Seu Sebastião, 53 anos, de uma vida de excessos. Mestre de obras de formação. Sempre se orgulhava para os familiares de nunca ter colocado um cigarro de maconha ou qualquer outra droga na boca, por outro lado, demonstrava vaidade por ser um profundo conhecedor de cachaças da terra de todos os lugares que passava. Ele sempre dizia antes de virar uma dose de cachaça e iniciar seu trabalho na construção civil, que exercia com maestria "Nada melhor do que uma caninha, para alinhar as juntas e começar o dia, é meu combustível". Para ele não tem tempo ruim, de velório a batizado, sempre está lá com seu cantil e uma piada fora de hora. Resolveram viajar em família no final do ano e pegaram um ônibus no terminal da Barra Funda em São Paulo, para visitarem os parentes no interior do Piauí. Três dias de viagem, estava tudo certo que chegariam na quarta a noite, mas o ônibus quebrou na divisa com a Bahia. Ficaram mais de 6 horas parados, aguardando conserto. Quando retornou a estrada, após algumas horas rodando, notou-se que algo não estava certo. Sebastião estava inquieto, suava frio e não parava com as pernas. Mostrava-se trêmulo, ficava olhando para os lados e pela janela do ônibus como se fosse pular. Dito e feito, foi só o ônibus parar que ele saltou pela janela. Corria como um louco e ninguém conseguia segura-lo, falava um monte de coisas sem sentido e só foi contido após algumas horas de busca na mata. Tem histórico de convulsão que geralmente eram acompanhados de uma suadeira e que nesse tempo ele tremia feito uma vara verde. No entanto, a exceção de um problema no pâncreas ou no fígado, não se sabe ao certo e uma possível hipertensão. Aparentava uma boa saúde, apesar da barriga saliente e dos inchaços na perna vez ou outra, talvez pela falte de exercícios. Ele encontra-se bem violento e foi amarrado fora do ônibus. Ao chegar no hospital encontrava-se com a pressão elevada e com alucinações, com isso foi injetado glicose e após isso ele convulsionou.