1)Compreender a manifestação dos transtornos e sintomas somáticos.
Somatização está presente quando o sofrimento psicológico ou emocional se manifesta na forma de sintomas físicos que, de outra forma, não têm explicação médica. A apresentação de vários sintomas físicos persistentes, que parecem não ter qualquer base biológica aparente, representa a principal característica dos pacientes com transtornos somatoformes, ou transtorno de sintomas somáticos.
2) DIFERENCIAR SÍNDROMES CONVERSIVAS/DISSOCIATIVAS.
Os sintomas de natureza física (sensitivo-motor) passaram a ser denominados somatoformes (incluindo-se aqui a conversão e somatização) e as manifestações de natureza psicológica passaram a ser denominadas dissociativas. Na Na síndrome dissociativa há um prejuízo na capacidade de integraçã o dos diversos e lement os e funções mentais. As alterações envolvem basicamente a consciência (ou vigilância ), a consciência da identidade do eu ou a memória .
3) DIFERENCIAR SÍNDROMES CONVERSIVAS DE TRANSTORNOS ORGÂNICOS NEUROLÓGICOS.
quadro se parece com uma doença neurológica, mas o exame f ísico e os exam es complementares não detectam alterações correspondentes aos sintomas apresentados, indicando que nenhuma doen ça neurológica está de fato presente . Os sintomas surgem de forma súbita, geralmente como uma reação a um evento de estresse psicossocial, e também desaparecem repentinamente. Não se trata de fingimento ou de simulaçã o consciente, pois o paciente vivencia seus sintomas como reais.
4) DISTINGUIR TRANSTORNOS DE SOMATIZAÇÃO, CONVERSÃO, FACTÍCIOS E SIMULAÇÃO.
Conversao: Doença de sintomas ou déficits que afetam funções motoras ou sensoriais voluntárias (sintomas neurológicos), sugerindo outra condição clínica.
Factícios: Pacientes que simulam, induzem ou agravam a doença para receber atenção medica, independentemente de estarem doentes .Na Simulação, o indivíduo também produz os sintomas de modo intencional, porém com um objetivo obviamente perceptível quando as circunstâncias ambientais se tornam conhecidas. Por exemplo, a produção intencional de sintomas para esquivar-se do dever de fazer parte de um júri, ser julgado ou ser convocado para o serviço militar seria classificada como Simulação. Da mesma forma, se um indivíduo hospitalizado para tratamento de um transtorno mental simula uma exacerbação da doença para evitar a transferência para outro hospital menos desejável, isto seria um ato de Simulação. Em contrapartida, no Transtorno Factício, a motivação é uma necessidade psicológica de assumir o papel de enfermo, evidenciada por uma ausência de incentivos externos para o comportamento. A Simulação pode ser considerada adaptativa sob certas circunstâncias (por ex., em situações em que a pessoa é mantida como refém), mas, por definição, um diagnóstico de Transtorno Factício sempre indica psicopatologia
5) DISCUTIR O PAPEL DO MÉDICO NA ESTEREOTIPAGEM DO PACIENTE.
Com a Lei de Reforma Psiquiátrica (nº 10.216/2001), os portadores de transtornos mentais passaram a ter proteção e direitos em favor de diagnósticos específicos de doença mental ou psicopatologia. E mesmo com tantos casos de depressão divulgados na mídia, as pessoas ainda associam a depressão à fraqueza de caráter, e acham que podem resolvê-la apenas com “força de vontade”. A verdade é que a depressão tem uma base neurobiológica, decorrente de um desequilíbrio do funcionamento de alguns neurotransmissores no cérebro.Vencer os preconceitos sobre psiquiatria e buscar ajuda especializada é a melhor forma de tratar os transtornos.
6) APLICAR A PREVENÇÃO QUATERNÁRIA.
A prevenção quaternária (P4) é um conceito (e prática) relativamente recente, que significa a ação de identificar pessoas em risco de medicalização excessiva e protegê-las de novas intervenções desnecessárias, evitando danos iatrogênicos e propondo medidas eticamente aceitáveis18.