Investigação epidemiológica
O que é
É uma atividade obrigatória de todo sistema local de vigilância em saúde, de responsabilidade de cada unidade técnica, mas integrada ao Sistema único de Saúde (SUS).
Aspectos gerais
O seu objetivo é obter informações por fontes primárias (coleta direta nos pacientes ou serviços de saúde) ou secundárias (base de dados de sistema de informação)
Durante sua execução, deve haver suficiência, profissionais especializados, assistência logística com o uso adequado de equipamentos, recursos financeiros e serviços necessários a partir do contexto.
Precisa ser iniciada imediatamente a notificação de caso, independente de ser suspeito ou clinicamente confirmado, sendo necessário, detectar e controlar possíveis ameaças a saúde da população.
Ela envolve diversos setores para cumprir sua necessidade, como serviços e profissionais que se relacionam com o exame do doente e seus contatos, com detalhamento clínico, além de coleta de amostras para laboratório, busca de casos adicionais, identificação do agente infeccioso, busca de locais contaminados e vetores e identificação de fatores que possam contribuir para a ocorrência do caso.
Investigação de caso de uma doença
Qualidade da assistência: Garantir que os casos estão sendo atendidos na unidade de saúde com devida assistência e de acordo com as características clínicas da doença.
Proteção individual: Adotar medidas de isolamento, caso seja necessário.
Assistência médica ao paciente: Minimizar as consequências do agravo para o individuo, caso a doença tiver alta transmissão.
Proteção da população: Adotar medidas de controle coletivo
Uma investigação epidemiológica de campo consiste na repetição das etapas
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Roteiro da investigação de casos
Etapa 1 – Coleta de dados sobre os casos:
Encontram-se disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Etapa 2 – Busca de pistas: Esta é uma etapa essencial da investigação epidemiológica, pois visa buscar subsídios que permitirão responder a várias questões formuladas.
Etapa 3 – Busca ativa de casos: O propósito desta etapa é identificar casos adicionais (secundários ou não) ainda não notificados, ou aqueles oligossintomáticos que não buscaram atenção médica.
Etapa 4 – Processamento e análises parciais dos dados: Deve-se sempre proceder a análises parciais, a fim de se definir o passo seguinte, até a conclusão da investigação, bem como até que as medidas de controle tenham se mostrado efetivas.
Etapa 5 – Encerramento de caso: As fichas epidemiológicas de cada caso devem ser analisadas, visando definir-se qual critério foi ou será empregado para o diagnóstico final.
Etapa 6 – Relatório final: Os dados da investigação deverão ser sumarizados em um relatório que inclua a descrição do evento (todas as etapas da investigação).
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Identificação do paciente
Anamnese e exame físico
Suspeita diagnóstica
Meio ambiente
Exames laboratoriais
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Fontes de infecção (a exemplo de água, alimentos, ambiente insalubre, entre outros);
Período de incubação do agente;
Modos de transmissão (respiratória, sexual, vetorial, entre outros);
Faixa etária, sexo, raça e grupos sociais mais acometidos (características biológicas e sociais);
Presença de outros casos na localidade (abrangência da transmissão);
Possibilidade da existência de vetores ligados à transmissão da doença;
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Obs.: Deve-se identificar e proceder à investigação de casos similares no espaço geográfico onde houver suspeita da existência de contatos e/ou fonte de contágio ativa.
Tratar adequadamente esses casos;
Determinar a magnitude e extensão do evento;
Ampliar o espectro das medidas de controle.
Uma vez processados, os dados deverão ser analisados criteriosamente. Quanto mais oportuna e adequada for a análise, maior será a efetividade dessa atividade.
Quando a investigação não se referir a casos isolados, os dados colhidos deverão ser consolidados em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo e fluxos de pacientes.
O documento deverá ser enviado aos profissionais que prestaram assistência médica aos casos e aos participantes da investigação clínica e epidemiológica, representantes da comunidade, autoridades locais, e administração central dos órgãos responsáveis pela investigação e controle do evento
Consolidação e análise de informações já disponíveis;
Conclusões preliminares a partir dessas informações;
Apresentação das conclusões preliminares e formulação de hipóteses;
Definição e coleta das informações necessárias para testar as hipóteses;
Reformulação das hipóteses preliminares, caso não sejam confirmadas, e comprovação da nova conjectura, caso necessário;
Definição e adoção de medidas de prevenção e controle, durante todo o processo.
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Investigação de surtos e epidemias
O principal objetivo da investigação de uma epidemia ou surto de determinada doença infecciosa é identificar formas de interromper a transmissão e prevenir a ocorrência de novos casos.
É essencial a detecção precoce de epidemias e surtos, para que medidas de controle sejam adotadas oportunamente, de modo que um grande número de casos e óbitos possa ser prevenido.
Epidemia: Elevação do número de casos de uma doença ou agravo, em um determinado lugar e período de tempo, caracterizando, de forma clara, um excesso em relação à frequência esperada.
Surto: Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica geralmente pequena e bem delimitada ou a uma população institucionalizada (creches, quartéis, escolas, entre outros).
Classificação das epidemias de acordo com a sua progressão no tempo
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Exposição maciça comum de curta duração (epidemia explosiva);
Exposição maciça comum prolongada;
Exposição maciça comum seguida de casos secundários;
Exposição múltipla (epidemias progressivas ou prolongadas).
Determinação do provável período de exposição dos casos em surto por veículo comum
Método do período médio de incubação
Método do período máximo e mínimo de incubação
Roteiro da investigação de caso
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Etapa 1 – Confirmação do diagnóstico da doença; :
Etapa 2 – Confirmação da existência de epidemia ou surto;
• Etapa 3 – Caracterização da epidemia (relativa ao tempo, lugar ou atributos das pessoas);
Etapa 5 – Análises parciais: consolidação dos dados disponíveis, de acordo com as características de pessoa, tempo e lugar; análises preliminares dos dados clínicos e epidemiológicos; discussão dessas análises com outros profissionais; formulação de hipóteses quanto ao diagnóstico clínico, fonte de transmissão e potenciais riscos ambientais; identificação de informações adicionais, necessárias à elucidação das hipóteses levantadas, para a continuidade da investigação; identificação de informações adicionais, necessárias para a avaliação da efetividade das medidas de controle que já estão sendo adotadas; definição de outras medidas de controle, quando necessário.
Etapa 6 – Busca ativa de casos
Etapa 7 – Busca de dados adicionais
Etapa 8 – Análise final
Etapa 9 – Medidas de controle
Etapa 10 – Relatório Final
Etapa 11 – Divulgação aos demais serviços de saúde
Etapa 4 – Formulação de hipóteses preliminares (se a disseminação da epidemia se deu por veículo comum, por transmissão pessoa a pessoa ou por ambas as formas; provável período de tempo de exposição dos casos às fontes de infecção; período de incubação; provável agente causal).
Aluno: Anna Luiza Pereira Braga
Medicina: P3
ISEC III