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s10: "Acorda, bebê", REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - Coggle Diagram
s10: "Acorda, bebê"
CONVULSÃO FEBRIL
Definição
Crise epiléptica que ocorre entre os 6 meses e 6 anos de idade (varia de acordo com a literatura). Não é causada por infecção do SNC ou outra causa neurológica definida. Crise convulsiva benigna.
Epidemiologia
ate 5% das crianças < 5 anos apresentarão episódio
Pico de ocorrência de 14 a 18 meses
Etiologia
Doenças virais
IVAS
Exantema súbito
Doenças bacterianas
faringite estreptocócica
otite média
pneumonia
ITU
febre devido à vacinação
Epilepsia generalizada com crises febris plus
Fisiopatologia
Imaturidade do SNC aumenta suscetibilidade
hereditariedade: parente de 1º grau aumenta em 4x o risco
cromossomos: 2q, 5q, 5, 8q, 19 altera o funcionamento dos canais de sódio
desencadeia a diminuição do limiar convulsivo
Classificação/Quadro clínico
Simples
duração menor ou igual a 15 minutos
atividade tônico-clônica, sem componente focal
pós ictal com sonolência breve
não recorre em menos de 24h
Complexa/complicada
crise focais e/ou dura mais que 15 minutos
mais de uma crise em menos de 24h
e/ou com manifestações neurológicas pós ictais
paresia de Todd: perda de função transitória da área do cérebro responsável pela descarga elétrica
dois episódios de crise convulsiva no mesmo processo febril
9 a 30% dos casos
Avaliação diagnóstica
Clínico
antecedentes pessoais
intercorrências gestacionais e neonatal, uso de drogas e doenças sistêmicas
exame físico
buscar o foco da febre, afastar infecção do SNC
anamnese
tempo, características, liberação de esfíncter
Solicitação do Líquor
em crianças < 6 meses: coletar sempre
entre 6 e 18 meses: depende da suspeita de infecção do SNC; coletar em crianças não foram vacinadas ou tem esquema incompleto para Haemophilus influenzae B e/ou S.pneumoniae, meningococo
maiores de 18 meses: presença de sinais clínicos
coletar em crianças em uso de antibiótico (pode mascarar sinais e sintomas de meningite)
antes de realizar a punção, deve-se solicitar hemocultura e glicemia
em caso de recuperação lenta ou alteração pós ictal
Solicitar Neuroimagem
crise focal ou com achados focais no pós ictal
alteração do nível de consciência
alteração do exame físico
sinais sugestivos de aumento da PIC
déficit neurológico pré-existente
estado de mal epilético febril (EEMF)
em suspeita de mal formação estrutural
em caso de possível trauma cranioencefálico
avaliar o estado geral e identificar a causa da febre, descartando doenças potencialmente prejudicais ou fatais
Fatores de risco
Histórico familiar de crise convulsiva febril
internação neonatal
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
atendimento frequente em hospital-dia
para recorrência
primeira crise no primeiro ano de vida
crise febril complicada
histórico familiar em pais de primeiro grau
temperatura mais baixa no início da crise
Prognóstico:
30 a 40% das crianças que tiverem crise febril farão recorrência do quadro
mais comum entre 6 a 12 meses
não comprovação de prejuízo no desenvolvimento neuropsicomotor
risco de epilepsia
6 a 7% evoluem para epilepsia
histórico familiar de epilepsia
crise febril complexa
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
Conduta
ABC MOVE
Manter via aérea pérvia
Aspirar se necessário
Acesso venoso
Avaliação e estabilização da função cardiovascular
se crise convulsiva maior que 5min, iniciar diazepam 0,3 a 0,5 mg/kg EV
Investigação de distúrbios hidroeletrolíticos
Aferir a febre e a glicemia
Tratar a causa da febre e prescrever antitérmico
Fatores para indicação de medicação profilática
(2 ou mais fatores) :
crises que ultrapassam 15 a 20min
presença de 2 ou mais crises anteriores
crise com curto intervalo de tempo ( 2 crises em 12h, por ex.)
reduz em até 1/3 de recorrência
Tratamento contínuo:
diminui a recorrência da crise,
mas não evita ocorrência de epilepsia
medicação:
fenobarbital: 3 a 5 mg/kg/dia,
dividindo a dose em 2 tomadas
período mínimo de 12 meses e pode se
estender até 5 anos de idade,
com retirada lenta e gradual
Tratamento intermitente: - Diazepam 0,2 a 0,4 EV de 12/12h durante o período febril, até 72h da crise
Diagnóstico diferencial
Estado de mal epiléptico
crise única ou repetitiva,
sem retorno do nível de consciência
no período de 30min.
Causas mais comuns: suspensão de anticonvulsivantes ou baixa adesão à terapia, distúrbios metabólicos, toxicidade medicamentosa, infecção do SNC, epilepsia refratária, tumores do SNC, e TCE
drogas: diazepam EV ou retal, midazolam nasal e oral ou intramuscular, fenitoína 20mg/kg, ácido valpróico e fenobarbital, lacosamida
Crise epiléptica:
Não convulsiva: crises de ausência ou manifestações não sensitivas
Prolongada: Ocorre excesso na penetração do cálcio para o interior da célula, acarretando a ativação de enzimas intracelulares que podem determinar a lesão neuronal.
O neurônio que apresentou a lesão libera mais glutamato para o extracelular, facilitando a lesão dos neurônios vizinhos.
Meningites
bacteriana
Manejo clínico
tratamento empírico feito por faixa etária:
ceftriaxona 100mg EV, de 12/12h, de 5 a 7 dias
dexametasona 0,4 a 0,6 mg/kg/dia, EV, de 12/12h ou 8/8h por 48h
profilaxia: rifampicina 10mg/kg, de 12/12h por dois dias, por 10 dias se doença meningocócia ou até 30 dias se haemophilus influenzae
Notificação compulsória
Diagnóstico diferencial
Meningoencefalite
Infecção viral do SNC que pode acometer as meninges (meningite e/ou parênquima encefálico - encefalite.
Etiologia
De acordo com a faixa etária e com fatores de risco
de 5 a 50 anos: - pneumococo e meningococo
RN e bebês até 3 meses
principal agente: Streptococcus tipo B
bacilos entéricos gram negativo ( Escherichia coli e Klebsiella)
Influenzae tipo B
após 3 meses de idade
meningococo, pneumococo, e Haemophilus
Interpretação do LCR
Normal: límpido, 50 a 80 mmHg, <5, 20 a 45, maior que 50mg/dl ou dois terços de glicemia
Meningite bacteriana aguda:purulento, elevada (200 a 750), maiores que 1000, com predomínio de polimorfonucleases, 100 a 500 mg/dl de proteínas, glicose menor que 40, ou menor que 50% da glicemia. OBS: analisar lactato, lactato desidrogenase e glicose para diferenciar bacteriana de viral
Meningite bacteriana parcialmente tratada: opaco, LCR normal ou elevado, 5 a 10mil, com predomínio de mononucleares nos leucócitos, 100 a 500 proteínas, glicose normal ou dimuída
Meningite viral: límpido, LCR normal ou pouco elevado, até 1000 mm de leucócitos, 50 a 200 proteínas, glicose normal
Meningite fúngica: límpido, incolor, ausência de coágulo, cloretos normais, glicose normal, proteínas discretamente aumentadas, aumento de globulinas, de 1 a 100 linfócitos, na microscopia negativa para gram
Sinais de irritação meníngea: - sinal de Kerning e Brudzinski - em crianças menores de 18 meses, deve-se avaliar fontanela - tríade de Cushing -
Diagnóstico: história clínica detalhada, exame físico, coleta de LCR, testes sanguíneos, e em caso de meningococcemia raspar as lesões de petéquias
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole,2017.
Prata F, Cabral M, Ventura L, Ferreira PR, Brito MJ. Meningites Agudas Bacterianas: Recomendações da Sociedade de Infecciologia Pediátrica e da Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos da SPP [Internet]. 2013. Available from:
https://www.spp.pt/User-Files/file/Protocolos_SPP/Meningites_Agudas_Bacterianas_Protocolo.pdf
Pronto Socorro [3.ed.]. BARUERI: Manole, 2018. (Coleção Pediatria. Instituto da Criança HC - FMUSP)
VELASCO, Irineu Tadeu et al. Manual de medicina de emergência. 1 ed. Santana de Parnaíba (SP): Manole, 2018.