexto escolar, esses dois autores contribuem para pensar e ressignificar os nossos olhares sobre a avaliação e o registro no currículo cultural.
  - - - Nesse sentido, podemos entender como os marcadores sociais vão marcando e privilegiando determinados grupos em detrimento de outros.
  - - - Proposta curricular
        
        É importante conhecer as propostas/orientações curriculares do município/ estado/Distrito Federal em que você irá trabalhar: existem orientações para a disciplina de Educação Física nesses documentos? Esses documentos dialogam com o currículo cultural isto é, numa visão democrática e dialógica? Como fazer uma articulação com esses documentos?
      - Mapeamento na comunidade
        
        Ao iniciar o mapeamento das manifestações culturais na Escola e no seu entorno, o professor terá condições de conhecer o local em que irá trabalhar e saber o que seus alunos fazem com seus corpos, e quais culturas estão presentes.
      - PPP da Escola
        
        A articulação do PPP da escola é importante para saber: quais serão os projetos institucionais para o ano letivo? Como incluir esses projetos nas aulas de Educação Física?
    - - Feito isso, o professor terá subsídio para iniciar seu Plano de Ensino, orientado pedagogicamente, e saber qual tema referente à dança, à luta, à ginástica, ao esporte ou à brincadeira ele irá trabalhar com os alunos.
      - O Plano de Ensino, articulado com o currículo cultural, propõe uma leitura crítica do tema estudado e, assim, vai desconstruindo certezas por meio de um processo de desnaturalização: “Toda vivência, informação, ponto de vista ou discurso com os quais se interage contribui para uma melhor compreensão e reconstrução crítica da prática social das brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas”
- - - - Essa burocracia está atrelada a uma concepção tradicional e seletiva de Aprendizagem, que classifica os estudantes em aptos e não aptos na realização das atividades escolares.
      - Resumindo: avaliação vai além de atribuir notas ou classificar o desempenho, sendo necessária para o replanejamento de aulas e do fazer pedagógico.
  - - - Cipriano Luckesi
        
        é um dos nomes de referência em Avaliação da Aprendizagem escolar. Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia, Mestre em Ciências Sociais, Doutor em Educação e autor de diversos livros sobre Avaliação.
      - Jussara Hoffmann
        
        Ela possui diversas publicações em livros e artigos e é formada em Letras e Mestre em Educação. Atualmente, é reconhecida por suas contribuições em pesquisas de Avaliação Educacional.
    - - Avaliação Diagnóstica
        
        Ao invés de uma Avaliação Classificatória e em favor de uma escola democrática, Luckesi apresenta o que nomeou de Avaliação Diagnóstica, que seria um momento dialético e de saber o que o aluno já sabe, para que, posteriormente, o docente possa tomar a decisão em favor do ensino.
        
        A Avaliação Diagnóstica não se propõe de forma descontextualizada ao ensino; ao contrário, ela está pautada na Proposta Pedagógica da Escola e de acordo com o Planejamento do professor. Sendo assim, a Avaliação Diagnóstica é aplicada no início do ano e tem como objetivo:
        
        Diagnosticar o que os alunos conhecem
        
        Identificar o que os alunos estudaram ou não aprenderam
        
        Replanejar o trabalho docente
        
        A Avaliação Diagnóstica tem grande relevância para o docente e o mais importante é a ação que o professor irá desenvolver após o diagnóstico e no intuito de contribuir para melhorar o aprendizado dos alunos.
      - Avaliação Formativa
        
        A Avaliação Formativa está relacionada à Avaliação Diagnóstica, permitindo ao educador alterar as rotas do seu planejamento conforme o andamento da turma em relação ao aprendizado, visando a realmente formar os alunos, e não simplesmente a atribuir conceitos.
        
        Na Avaliação Formativa, o professor se transforma em pesquisador da Prática Pedagógica, compreendendo que o ato de avaliar faz parte da Aprendizagem e vai percebendo que cada estudante possui sua própria maneira de entender e, sendo assim, aprende diferentemente dos outros alunos.
        
        Assim, a Avaliação Formativa é realizada durante o ano letivo e tem como principais características:
        
        Reorientar o trabalho docente
        
        Dar prosseguimento no percurso da Aprendizagem
        
        Contribuir com a formação dos alunos
      - Avaliação Somatória
        
        A Avaliação Somatória é o resultado da soma de vários instrumentos avaliativos e tem a finalidade de informar o resultado final de cada aluno, tendo como objetivo a classificação de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecidos no contexto escolar
        
        A Avaliação Somatória ocorre ao final do Processo de Ensino (bimestre, semestre, anual), isto é, de acordo com a Proposta Pedagógica da Escola. É importante que o educador tenha olhar atento a esse tipo de Avaliação, para não cair no conceito de apenas atribuir notas, classificar e excluir os alunos, prejudicando todo o trabalho realizado durante o período letivo, pois os resultados desse tipo de Avaliação devem ser utilizados para serem analisados também na averiguação dos rumos que a Escola está tomando, e não só a verificação da Aprendizagem dos alunos.
      - Avaliação Mediadora
        
        Para Hoffmann (1993), a Avaliação Mediadora significa desenvolver um permanente “vir a ser”, sem limites estabelecidos, com objetivos claros da Ação Educativa
        e dos pontos de partidas, e não delimitando ou padronizando os pontos de chegada.
        
        O papel do educador mediador é fazer as investigações necessárias por meio do diálogo e utilizar diversas ferramentas avaliativas, para que o aluno acrescente em sua aprendizagem novos saberes, outras verdades e outros olhares sobre o que está sendo estudado.
        
        Segundo a autora, a Avaliação Mediadora propõe algumas alternativas. Entre elas
        
        Maior diálogo entre aluno e professor - • Reformulação do planejamento com base nas investigações da ação pedagógica;
        
        A Avaliação deve seguir o processo construtivista da Aprendizagem
        
        Atendimento individualizado, buscando o desenvolvimento máximo de cada aluno
        
        O foco da Avaliação Mediadora é o aluno e sua aprendizagem.
  - - - Segundo Neira e Nunes (2006), esse processo culminou com a presença dos currículos: ginástico, esportivo, psicomotor, desenvolvimentista, saudável, crítico superador, crítico emancipatório e cultural e foram classificados e agrupados de acordo com as teorias: não críticas, críticas e pós-críticas.
    - - Não críticas
        
        Currículo: Ginástico Esportivo, Psicomotor, Desenvolvimentista e Saudável
        
        Avaliação: Fundamentada nos princípios biológicos, avalia o comportamento motor. É descritivo e diagnóstico
        
        A Avaliação no currículo não crítico ou seja, Tradicional, tem como objetivo tratar todos os alunos de forma homogeneizados, por meio de testes e sequências didáticas padronizadas, avaliando as técnicas de execuções corretas dos movimentos e regulando o desempenho motor dos alunos.
      - Críticas
        
        Currículo: Superador e crítico emancipatório
        
        Avaliação: Enfatiza o aspecto qualitativo e formativo, vinculado do PPP da escola e ao ensino e aprendizagem
        
        Já no currículo crítico, a Avaliação está marcada pela construção do conhecimento sistematizado e emancipatório, tendo olhar qualitativo, estando atrelada à
        contextualização histórica e ao Projeto Político Pedagógico da Escola
      - Pós-críticas
        
        Currículo: Cultural
        
        Avaliação: Foco no ensino e não na aprendizagem dos alunos. Utiliza o registro como instrumento do processo de avaliação. Reconhece o patrimônio cultural existente na escola e comunidade e também se vincula ao PPP da escola
    - - Nos PCNs de Educação Física, a Avaliação é entendida como um processo tanto para o aluno como para o professor, para que ambos possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro do processo de ensino e aprendizagem e torná-lo cada vez mais produtivo. Os instrumentos de Avaliação deverão atender à demanda dos objetivos educativos expressos na seleção dos conteúdos, abordados dentro das categorias conceitual, procedimental e atitudinal
      - Categorias
        
        Conceitual
        
        está ligada ao entendimento dos conceitos.
        
        Procedimental
        
        está atrelada à execução dos movimentos
        
        Atitudinal
        
        está ligada à valorização de elementos da afetividade
    - - Escudero (2011) toma emprestado dos biólogos chilenos Maturana e Varela (2001) o conceito de autopoiese, que acontece no plano celular como um Sistema autônomo e que está constantemente se autoproduzindo.
      - Nessa direção, esse conceito é entendido pela autora metaforicamente, por se tratar de uma visão educacional, e não, especificamente, do conceito biológico. Os seres humanos são seres autônomos, isto é, autoprodutores, capazes de produzir seus próprios componentes ao interagir com o meio.
        
        Desse modo, no conceito de autopoiese, os professores e os alunos reorganizam novos caminhos e novas reescritas na Ação Educacional e a Avaliação no currículo cultural e é compreendida nesse processo de autoprodução como experiência de subjetivação que produz identidades por meio das brincadeiras, lutas, ginásticas, esportes e danças
      - Diferentemente do proposto por Luckesi na Avaliação Diagnóstica, a Avaliação Cultural é iniciada por meio do mapeamento, sendo um recurso para escolher a temática a ser estudada, em cujo Processo o professor encontra aproximações com a cultura corporal existente na Comunidade Escolar, com os espaços em que acontecem e com as manifestações corporais dos diferentes grupos.
        
        Contudo, percebemos que o caminho não é linear; não há uma forma específica de mapear e o mapeamento pode ser realizado de diferentes maneiras e em
        diferentes momentos.
      - Diferentemente de outras propostas curriculares, a Avaliação no currículo cultural de Educação Física não está especificamente atrelada à participação e à observação dos alunos em aula, e sim no Processo de Ensino.
      - A Avaliação em Educação Física no Currículo Cultural é aqui entendida como um texto em construção, como uma produção realizada por alunos e por professores. Sendo assim, no currículo cultural, pressupõem uma Escrita Autopoiética, na qual professores e alunos possam construir outros textos, outros significados e outras verdades referentes ao tema estudado.