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OS LUSÍADAS - Coggle Diagram
OS LUSÍADAS
Elementos constituíntes
Herói
Na ação principal: Vasco da Gama (herói individual), representante simbólico do Povo Português.
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Na ação paralela: Os deuses mitológicos, cujo protagonismo vai variando ao longo da obra.
Maravilhoso
- Cristão – Intervenção do Deus dos Cristãos.
- Pagão – Intervenção dos deuses mitológicos.
- Céltico ou mágico – Intervenção da magia e das crenças populares.
Ação
Secundária: Narração (em analepse) da história de Portugal por Vasco da Gama ao rei de Melinde e por Paulo da Gama ao Catual, em Calecut, a propósito dos símbolos das bandeiras dos navios portugueses.
Principal: Viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia pela armada comandada por Vasco da Gama.
Paralela: Movimentações e intrigas dos deuses mitológicos, que se assumem como adjuvantes ou oponentes aos portugueses, favorecendo a evolução da ação principal. Por se desenvolver paralelamente e numa relação direta com a viagem de Vasco da Gama, é considerada uma ação paralela à ação principal.
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Estrutura
Externa
- Dez cantos (1102 estrofes);
- Estrofes (ou estâncias): oitavas;
- Versos: decassílabos (heroicos na sua maioria, com acentuação nas 6.ª e 10.ª sílabas métricas);
- Esquema rimático: abababcc;
- Tipos de rima (quanto à ligação entre os versos): cruzada e emparelhada.
Interna
- Proposição (I, 1-3): Primeira parte da obra, em que Camões apresenta o assunto que se propõe cantar na sua epopeia – “o peito ilustre Lusitano”.
- Invocação (I, 4-5): Segunda parte da obra, em que o poeta invoca as Tágides (ninfas do Tejo), no sentido de lhe darem a inspiração de ordem patriótica necessária a uma correta organização do poema;
Para além deste, existem na epopeia camoniana mais três momentos de invocação, sem contudo constituírem partes “independentes” na estrutura interna do texto de Camões:
- No canto III, tem lugar nas estrofes 1 e 2 um pedido de ajuda a Calíope, musa da poesia épica.
- No canto VII, nas estâncias 78 a 87, assiste-se ao pedido de auxílio dirigido pelo poeta às ninfas do Tejo e do Mondego.
- No canto X dirige Camões um novo apelo a Calíope, nas estrofes 8 e 9.
- Dedicatória (I, 6-18): Terceira parte da obra, em que o autor dedica Os Lusíadas ao rei D. Sebastião
- Narração (I, 19 – X, 156): Quarta parte da obra em que é feita a narração, com início in medias res, da viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia pela armada de Vasco da Gama (ação principal), nela sendo encaixada a narração (em analepse) da história de Portugal (ação secundária).
Planos estruturais
A epopeia camoniana é composta por quatro planos estruturais, três dos quais com caráter narrativo (da viagem, da história e da mitologia) e um reservado aos excursos do poeta.
Plano da Mitologia
Narração das movimentações e intrigas dos deuses mitológicos, paralela e simultaneamente à viagem dos nautas portugueses.
Plano da História
Narração dos factos mais importantes da história de Portugal. Tem lugar em dois momentos específicos: em Melinde, quando Vasco da Gama narra ao rei os principais episódios ocorridos desde Viriato até D. Manuel I e em Calecut, pela voz de Paulo da Gama ao catual, assistindo-se à apresentação de acontecimentos e personagens invocados nos símbolos das bandeiras dos navios portugueses.
Plano do Poeta
Plano não narrativo que Luis de Camões reserva à expressão das suas opiniões e considerações, em princípio ou em final de canto.
Plano da Viagem
Apresenta os acontecimentos relacionados com a viagem da armada de Vasco da Gama iniciada em Lisboa a 8 de julho de 1497 e terminada novamente em Lisboa a 29 de agosto de 1499, depois de ter alcançado Calecut em 18 de maio de 1498.
Tipos de Episódios
Ao longo d’Os Lusíadas assiste-se à narração de alguns episódios (reais ou imaginários) que têm o objetivo de conferir variedade à ação, embelezando-a e tornando a leitura mais agradável, menos monótona, sem quebrar a unidade da ação. São cinco os tipos de episódios em causa. Eis alguns exemplos:
Bélicos:
- Batalha de Ourique (III, 42-54)
- Batalha do Salado (III, 107-117)
- Batalha de Aljubarrota (IV, 28-44)
Líricos:
- Formosíssima Maria (III, 102-106)
- Inês de Castro (III, 118-135)
Simbólicos:
- Sonho profético de D. Manuel (IV, 67-75)
- Velho do Restelo (IV, 94-104)
- Adamastor (V, 37-60)
- Ilha dos Amores (IX, 51-92; X, 1-143)
Naturalistas:
- Cruzeiro do Sul (V, 14)
- Fogo de Santelmo (V, 18, versos 1 a 4)
- Tromba Marítima (V, 18-22)
- Escorbuto (V, 81-83)
- Tempestade (VI, 70-91)
Mitológicos:
- Consílio dos Deuses no Olimpo (I, 20-41)
- Consílio dos Deuses Marinhos (VI, 19-36)
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