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DIARREIA AGUDA EM CRIANÇAS, Nicole Osternach - 6o período - Coggle Diagram
DIARREIA AGUDA EM CRIANÇAS
Clínica:
dor abdominal, vômitos, febre baixa quando viral, diarreia com muco e sangue quando a causa é bacteriana, distensão abdominal, distúrbios eletrolíticas e
desidratação
.
Diarreia bacteriana:
Quadro clínico:
febre, vômitos, toxemia e distensão abdominal. Alguns casos podem apresentar muco e sangue, sendo acompanhados de cólicas intensas que melhoram com a evacuação.
Diagnóstico:
clínico, sendo a investigação do agente etiológico indicada apenas em casos graves e pacientes hospitalizados.
Patogênese:
(1)
Adesão à mucosa intestinal e lesão da borda em escova:
- superfície de absorção => desequilíbrio entre absorção e excreção de água e eletrólitos. Ex.: E. coli enteropatogênica; (2)
Adesão mucosa intestinal e produção de enterotoxinas:
+ secreção de cloro, sódio e água. Ex.: Vibrio cholerae e E. coli enterotoxigênica; (3)
Invasão com proliferação bacteriana intracelular
: reação inflamatória que cursa com febre, toxemia e sangramento de pequena intensidade, associados a tenesmo, cólica, anorexia e astenia. Ex.: Shigella sp. e E. coli enteroinvasiva.
Diarreia viral:
Quadro clínico:
apresenta
pródromo de 1-3 dias
de febre, sintomas gripais e vômitos frequentes. Em seguida, há um
quadro com diarreia aquosa, prufusa, de vários episódios ao dia
. Não há quadro toxêmico e a
maior preocupação é com a desidratação e os distúrbios hidroeletrolíticos.
Diagnóstico:
clínico, geralmente não sendo necessária a identificação do agente.
Patogênese: i
nvasão de enterócitos, multiplicação e lise celular de forma irregular, com áreas de epitélio íntegro. Acomete principalmente células do ápice das vilosidades, que são responsáveis pela absorção, preservando as células das criptas, que promovem secreção.
Etiologias:
Bacteriana:
Shigella (1o), E. coli enteroinvasiva, Yersinia, C. difficile e Salmonella não tifoide.
Parasitas/ protozoários:
Giardia lamblia, Entamoeba histolytica e Cryptosporidium.
Viral:
rotavírus (1o), norovírus, adenovírus, astrovírus, calicivírus.
Por existir
vacina para rotavírus
(2 e 4 meses) se torna uma
causa pouco provável
em crianças com cartão vacinal em dia.
Medicamentosa:
ATB.
Diagnóstico:
História clínica
+ exame físico.
Volume das evacuações, frequência, sangue, muco ou pus nas fezes, características das fezes (coloração, odor, consistência), presença de febre, ausência de melhora após 48h, surtos na comunidade, viagens recentes, uso recente de ATB
Pesquisa do agente etiológico:
em casos atípicos, presença de sangue nas fezes, lactentes menores que 4 meses, imunossuprimidos.
Hemograma é pouco útil,
função renal + eletrólitos
(hipovolemia => altera perfusão renal => eleva creatinina e ureia),
leucócitos fecais
(id processo inflamatório),
coprocultura
(para diarreia infecciosa por bactérias invasivas),
RX de abdomen
(casos + graves: íleo paralítico e megacólon tóxico),
endoscopia
(clínica de proctite ou suspeita de colite pseudomembranosa, excluindo dça inflamatória intestinal).
Tratamento:
avaliação do estado de hidratação,
PLANO B
(diarreia com desidratação): SRO na UBS (50-100ml/lg em 4 a 6h), se vômitos oferecer ondansetrona, avaliação contínua e após hidratação seguir plano A
PLANO C
(diarreia com desidratação grave):
fase de expansão
com SF 0,9% 30 ml/kg em 30min ou ranger lactato IV 70ml/kg em 2h30 (menores de 5 anos só pode SF 0,9%), f
ase de manutenção
com soro glicosado + sódio + potássio,
fase de reposição
com soro glicofisiológico, após estabilização seguir com plano A.
PLANO A (
diarreia sem desidratação): soro de reidratação oral (SRO) em domicílio, aumentar ingesta hídrica, ofertar zinco (1x/dia durante 10-14 dias - 10mg/dia em < 6 meses e 20mg/dia > 6 meses), manter dieta habitual e alertar em relação aos sinais de alarme.
Sinais de alarme:
piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, febre e sangue nas fezes.
Conceito:
Disenteria
(aguda com sangue): presença de sangue nas fezes com lesão na mucosa intestinal e pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações como desidratação.
Persistente:
origina-se de episódio de diarreia aguda, prolongando-se por
> 14 dias
, levando a instabilidade hidroeletrolítica e comprometimento do estado geral.
Aguda:
pode durar
até 14 dias
, sendo geralmente autolimitada e benigna.
Crônica:
duração
> 30 dias
ou ocorrência de
3 episódios em 60 dias
(sempre investigar).
Localização:
Baixa:
menos volumosa, maior frequência, presença de muco e sangue e tenesmo (vontade intensa de evacuar).
Alta:
mais volumosa, menor frequência, cessa após jejum, odor forte, esteatorreia (gordura nas fezes). Causada por bactéria, parasita ou má absorção.
Desidratação:
Déficit de água:
(1)
Leve:
perde entre 3 e 5% do peso ou 30ml/kg; tto plano A; (2)
Moderada:
perde entre 5 e 10% do peso ou 30-100ml/kg; tto plano C; (3)
Grave:
perce acima de 10% do peso ou >100ml/kg; tto plano C.
Concentração de sódio:
(1)
Isonatrêmica (isotônica) :
Na entre 135-145mEq/L; mais frequente; tto de acordo com grau (leve, moderado, grave) - plano A, B e C- e zinco e probióticos; (2)
Hiponatrêmica (hipotônica):
Na sérico > 135; sinais clínicos mais evidentes + outros sinais - letargia, hipotonia, convulsão; tto corrigir lentamente com soro NaCl 3%; (3)
Hipernatrêmica (hipertônica):
Na sérico < 145; sinais menos evidentes de desidratação + outros sinais - irritabilidade, hipertonia, sede intensa; tto reposição lenta a 1/4;
Nicole Osternach - 6o período