Se há caminho para a cura, se há luz no fim do túnel, está nisso: aceitar a própria humanidade, com erros, vexames, defeitos, muitas limitações, muitas tolices, muitas coisas, não é relativizar dizendo "foi apenas uma fase", "foi necessário para eu chegar até aqui". Não, não existe aqui. Os erros, defeitos, tolices, vexames, vergonhas, limitações - tudo que me faz humano, sempre existiram e sempre vão existir: estarão presentes na minha vida de maneira definitiva, pois é isso quem e faz humano e não uma "coisa", uma coisa que se acha semideus, um sujeito comum que cultiva a imagem de semideus, e, quando vê um erro, uma limitação, um vexame, uma tolice, uma patetice, não se permite, se defende escondendo isso e não assumindo e aceitando e, às vezes, se defende relativizando como uma fase do passado que foi necessária para o aprendizado e para chegar num aqui que nunca existiu
Não. Esse aqui não existe. Não há razão para negar, esconder ou não aceitar sua humanidade, cheia de palhaçadas, problemas, defeitos, vexames, vergonhas, limitações diversas, bagaceiro, etc. Isso é permanente, até a morte. Pois é isso que me faz vivo, é isso que me faz humano. Chega de negar a própria natureza, chega de esconder a própria natureza, chega de não aceitar a própria natureza, chega de querer ser uma imagem ideal que não existe. Chega de cultivar essas bobagens. Chega de ter vergonha da própria natureza humana, chega de ter vergonha de si próprio. Chega disso. Chega de ter vergonha de si, chega de ter vergonha de ser você. Chega de ter vergonha da própria natureza humana. Chega de evitar, negar, esconder, ou não aceitar a própria natureza humana.
O caminho da saída é esse: autoaceitação
Sem cobrança por corresponder a um ideal (narcisismo)
Sem cobrança por perfeição (histeria)
Sem se envergonhar, negar, esconder ou não aceitar sua própria natureza humana
Se aceitando como humano, você poderá aceitar o próximo como humano também
É essa a missão última
Autoaceitação de si, da própria individualidade, da própria natureza humana
Sem julgamentos, vergonha, evitação, negação ou não aceitação
E a consequente aceitação da natureza humana no próximo, sem julgamentos
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