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Julia 2022 - Coggle Diagram

- - - - Ao mesmo tempo, não há completa autonomia de escolha, mas há alguma autonomia sim. Rebeca, Simone e Joana, de alguma maneira, são possibilidades.
        
        Há outras no Tinder tbm, não tantas outras, mas também não é ausência completa de outras
        
        Julia é, sobretudo, uma escolha. Baseada em elementos intrínsecos e extrínsecos
        
        A escolha não é fingida ou vaidosa ou sobre mim, mas se dá por causa de vantagens extrínsecas e intrínsecas. É uma escolha consciente de acordo com uma outra escolha Inconsciente. É onde está meu desejo, é o que eu quero e desejo. Tanto o espírito quanto o Ego querem isso, não é mais apenas o Ego fazendo disso algo sobre ele. Agora é real, com lastro emocional e profundo.
        
        Tudo errado aqui
        Escolha por idealismo é necessariamente histérica e doentia, pois é a ferida tomando a decisão por você, não é libido, o desejo, o Self, o corpo, a alma, o espírito, a psique,: é a ferida.
        Qualquer escolha em que me dou como garantido, por idealismo, é necessariamente patológica, pois não é objeto-libidinial, mas sim a compensação de uma ferida interna
        Não é a libido, nem o desejo, nem a alma tomando as decisões, mas sim a ferida e não é prudente deixar a ferida tomar decisões da minha vida. Segundo que eu ficaria num estado suspenso, sem relação objeto-libidinial, pois estaria vivendo em função da ferida. Patológico e doentio
        
        Por isso, é preciso o empirismo e a constatação e relação objeto-libidinial desejada pela alma, sem nenhum tipo de pressuposição ou de entrar num experimento já inclinando pra um resultado (influenciado pela ferida). Entra de cabeça aberta, talvez até incline um pouco, mas desde que não seja influenciado pela ferida. Desde que não seja a ferida agindo ali dentro forçando um resultado.
        É isso.
        
        Idealismo e ferida estão intrínsecamente conectados
- - - - Com isso, fico escravo dela
        Me mantenho escravo de uma pessoa que eu não gosto simplesmente porque ela reproduz meu ambiente materno
    - - Se existe, haverá de aparecer
    - - Mas quem disse que foi por gostar dela? E se foi pra ter meu ambiente materno replicado tapando minha ferida, mas com alguém que eu não gosto
      - E se foi por interesse? Gostar da vida que ela pode me dar, mas não da pessoa dela
      - Provavelmente é um dos dois, ou os dois.
    - - Ficar levando um relacionamento com a barriga, sem gostar dela, apenas pra ela me dar as duas coisas: tapar minha ferida materna e me dar a vida fácil que eu acho que quero
        Seria, na primeira, motivado por carência e, na segunda, interesse
      - Além de desonesto, seria falso e escravizador
    - - Ela é padrãozinho. Sacou? Isso deixa a coisa muito morta, muito conveniente, precisa rolar uma feiura pra você amar de verdade
        Não parece que haja
        
        Não é sobre buscar ou idealizar a perfeição, que é morta, conveniente e normalmente autorreferente
        É sobre amar a imperfeição
        Só se pode amar quando se ama a imperfeição
        Só se ama quando se ama a imperfeição
        Só se ama a imperfeição
        Só a imperfeição, a feiura, é amável
        A beleza é uma bobagem
        Se ama justamente a feiura
        Não se ama pelas qualidades, mas pelos defeitos
        Não se ama as qualidades, mas sim os defeitos
        É nos defeitos, na imperfeição, na feiura que se encontra o verdadeiro amor
        Isso é amar a alma, não a aparência, a conveniência, o conforto ou a autorreferência, o que é, em primeira análise, patológico
        Preciosismo é neurose
        
        Minha neurose era justamente rejeitar as pessoas por seus defeitos, rejeitar justamente pelo que fazem delas amáveis
        Rejeitar justamente o que posso amar nelas: os defeitos, as imperfeições, a feiura
        
        E é justamente por isso que eu não me amava, não amava meus defeitos, minhas imperfeições, minha feiura
        E me cobrava uma imagem de perfeição
        Amar é justamente amar os defeitos, as imperfeições e as feiuras
        Amar é abrir mão do próprio narcisismo
        
        A neurose era justamente alguma coisa que ficava entre mim como sujeito e esse amor pelos defeitos, pelas imperfeições e feiuras
        Foi algo que herdei de minha mãe: o narcisismo dela
        Mas não vou mais manter isso em mim
        Vou sacrificar meu narcisismo
        Não se ama por perfeição ou ideal: é impossível isso
        
        Neurose é defesa de amar
        Só envelhece só quem não sabe amar as imperfeições, os defeitos, as feiuras
        
        Fui infantil demais e esse foi meu maior erro, meu maior pecado, mas ao menos consegui encontrar o amor
        
        Narcisismo é essa coisa que nos faz rejeitar justamente o que amamos e idealizar justamente o que não amamos
        Rejeitamos os defeitos dos outros, que amamos
        Idealizamos partes nossas projetadas nos outros, mas não amamos
        Não é bom
        
        Você quer ela mesmo bem velhinha?
        Principalmente bem velhinha
        
        Não quero mais ideais ou perfeição, quero gente com defeitos, imperfeições e feiuras, pois quero amar justamente os defeitos, as imperfeições, as feiuras
        
        O que não é amável? O abuso, o poder, abuso de poder, ideal, perfeição, violência, enganação, arrivismo, narcisismo e coisas do tipo
        Nada disso é amável
        Outras coisas são, mas nada disso é
        Amar algoz é outra doença: síndrome de Estocolmo
        Nem todo mundo é amável
        Muitos sujeitos podem ser amáveis
        Muitos outros não são
        De qualquer maneira, ama-se o sujeito, não a doença
        
        Autorreferência, perfeição e idealização são sempre coisas frias, mortas, sem libido, sem vida
        Justamente por isso, Lowen descreve os narcisistas como sujeitos frios
        O narcisismo tem um lado frio, morto, sem vida
        
        Amor não depende de reciprocidade