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Doenças valvulares :explode: :<3: - Coggle Diagram
Doenças valvulares :explode: :<3:
São doenças progressivas, que acometem mais os cães, e podem levar o animal a uma insuficiência cardíaca
Endocardiose
Processo degenerativo das válvulas do coração, que leva a insuficiência da válvula e consequentemente um processo de IC
Acomete principalmente cães de raças pequenas e idosos (>10 anos)
Em cães com pré disposição genetica, como o Cavalier King, pode aparecer mesmo antes dos 5 anos de idade
Acomete principalmente a válvula mitral, mas pode acometer a válvula tricúspide isolada, ou as duas ao mesmo tempo
Patogenia
A origem não é bem esclarecida, mas há uma degeneração mixomatosa das válvulas, com formação de pequenos nódulos nas bordas livres
Posteriormente, esses nódulos se coalescem e formam nódulos maiores, causando o espessamento das válvulas e consequentemente das cordas tendíneas, podendo rompe-las
Fisiopatologia
A anormalidade valvular leva a deformidade da válvula e maior distinção das cordas tendíneas, levando ao não fechamento completo da válvula
Isso faz com que haja regurgitação do sangue do ventrículo para o átrio, diminuindo o DC e ativando os mecanismos compensatórios
Diminuição do DC :arrow_right: diminuição da PA sistêmica :arrow_right: aumento da FC e vasoconstrição periférica :arrow_right: aumento da perfusão por um período
Diminuição da PA sistêmica leva a diminuição do fluxo renal :arrow_right: ativação do SRAA :arrow_right: aumento na retenção de sódio e agua :arrow_right: aumento da volemia :arrow_right: coração aumenta a força de contratilidade pois precisa trabalhar mais pelo fluxo alto :arrow_right: hipertrofia excêntrica do miocárdio
Insuficiência da mitral :arrow_right: refluxo do VE para o AE :arrow_right: aumento de volume no AE :arrow_right: aumento do volume e pressão dos vasos pulmonares :arrow_right:
edema pulmonar
Sinais clínicos
Sinais de IC esquerda: edema pulmonar - tosse, cianose, dispneia
Gerais: cansaço fácil, síncope, sopro cardíaco na auscultação, sonolência, caquexia, fraqueza
Sopros cardíacos: como a doença é progressiva, é muito importante avaliar os sopros pra saber em que momento a doença começa a evoluir
PS
: o animal precisa apresentar sopro + sinais clínicos para ser algo considerável de ICC, apenas o sopro só indica uma regurgitação da válvula
Animal pode ter o mais alto nível de sopro e se compensar com os mecanismos fisiológicos, por isso é importante avaliar além do sopro
Muito suave, audível apenas em ambientes silenciosos e após alguns minutos da auscultação
Suave, mas facilmente audível;
Sopro de intensidade moderada;
Alto, porém não acompanha o frêmito (que é o batimento audível no tórax);
Alto com frêmito palpável;
Muito alto, audível mesmo com estetoscópio afastado da parede torácica, com frêmito
Sinais de IC direita: edema generalizado, efusão pleural, edema dos membros
Diagnóstico
Exame radiográfico
Possivel visualizar aumento na relação AE/VE - por conta do refluxo e acumulo de sangue, o AE aumenta de volume
Cardiomegalia - aumento generalizado das câmaras
Deslocamento dorsal da traqueia, que fica próxima ao AE
Edema intersticial e alveolar
Na endocardiose da tricúspide: efusão pleural e ascite
Exame ecocardiográfico
Espessamento dos folhetos valvulares
AE e VE aumentados
Ruptura de cordas tendíneas
Fração de encurtamento diminuída
Derrame pericárdico por ruptura do átrio - principal causa de óbito
Estadiamento da doença
Importante para ajudar a estabelecer o tratamento
A. animal não possui a doença, porém tem fatores genéticos que o torna predisposto a desenvolver
B1. animal com sopro, mas sem sinais clínicos de ICC ou alterações no ECO e RX
tem refluxo, degeneração da valvula, mas não tem ativação dos mecanismos
B2. animal com sopro e sem sinais clinicos de ICC, mas com alterações no ECO ou RX
alteração no VHS, sugerindo cardiomegalia e na relação AE/VE, sugerindo dilatação do átrio, ativação dos mecanismos
Como o coração já esta com a estrutura alterada, nesse estágio é facil o animal evoluir para o próximo estágio com sinais de ICC
C. sinais clínicos de ICC são evidentes e animal é responsivo a terapia
D. sinais clínicos de ICC são evidentes e graves, e animal não responde ao tratamento - sobrevida
ex. cães da raça Cavalier King Charles Spaniel
Tratamento
Acontece de acordo com o estadiamento do animal. Não é possível impedir progressão da doença, somente estabilizar os sinais clínicos,
A. não é necessário tratamento medicamentoso
Auscultação anual, para ver se há qualquer mudança; ao menor sinal, encaminha para o ECO
Se houver predisposição genética, retira da reprodução
B1. não é necessário tratamento medicamentoso ainda
Reavaliação com ECO e RX a cada ano
B2. inibidores de ECA e diminuição de sódio na dieta
Paciente apresenta diminuição do DC, com vasoconstrição e aumento da PA
Inibidores de ECA para vasodilatar a periferia e ajudar a esvaziar o coração
Redução do sódio ajuda a diminuir retenção hidrica e diminuir o volume sanguineo, coração não faz tanto esforço - não tirar 100%
Enalapril – 0,5mg/kg BID
C. sinais clínicos de ICC evidentes - inibidores de ECA + diuréticos + pimobendam + broncodilatadores e/ou antitussígenos + diminuição do sódio
Inibidores da ECA - Enalapril – 0,5mg/kg BID
Pimobendam - aumenta a contratilidade para aumentar o DC - 0,3mg/kg BID
Diuréticos - diminuição do edema pulmonar; via de administração, dose e frequencia dependem do estado do animal; usar SOMENTE enquanto estiver com edema, depois pode desidratar e lesionar o rim
Furosemida - 2-4mg/kg, BID ou TID
VO: usar em animais que possam esperar um pouco mais para a ação do medicamento
1 more item...
IV: usar em animais com edema mais grave, que precisam da ação mais rapida do medicamento
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Broncodilatadores - usar unicamente se o animal já esta na emergência, sem condições de respirar - Aminofilina – 1,5-19mg/kg SID
Atitussígenos - usar somente se a tosse afeta a qualidade de vida do animal, e usar somente até melhorar - Butorfanol – 0,2mg/kg BID
D. paciente com ICC grave, refratário ao tratamento - aumentar as doses e frequencia
Manter inibidores de ECA, Pimobendam e Furosemida
Furosemida - altas doses e frequencia, IV ou IM, pode mesmo assim manter o edema pulmonar
Associar outro diuretico - Espironolactona - 2-4mg/kg SID
Por conta das altas doses, pode levar a lesão renal - é OBRIGATÓRIO monitorar a função renal, para que o paciente não desenvolva sindrome cardiorrenal
Digitálicos, se o animal apresentar fibrilação ou taquicardia
Digoxina - ação inotropica positiva e rever fibrilação atrial; usar em doses subterapeuticas pois é muito possivel intoxicar o animal
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Pode entrar com oxigenioterapia e broncodilatadores, pois é um paciente de emergência
Hipotensores - potencializam a vasodilatação
periférica, para diminuir a PA e manter a perfusão periférica; importante sempre fazer monitorização da pressão quando entrar com esses medicamentos
Anlodipino: 0,2mg/kg SID ou BID - VO - animal usará esse medicamento por toda a vida
Hidralazina - 0,5 mg/kg SID OU BID - IV, bomba de infusão - medicação de emergência
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Adesivo de nitroglicerina tópica 2%
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Endocardite
É uma infecção valvular, que se origina por conta de um outro foco infeccioso no organismo do animal
Fisiopatogenia
Animal possuindo um foco infeccioso ou de contaminação (ex. piometra, prostatite, doença periodontal..) :arrow_right: as bactérias presentes nessa contaminação ou infecção entram em contato com a circulação sanguínea :arrow_right: através do sangue, essa bactéria irá migrar e pode parar na válvula cardíaca
Sinais clínicos
Letargia, febre, anorexia e perda de peso
Sinais de IC - dependendo do nível de contaminação, haverá alteração no funcionamento da válvula
Principal sinal clinico: sopro de aparecimento súbito (aórtico ou mitral)
Se o animal chega com um foco infeccioso grave e ao mesmo tempo tem um sopro, precisamos diferenciar se é uma doença degenerativa ou se é a infecção valvular
Tratamento
Direcionado pra controle da infecção bacteriana e para um bom funcionamento da válvula
PS
: é muito
importante tratar os focos iniciais de contaminação
Uso de antibióticos de acordo com o resultado da hemocultura
Se o resultado demorar muito, pode entrar com cefalosporina ou penicilina + gentamicina, depois adequa se necessário
Se o animal tiver o funcionamento da válvula prejudicado, entra com o mesmo tratamento da endocardiose
Diagnostico
Hemocultura
Sempre fazer antissepsia cirúrgica do local de coleta, para evitar contaminação da amostra
As bactérias podem migrar em forma de êmbolos bacterianos, porem isso acontece aleatoriamente, pode ser que na amostra esse embolo não venha
Fazer cultura a cada 2h por 24h
Ecocardiograma
Presença de vegetações valvulares - dá pra ver um sedimento/secreção purulenta na válvula