Sheila de três anos de idade e sua mãe Vânia de vinte e cinco anos de idade, moradoras de São Paulo, foram socorridas por um familiar e levadas ao hospital por volta das 12h30min, apresentando sintomas clínicos de intoxicação, tais como, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, hipotensão, cefaleia e fraqueza muscular; depois de terem ingerido achocolatado, por volta das 09h30min, na sua própria residência. O Dr. Roberto Monte, um jovem médico recém-formado foi o responsável pelo atendimento. Na anamnese, Vânia relatou que a referida substância ingerida foi endereçada e deixada propositalmente na sua casa em uma caixa de presente junto com outras guloseimas. Após examiná-las, Dr. Roberto ligou para o centro de controle de intoxicações, foi orientado, e conforme esta orientação adotou as medidas gerais e o tratamento adequado, também foi colhido material biológico (urina) de ambas as vítimas, e foi seguido o protocolo para os casos de intoxicação. No material acima mencionado, destinado à análise toxicológica, foram aplicados processos extratores específicos seguidos de pesquisa para identificação do provável xenobiótico. As análises químicas e cromatográficas clássicas identificaram a presença da substância, carbofurano, agente tóxico da classe dos carbamatos, presente no material biológico da menor Sheila. Essas análises, identificaram uma ínfima quantidade da mesma substância no material biológico de Vânia. A polícia conseguiu identificar um vizinho como a pessoa responsável pelo envenenamento. Apesar dos sintomas mais acentuados em Sheila, do que na mãe, ambas sobreviveram porque a quantidade ingerida não foi suficiente para atingir a DL50. Após o bom desfecho do caso, Dr. Roberto foi rever a epidemiologia e todas as fases das intoxicações agudas para não ser novamente surpreendido.