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CIRROSE, HEPATITE ALCOÓLICA E NEOPLASIA DO FÍGADO, Tutora Niedja
Grupo 4 …
CIRROSE, HEPATITE ALCOÓLICA E NEOPLASIA DO FÍGADO
HEPATITE ALCÓOLICA
Quadro Clínico
O início é tipicamente agudo com sintomas e as alterações laboratoriais que podem variar de mínimos a graves.
A maioria dos pacientes vai apresentar:
- Mal-estar, febre e icterícia
- Anorexia e perda de peso
- Desconforto abdominal superior e hepatomegalia dolorosa à palpação e febre
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem
Os exames laboratoriais devem incluir transaminases, bilirrubina, fosfatase alcalina, GGT, hemograma, albumina sérica, tempo de protrombina.
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A biópsia hepática normalmente não é necessária, porém é indicada apenas se:
- Dúvida diagnóstica
- Necessidade de descartar a coexistência de outros processos patológicos
- Definir prognóstico
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Nos exames de imagem, pode-se utilizar a ultrassonografia
Fisiopatologia
Há três estágios para o DHA, e os 3 predominam na região central do lóbulo hepático (zona III)
Esteatose hepática
- O excesso de etanol absorvido pela circulação porta é metabolizado na região centrolobular (onde há maior concentração da enzima álcool-desidrogenase)
- nesse processo o oxigênio é intensamente consumido e gera hipóxia centrolobular. Essa hipóxia prejudica o funcionamento das mitocôndrias, bloqueando a oxidação dos ác. graxos, que se acumulam no citoplasma do hepatócito em forma de gotículas de gordura
Esteatose- Hepatite
- Para receber este diagnóstico além de esteatose, precisa haver necrose hepatocitária e infiltração do parênquima por leucócitos
- O principal metabólico do etanol é o acetaldeído, essa molécula se liga a diversas proteínas teciduais, e cria o neoantígeno
- Este induz uma resposta autoimune que compões o processo neoinflamatório do parênquima hepático
Cirrose Hepática
- O aumento da permeabilidade da mucosa intestinal induzida pelo álcool, aumenta a absorção de toxinas bacterianas (como a lipopolissacarídeo - LPS ou endotoxina)
- Esta LPS vai para o fígado através da veia porta e estimula células de Kupffer (macrófagos hepáticos) a produzir citocinas como TNF-alfa
- A insistência ou ocorrência desses insultos agressivos, podem culminar em fibrose e desestruturação do parênquima hepático
A deposição de colágeno no parênquima hepático é mediado por células estrelas
Tratamento
A manutenção de estado nutricional adequado é fundamental para garantir evolução favorável, apesar de esse conceito ser bem definido apenas recentemente.
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O fator mais importante no tratamento é a abstinência em longo prazo, com evidências de boa qualidade verificando que a manutenção do uso acelera a progressão para doença hepática.
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CIRROSE HEPÁTICA
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser suspeitado com a combinação da anamnese, exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem
Anamnese
Alguns fatores de risco para doenças que levam a cirrose hepática podem ser questionados:
- História familiar
- Etilismo
- Hiperlipidemia, diabetes e obesidade
- Transfusão sanguínea
- Doenças autoimunes
- Medicações e toxinas
Exames laboratoriais
Podemos solicitar testes de função hepática, testes de coagulação, hemograma e testes sorológicos
Os achados laboratoriais incluem:
- Aminotransferases: moderadamente elevadas
- FA e GGT: normais
- Bilirrubina: normal
- Níveis baixos de albumina sérica e alargamento do TP
- Globulina sérica: aumentada
- Anemia
- Pode haver leucopenia, trombocitopenia ou pancitopenia
Exames de imagem
Os exames mais utilizados são a USG de abdome, USG com Doppler, tomografia computadorizada ou ressonância magnética
O papel dos exames na avaliação da cirrose hepática inclui:
- Avaliar as alterações morfológicas da doença
- Avaliar a vascularização hepática e extra-hepática
- Detectar e estimar os efeitos da hipertensão portal
- Identificar tumores hepáticos
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Fisiopatologia
Como resposta à agressão e à perda, reguladores de crescimento induzem hiperplasia hepatocitária (produzindo nódulos de regeneração) e aumento da vascularização arterial (angiogênese). Entre os reguladores de crescimento estão as citocinas e os fatores de crescimento hepáticos (p. ex., fator de crescimento epitelial, fator de crescimento de hepatócitos, fator de crescimento transformador alfa, fator de necrose tumoral)
A angiogênese produz novos vasos entre as lâminas de fibrose que cercam os nódulos. Esses vasos conectam a artéria hepática e a veia portal às vênulas hepáticas, refazendo a circulação intra-hepática. Tais vasos de conexão criam uma drenagem de baixo volume e alta pressão para as vênulas hepáticas que não acomoda todo o volume sanguíneo normal do fígado. Como resultado, há aumento da pressão na veia porta. Essas alterações no fluxo sanguíneo, somadas à compressão das vênulas hepáticas por nódulos de regeneração, contribuem para a hipertensão portal.
Tratamento
Metas:
- o tratamento visa tratar ou suspender a causa base que originou a doença
- Impedir a descompensação da doença
- E melhorar a qualidade de vida do paciente
- É necessário um rastreamento de varizes e de carcinoma hepatocelular (para realizar tratamento na fase inicial do tumor)
Condutas:
- Algumas medicações podem reduzir o surgimento de fibrose hepática: Colchicina, interferon e propiltiouracil
- Nas varizes: betabloqueadores (reduzem a hipertensão porta). Uso de propanolol 20mg, VO, 2x ao dia, deve ser feito reajuste das doses a cada 3 dias até que haja 25% da redução da FC ( até 55bpm)
- Prevenção da PBE: anticoterapia empírica- cefotaxima 2g de 12/12H VI
- Ascite: paracentese de alívio e uso de diuréticos (furosemida 40 a 160mg/dia)
- Desnutrição: abordagem nutricional com refeições frequentes, correção de vitaminas (Complexo B, A, D, E, K)
- Transplante hepático: único tratamento definitivo (paciente deve preencher os critérios para o transplante)
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Quadro Clínico
A cirrose hepática pode ser assintomática. De um modo geral, geralmente os sintomas da cirrose hepática estão relacionados as complicações associadas
Fase inicial:
- Atrofia testicular, perda da libido, disfunção erétil;
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Hipertensão portal:
- Varizes do esôfago e fundo gástrico;
- Esplenomegalia congestiva-hiperesplenismo – trombocitopenia, leucopenia, anemia
- Circulação porta visível no abdome;
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NEOPLASIA DO FÍGADO
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Fisiopatologia
Adenoma hepatocelular
- Os adenomas hepáticos são tipicamente lesões solitárias com uma margem clara e o tamanho varia de alguns milímetros a vários centímetros.
- As lesões geralmente estão localizadas no lobo direito do fígado e são macias e suaves com uma aparência bronzeada.
- Complicações como hemorragia e necrose ocorrem porque os sinusóides hepáticos são supridos por um sistema arterial proeminente e a falta de uma cápsula fibrosa contribui para a ruptura da lesão e sangramento intraperitoneal livre
- Histologicamente o Adenoma hepático é composto de cordões de hepatócitos benignos contendo grande quantidade de glicogênio e gordura — Os ductos biliares não são observados histologicamente e a arquitetura normal do fígado está ausente nessas lesões.
- Etiologia/fator de risco: uso do anticoncepcional oral, uso de anabolizantes, glicogenoses tipo 1 e 3, doenças metabólicas (galactosemia e tirosinemia)
- síndrome do ovário policístico
- obesidade/ síndrome metabólica
OBSERVAÇÃO:
Hiperplasia nodular focal:
- Nódulo hepático Não neoplásico - diagnóstico diferencial com os adenoma
- 2º nódulo hepático benigno mais comum
- Hiperplasia hepatocelular em resposta a distúrbios vasculares
- Lesão nodular nodular bem delimitada com cicatriz central e septos fibrosos
Hemangioma hepático:
- Tumor benigno mais comum do fígado
- Etiologia incompleta: pensa-se que sejam malformações vasculares de origem congênita que aumentam por ectasia e não por hiperplasia ou hipertrofia
Macroscopia
- nódulos sólidos, não encapsulados (diferentes do parênquima hepático adjacente - mais claro ou escuro, varia de acordo com o conteúdo dos hepatócitos que compõe o adenoma hepatocelular)
- podem sofrer necrose, hemorragia ou fibrose
Microscopia
- proliferação benigna de hepatócitos dispostos em traves com uma a duas células de espessura (diferente do carcinoma)
- formação ocasional de pseudoglândulas (não usuais para o parênquima hepático)
- atipia nuclear ausente ou discreta
- mitoses comuns
- citoplasma normal, claro ou esteatótico
- possível presença de pigmento biliar ou de lipofucsina
Tipos:
- Adenoma hepatocelular com mutação de HNF1 alfa (30 a 35%)
- Adenoma hepatocelular inflamatório (35-40%)
- Adenoma hepatocelular com ativação de beta-catenina (10%)
- Adenoma hepatocelular com ativação da via “sonic Hedgehog” (4%)
Carcinoma Hepatocelular
- Hepatopatias crônicas avançadas são consideradas favorecedoras do CHC: estresse oxidativo acaba favorecendo alterações na molécula de DNA e moléculas envolvidas na resposta inflamatória, neoformação vascular e fibrogênese - potencialmente envolvidas na carcinogênese hepática - reativação da telomerase (alteração molecular envolvida)
- Exposições ambientais: uso de pesticidas (arsênio e cobre), solventes orgânicos, hidrocarbonetos e anilinas, aflatoxinas B1
- Diabetes e obesidade
- Etilismo (14%)
- Ação de vírus da hepatite B (16%): integração de sequências do genoma viral ao de hepatócitos infectados - pode haver a ativação da telomerase ou outros genes
- Ação do vírus da hepatite C (54%): geralmente por conta do contexto da hepatopatia crônica
Macroscopia
- Lesão nodular amarelada, esverdeada ou pardacenta - variável conforme o conteúdo da bile e esteatose
- Frequente formação de pseudo cápsulas (crescimento expansivo do CHC)
- Possível identificação de nódulos satélites a menos de 2cm do nódulo principal - representam as metástase intra-hepática via vênulas portais
- Padrão cirro mimético - numerosos pequenos focos circundados por tecido fibroso - difícil distinção com nódulos cirróticos
- Padrão “nódulo em nódulo” - área com padrão morfológico distinto dentro do nódulo de interesse
Microscopia
- Alteração da arquitetura hepática normal: diminuição da frequência habitual dos espaços porta e perda da trama reticulínica normal do parênquima hepático além da capilarização dos sinusóides
- As células vão apresentar um crescimento que pode ser em trabéculas, podem assumir estruturas pseudo glandulares, podem ter crescimento sólido ou então macro trabecular que são estruturas que tem mais de 10 células por trabécula
- Graus variáveis de atipia celular desde leve a intensa com extensa anaplasia
- ”nódulo em nódulo”: progressão tumoral, com expansão de clone de células com padrão morfológico distinto da original
GRADAÇÃO: classificação da OMS 2020
- Bem diferenciado: atipia nuclear mínima a leve, citoplasma abundante, trabéculas finas
- Moderadamente diferenciado: atipia celular moderada, alterações arquiteturais mais proeminentes (trabéculas com mais de 4 células, pseudoglandulas)
- Pouco diferenciado: atipia celular intensa, células multinucleadas anaplásicas
OBSERVAÇÃO - Tipo:
Carcinoma hepatocelular fibromelar
- Epidemiologia diferente: acontece mais em jovens
- sem associação com cirrose, VHB, alcoolismo ou contraceptivos orais
- caracterizado pela formação de uma massa volumosa, solitária, bem delimitada e de crescimento lento, com septos fibrosos que sulcam o tumor
Colangiocarcinoma intrahepático
- Neoplasia maligna originária do epitélio dos ductos biliares
- 10 a 15% dos cânceres hepáticos primários
- predomínio em pacientes não cirroticos
- etiopatogênese pouco conhecida mas parece estar associada a:
:check:inflamação das vias biliares > infestação parasitária, surtos repetidos de inflamação por litíase intra-hepática, doenças congênitas com dilatação das vias biliares intra-hepáticas (cistos congênitos e doença de Caroli), colangite esclerosante primária
- Origem tanto nos grandes ductos biliares (central - metástases precoces) quanto nos ductos biliares interlobulares (periférico - massas tumorais maiores)
Macroscopia
- Colangiocarcinoma central: menor, padrão de crescimento do tipo “tipo infiltrativo periductal” - lesões dos ductos biliares extra-hepáticos similares aos tumores centrais
- Colangiocarcinoma periférico: lesão nodular, esbranquiçada e firme - “tipo formador de massa”
Microscopia
- Adenocarcinoma com padrão tubular ou papilar
- Acentuada desmoplasia
- pode encontrar Lesão “in situ” biliar concomitante
- Invasão perimetral e angiolinfatica são frequentes
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