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A Escola de Frankfurt e o conceito de indústria cultural - Coggle Diagram

- - - - Um grupo de intelectuais
      - Uma perspectiva filosófica, reconhecida como Teoria Crítica
      - Uma realidade institucional
- - - - Esse grupo de intelectuais foi unido pela experiência da permanente marginalidade e perseguição. E também, naquela época, a Alemanha sofria os custos materiais da derrota na Primeira Guerra. Para a esquerda alemã, o entusiasmo gerado pela Revolução Russa foi atenuado pelo fracasso das tentativas operárias alemãs. Assim, a esquerda precisava encontrar uma alternativa
        
        E assim, surge o Instituto, sua proposta era voltar-se para o conhecimento e a compreensão da vida social em sua tonalidade, da base econômica à superestrutura ideacional e institucional
        
        O Instituto foi fundado em junho de 1924. Mas foi somente em 1931, com a direção do filósofo Max Horkheimer que o Instituto assume o perfil e a perspectiva com que será reconhecido
        
        A liderança de Horkheimer é fundamental na definição da temática central das pesquisas do instituto, que é a crítica das relações sociais alienadas e alienantes
        
        Em 1933, Hitler é nomeado chanceler; nesse mesmo ano, o Instituto é fechado
        
        Com isso, Horkheimer viaja aos Estados unidos em 1934, para averiguar a possibilidade de se instalarem em Nova York
        
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- - - - No exílio, ao lado de Max Horkheimer, escreveu um dos mais clássicos da Teoria Crítica, Dialética do esclarecimento, e cunhou o conceito de indústria cultural
        
        Max Horkheimer era filho de empresário, e contra os desejos do pai, ingressou na carreira universitária. Defendeu sua tese de doutorado em Frankfurt e, em 1931, assumiu a direção do Instituto e liderou a conformação da Teoria Crítica nessa instituição. Em parceria com Adorno, sua discussão sobre a indústria cultural é fundamental nas reflexões sobre a mídia no campo da comunicação
        
        Herbert Marcuse estudou literatura alemã e defendeu sua tese de doutorado sobre o romance de arte alemão em 1922. Ele passa a atuar junto ao Instituto em 1933, e exila-se junto a outros membros nos EUA. Um conceito importante em sua obra é o sociedade unidimensional, utilizado para pensar como a lógica capitalista conforma indivíduos controlados, subjugados, sem consciência.
        
        Walter Benjamin formado em Filosofia , defendeu sua tese de doutorado sobre crítica de arte no romantismo alemão. Tentou entrar na Universidade de Frankfurt, em 1925, mas seu trabalho foi recusado. Sua inserção no Instituto acontece em 1937, mas não dura muito, pois ele é capturado pela polícia franquista na Espanha, e com medo, se suicida
        
        Jurgen Habermas tem uma inserção tardia no Instituto e integrará a chamada segunda geração da Teoria Crítica. Construiu sua formação em Filosofia, História, Psicologia, Literatura Alemã e Economia. Defendeu sua tese de doutorado sobre Schelling e, em 1956, tornou-se assistente de pesquisa do Instituto. Seus trabalhos sobre a construção da democracia e a realização do debate na esfera pública, bem como o papel da mídia nesse processo, são importantes para refletir sobre a inserção dos media na sociedade contemporânea.
- - - - De Hegel, a perspectiva de Frankfurt retoma a sua crítica da razão e a ótica dialética
        
        Ancoramos nessa perspectiva, os filósofos da Teoria Crítica denunciam a dominação que marca a sociedade capitalista e buscam a superação da ordem vigente a partir da emancipação humana
        
        As contribuições de Marx também podem ser situadas entre os alicerces da Escola de Frankfurt, a ideia de que vivemos em uma sociedade de classes, marcada por conflitos e contradições
        
        Outra base teórica importante é a Psicanálise freudiana, retomada para dar conta de lacunas da abordagem marxista na compreensão da formação da ideologia.
        
        A Teoria Crítica combina essas contribuições de Hegel, Marx, Freud, além de elementos da visão pessimista de Nietzsche e Schopenhauer na construção de sua abordagem
- - - - Cultura e arte: Cultura é uma dimensão espiritual que se opõe de civilização; esta corresponde ao progresso técnico, ao avanço das condições materiais, à organização institucional da vida social e das condições de sobrevivência. Cultura é mais do que civilização, diz respeito ao conjunto de fins morais, estéticos e intelectuais que regem e dão uma outra dimensão à vida social. A verdadeira arte não é aquela que aproxima suas obras da realidade, que retrata a realidade, mas, ao contrário, aquela que contraria, que nega.
        
        É nesse sentido que se pode falar da natureza utópica do pensamento de Adorno e Horkheimer. A utopia é um pensamento que se nega a parar no estabelecimento, e sempre busca alcançar aquilo que pode ser. Ela é revolucionária, pois ameaça as instituições conservadoras
        
        Chamar a produção dos meios de comunicação de cultura é um equívoco, e o termo cultura de massa contém uma contradição, porque a característica da cultura é exatamente resgatar e promover a individualidade; uma cultura massificada, padronizada já não é mais cultura
        
        A indústria cultural se configura, portanto, como um “sistema da não cultura”
      - Massa/massificação: trata-se de uma perspectiva aristocrática, desenvolvida por autores como G. Le Bon, Ortega y Gasset, que olhavam com desprezo e temor para a nova conformação social e urbana das sociedades industriais, marcada pela presença das grandes multidões e da “mediocratização” dos gostos e dos valores.
        
        As massas constituiriam um fenômeno regressivo e uma ameaça à estabilidade tanto da cultura quanto da política, comprometendo os rumos e direção da sociedade.
        
        A indústria cultural é o próprio instrumento de massificificação, homogeneização, domesticação. Ou seja, a massa é produzida pela indústria cultural
      - Arte superior e arte inferior: a discussão cultural tem como contraponto dois outros domínios, que Adorno e Horkheimer tomam como distintos: o domínio de uma “arte superior” e o domínio de uma “arte inferior”, que corresponderiam à arte erudita e arte popular.
        
        O século XX traz o desenvolvimento dos meios de comunicação. A indústria cultural se impõe como um denominador comum que corrói a força e a autenticidade dos dois domínios. Da cultura erudita, ela retira a pureza formal, o rigor, o estranhamento, o novo. Da cultura popular, sua ligação com a vida.
      - A forma mercadoria: as formas culturais não se orientam não segundo uma proposta própria, mas em função da sua comercialização. A obra não obedece mais a seus requisitos formais ou de conteúdo, mas ao seu sucesso. E sucesso quer dizer dinheiro.
        
        A indústria cultural não se importa somente com o lucro. Na verdade, mais do que o lucro imediato importa criar a audiência cativa, consolidar a atitude de aceitação
      - Técnica e indústria: O conceito de técnica, na indústria cultural, não diz respeito, como na obra de arte. Não é o detalhe que confere a singularidade da obra, a genialidade da criação
        
        Já o termo “indústria”, para Adorno, diz respeito à produção em escala, à racionalização das técnicas de distribuição.
      - Ideologia e alienação: na perspectiva de alguns autores, a ideologia é tratada em oposição ao real; uma dimensão imaginária que pretende negar sua base material.
        
        Para a teoria crítica, a ideologia já penetrou em todas as instâncias; na sociedade industrial avançada já não existe uma parte autônoma que escaparia às relações de dominação
      - Indústria cultural x cultura de massa: é por esse aspectos que a expressão "indústria cultural" foi chamada, para evitar ambiguidade de "cultura de massa", pois não se trata nem das massas como produtoras de uma cultura, nem mesmo de cultura, mas de um processo de produção de mercadorias culturais