Uma mulher de 26 anos chega ao serviço de emergência apresentando história de uma dor abdominal que tem piorado ao longo de 6 horas. Ela relata que a dor inicialmente era do tipo entorpecente e localizada perto do umbigo, mas então se deslocou para a região abdominal inferior direita. Em uma escala da 0 a 10, a paciente classifica sua dor como de grau 8 e do tipo cólica. Ela relata que notou pequenos sangramentos vaginais nesta manhã, mas nega ter eliminado coágulos ou tecido. A paciente relata que tomou café da manhã, mas afirma que não tem se alimentado porque está sentido náuseas. Ela nega ter febre, calafrios ou mudança dos hábitos intestinais. Ao ser questionada, a paciente relata que sua última menstruação ocorreu há 2 meses, porém seus ciclos são irregulares. Ela também afirma ter sido diagnosticada com infecção vaginal há 1 ano, mas não se lembra de ter recebido tratamento para essa condição.
Ao exame físico, sua pressão arterial está em 120/76 mmHg, a frequência cardíaca é de 105 bpm e não há febre. Em geral, o nível de sofrimento da paciente é leve. O abdome apresenta uma sensibilidade à palpação que é mais forte na região do quadrante inferior direito do que no quadrante inferior esquerdo. O exame revela uma defesa muscular voluntária mínima, porém não há dor à descompressão detectável. Ao exame pélvico, o útero parece estar levemente aumentado e indolor à movimentação. Não há massas nem sensibilidade na região dos anexos. Seu hemograma completo mostra uma contagem de leucócitos sanguíneos discretamente elevada, com um desvio à esquerda. Os níveis de β-gonadotrofina coriônica humana (β-hCG) são de 4.658 mUI/mL. Uma ultrassonografia transvaginal mostra um útero vazio, sem massas nos anexos nem presença de líquido.