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DISTÚRBIOS DO SONO, Grupo 1 Júlia Ribas, Luiz Fellipe, Luciana Mangueira,…
DISTÚRBIOS DO SONO
Definição
Perturbação do sono comum na pediatria, a maioria envolve dificuldades para iniciar e manter o sono em função de insônia comportamental da infância (distúrbio de associação ou transtorno de conduta), sono insuficiente, má higiene do sono, síndrome do atraso das fases do sono e outros distúrbios do ritmo circadiano
Apneia obstrutiva do sono também é comum na perturbação do sono
Fisiologia do sono
O sono normal é constituído pela alternância dos estágios REM e NREM. A fase NREM é caracterizada pela presença de ondas sincronizadas no eletroencefalograma e pode ser subdividido em quatro fases: estágio 1, 2, 3 e 4. O eletroencefalograma (EEG) de sono REM é caracterizado por ondas dessincronizadas e de baixa amplitude.
Epidemiologia
A insônia comportamental é muito comum e afeta de 20% a 30% das crianças com 5 anos de idade ou menos.
Pode ser mais comum em meninos.
O distúrbio de associação do início do sono é mais comumente observado em lactentes e crianças pequenas.
O transtorno de conduta é mais comumente observado em crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.
A síndrome do atraso das fases do sono é a mais comum na população pediátrica.
Etiologia
Insônia comportamental da infância
Se apresenta com dificuldades percebidas para iniciar ou manter o sono que exigem intervenções dos pais ou de outros cuidadores para serem resolvidas.
Distúrbio de associação do início do sono
Se desenvolve quando a criança passa a associar o adormecimento a um estímulo específico dos cuidadores, tornando-se incapaz de acalmar-se a si mesma para dormir.
Transtorno de conduta
Ocorre, geralmente, quando uma criança testa os limites de seus pais para comportamentos aceitáveis.
Síndrome do atraso das fases do sono
Muitas vezes causada por uma combinação de má higiene do sono e pressões externas como trabalhos escolares, distrações no quarto, uso de mídias eletrônicas, atividades sociais e esportes.
Fisiopatologia
Durante o sono, há uma redução no tônus muscular, e o calibre da via aérea superior diminui
Na apneia obstrutiva do sono (AOS), isso pode causar uma redução do fluxo aéreo
A depender do grau de limitação do fluxo, sua duração e consequências associadas:
Ronco primário
Despertar relacionado ao esforço respiratório
Hipopneias
Apneias
Com base no grau de obstrução presente, pode-se fazer diagnóstico de:
Ronco primário
Síndrome da resistência das vias aéreas superiores
Hipoventilação obstrutiva crônica
AOS leve, moderada ou grave
A inspiração é desencadeada por um sinal enviado dos centros respiratórios no tronco encefálico aos
músculos da respiração.
Classificação
Insônia
Distúrbios respiratórios do sono
Apneia Obstrutiva do sono
Pausa na respiração >20 segundos ou associada a despertares
Distúrbios do ritmo circadiano
Pode ocorrer por questões endógenas (hormonal) e exógenas (má higiene do sono)
Avanço de fase
Dormir muito cedo
Atraso de fase
Dormir muito tarde
Parassonias
Parassonia de Sono REM
Comum em crianças e adolescentes
Não se recorda do ocorrido pela manhã
Despertar confuso, pesadelo
Parassonia do Sono N-REM
Despertar confuso, sonambulismo, transtorno alimentar
Transtornos do movimento relacionados ao sono
Movimento periódicos dos membros, bruxismo...
Quadro Clinico
Insônia
Sonolência diurna
Dificuldade para concentração
Lentidão durante as atividades
Depressao
Cefaleia
Irritabilidade
Dificuldade para dormir
Apneia obstrutiva do sono
Sonolência diurna
Inquietação
Cefaleia
Despertar recorrente
Ronco
Jet lag
Fadiga e mal-estar
Cefaleia
Falta de concentração
Irritabilidade
Sonolência diurna excessiva
Síndrome das pernas inquietas
Dores nas pernas
Insônia
Sonolência diurna
Inquietação
Fadiga
Diagnóstico
Os exames são voltados para o distúrbio do sono suspeito.
Apneia obstrutiva do sono (AOS)
A polissonografia (PSG) assistida é a única forma de diagnosticar definitivamente a AOS e é considerada o teste diagnóstico de escolha .Embora a PSG não assistida tenha ganhado atenção para os adultos, seu uso em crianças não é recomendado
Podem-se utilizar filmes laterais do pescoço e endoscopia nasal para avaliar a hipertrofia
adenotonsilar, embora tenham sensibilidade limitada.
Um pneumograma é uma polissonografia limitada e não assistida que oferece muito menos informações que uma PSG padrão, além de não ser tão sensível. . Ele pode ser usado para avaliar a apneia associada à dessaturação, refluxo gastroesofágico, bradicardia ou taquicardia.
A oximetria noturna pode ser utilizada como uma ferramenta para medir a gravidade e planejar
o cuidado perioperatório de crianças com AOS, mas um exame normal não descarta a AOS
Muitas crianças com AOS não têm dessaturações significativas com obstrução, pois sua pressão arterial de oxigênio (PaO2) basal é alta, e a redução de PaO2 necessária para diminuir a saturação de oxigênio no oxímetro de pulso(SpO2) é grande nesses níveis.
Insônia comportamental da infância
O diagnóstico é por história e diários do sono. A actigrafia (monitor de atividades registradas) é usada quando a história do sono é questionável A PSG não é recomendada a não ser que haja preocupações quanto a outros distúrbios coexistentes.
Síndrome do atraso das fases do sono
Diários do sono e a actigrafia são as duas ferramentas diagnósticas recomendadas para a avaliação. A PSG não é recomendada a não ser que haja preocupações quanto a outros distúrbios coexistentes.
Narcolepsia
O diagnóstico é pela história e pela PSG, seguidas de teste múltiplo de latência do sono (TMLS). O TMLS é o teste diagnóstico para a narcolepsia e é útil para a avaliação de outras causas de hipersonolência.
Ele deve ser conduzido de acordo com o protocolo padrão, idealmente após uma PSG de noite inteira com registro de no mínimo 6 hora do tempo total de sono, e na ausência de medicamentos que possam afetar adversamente padrões de sono como os que suprimem o movimento rápido dos olhos (REM).
O exame de latência do sono não é indicado como parte
de uma avaliação de rotina da AOS, resposta à pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), insônia ou distúrbios do ritmo circadiano.
O exame do antígeno leucocitário humano (HLA) é sensível, mas não é específico para narcolepsia.
Embora alguns tipos de antígeno HLA (DQB1*0602, HLA-DR2 e HLA-DQ1) sejam prevalentes em pacientes com narcolepsia com cataplexia e em menor grau em pacientes com narcolepsia sem cataplexia, eles também estão presentes na população geral em altas
porcentagens e, portanto, sua utilidade clínica é limitada
Os níveis de hipocretina no líquido cefalorraquidiano não são rotineiramente medidos, mas costumam ser baixos em pacientes com narcolepsia.
A actigrafia pode ser utilizada sempre que houver discrepância entre as queixas ou entre a quantidade
de sono relatada pelo paciente ou cuidadores.
A variação de atividade pode se dar por uma rotina de
sono irregular, ritmo circadiano desregulado ou sono insuficiente. e. Registros audiovisuais são úteis ao lidar com queixas incomuns ou pouco frequentes que,portanto são pouco passíveis de serem captadas pela PSG.
Diagnósticos Diferenciais
Ronco primário
Apneia central do sono
Ansiedade
Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT)
Síndrome das pernas inquietas
Depressão
Transtorno do movimento periódico dos membros
Epilepsia do lobo frontal
Pesadelos
Tratamento
De acordo com a causa identificada, em geral as principais são:
Cirurgia em via aérea superior
Ex: uvulopalatofaringoplastia
CPAP
Pressão positiva contínua nas vias aéreas.
Medicamentoso
Narcolepsia
Estimulantes, antidepressivos supressores do sono REM, oxibato de sódio.
Sd. pernas inquietas / Distúrbio dos movimentos periódicos dos membros
Tto. do distúrbio predisponente (Carência de ferro, neuropatias, etc.). Agonistas da dopamina.
Sonolência por fármacos ou condição clínica (Abuso de sedativos/ Hipotireoidismo).
Mudar medicamentos, tratar a condição subjacente, consideras estimulantes.
Higiene do sono
Educação do sono e modificações comportamentais para aumentar a quantidade/qualidade do sono
Complicações
Distúrbios comportamentais (apneia obstrutiva do
sono) - o tratamento da apneia pode melhorar esse comportamento.
Prazo variável e média probabilidade
Deficits cognitivos ou mau desempenho escolar
(apneia obstrutiva do sono) - pode haver melhora após tratamento da apneia.
Hipertensão (apneia obstrutiva do sono) - O uso de CPAP (equipamento caro) em adultos com hipertensão relacionada à apneia obstrutiva do sono (AOS) demonstrou diminuir a pressão arterial.
Retardo do crescimento pôndero-estatural (apneia
obstrutiva do sono) - pode haver melhora após tratamento da apneia.
Insuficiência cardíaca (apneia obstrutiva do sono) - é incomum, mas pode ser observada em crianças com apneia obstrutiva do sono grave.
A curto prazo
Baixa probabilidade
Hipertensão pulmonar (apneia obstrutiva do sono) - é incomum, mas pode ser observada em crianças com apneia obstrutiva do sono grave e também em crianças com síndrome de Down (macroglossia) com predisposição.
Prazo variável com uma baixa probabilidade
Obesidade (apneia obstrutiva do sono) - A AOS pode causar desequilíbrio nos níveis de leptina e grelina, resultando em aumento da ingestão de
calorias.
Caso Clínico
Menino, 6 anos;
Queixas dos pais sobre roncos, arquejos e sufocamento durante o sono;
Cada vez mais frequentes no último ano, especialmente nos 6 meses anteriores;
Mãe relata que, embora ele durma 10 horas por noite, é difícil acordá-lo pela manhã para ir à escola;
Piora de comportamento à medida que sua respiração noturna ficou mais ofegante;
Respira pela boca, com o pescoço estendido, e revira-se na cama com bastante frequência;
Ronco audível de fora do quarto; respiração com pausas de 10 a 15 segundos, terminando com um arquejo;
Professora relatou mau comportamento em aula e desempenho escolar em declínio.
Anatomia
Hipotálamo: Decisivo para o sono, contém aglomerações de neurônios que comandam os ritmos circadianos e regulam as substâncias químicas promotoras do sono e do despertar.
Tálamo: bloqueia a informação fornecida pelos sentidos, permitindo ao cérebro centrar-se no tratamento da informação obtida durante o dia.
Glândula pineal: produz melatonina quando o relógio biológico detecta escuridão, ajudando o cérebro se preparar para o sono.
Hipocampo: vital para a formação da memória, durante o sono REM repete as recordações que serão armazenadas.
Ponte: envolvida no despertar e ativação dos sonhos, durante o sono REM bloqueia os sinais transmitidos a medula espinhal.
Córtex cerebral: ativados durante o sono REM por sinais provenientes da ponte.
Retina: contém células espinhas que transmitem um sinal de despertar ao cérebro quando detectam a presença de luz.
Grupo 1
Júlia Ribas, Luiz Fellipe, Luciana Mangueira, Marina Menezes, Joana Sophia, Eduardo Augusto, Letícia Freitas, Larissa Philippsen, Juliano Amorelli, José Trajano Neto