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Lesões inalatórias decorrentes de incêndios - Coggle Diagram
Lesões inalatórias decorrentes de incêndios
Intoxicação por CO
Todo paciente com queimadura de via aérea por inalação devemos presumir que esteja intoxicado por CO
CO: subproduto da combustão incompleta
Afinidade 200x mais forte da hemoglobina pelo CO do que pelo O2
Compromete a oferta de O2 aos tecidos
Diminuição da capacidade de carreamento de oxigênio
Liberação insuficiente da molécula deO2 a nível tecidual
Formação de carboxihemoglobina
Valores de referência
Nomal: <3%
Tabagistas: até 15%
Meia-vida no plasma
Ar ambiente, na pressão normal atmosférica
4-6h
Com 100% de oxigênio à pressão atmosférica
é reduzida em média, 75 minutos
carboxi-hemoglobina gerada pela exposição ao cloreto de metileno
13h
Alterações metabólicas
disfunção endotelial e vasodilatação
pela liberação de guanilato ciclase e óxido nítrico
Pode resulta em hipotensão
Atrai neutrófilos
esencadeia a cascata inflamatória
que resulta em peroxidação lipídica e apoptose de células neuronais
Explicando: Rabdomiólise
IAM e morte neuronal
Hipoxemia + hipotensão
pode causar lesão de isquemia-reperfusão em miócitos cardíacos e no tecido neuronal
Intoxicação por CO
Leve a moderada
cefaleia, mal-estar, tontura e náuseas
Grave
IAM, convulsão, parada cardíaca, rebaixamento de consciência - coma ou óbito
Tratamento
Avaliação inicial
Avaliar sinais de edema, se presente:
Estridor
Uso de musculatura acessária
Desconforto respiratório
Hipoventilação
Queimadura em face e pescoço
Intubação precoce
Presença de
edema
Corticosteróides
Presença de
secreção
pulmonar
Inalação com beta-agonista + ipratrópio
Fisioterapia respiratória
Leva a broncorreia -> broncoespasmos -> tosse -> dispneia
Manter FiO2 em 100%
Reversão da hipoxemia
Avaliação circulatória
Presença de instabilidade hemodinâmica
reposição hidroeletrolítica agressiva
Usar equação de Parkland, por exemplo.
Avaliação laboratorial
Gasometria arterial com medida de oxiemoglobina, carboxihemoglobina
Presença de metilhemoglobina
Lactato
Rx de tórax: avaliar lesão pulmonar, obstruções e secreções
Na presença de fuligem ou partículas
Broncoscopia
Remoção do material para minimizar inflamações e infecções pulmonares
Observações
Vítimas de incêndio com lesão inalatória necessita de observação intensiva nas primeiras 24h
Atenção do nível de consciência ou intoxicação
Atentar ao broncoespasmos
Encaminhar para UTI
Câmara hiperbárica
Pode reduzir a taxa de carboxihemoglobinemia e
sequelas neurológicas tardias
Uso indicado principalmente nas primeiras 6h de intoxicação
Entretanto, evidências sólidas inconclusivas
Intoxicação por cianeto
Comum em incêndios de ambientes fechado devido a queima de produtos contendo nitrogênio como polímeros síntéticos, papel, poliuretano, lã, entre outros.
Cianeto produz hipóxia por bloqueio da cadeia respiratória na mitocôndria, pela limitação da produção de composto de fósforo de alta energia.
Hipóxia tecidual grave
Acidose lática
Lactato
Gravidade proporcional à intoxicação
Saturação venosa central de oxigênio elevada
Diagnóstico
Dosagem sérica de cianeto
Análise demorada e pouco disponível nos serviços
Suspeita de intoxicação por cianeto
Tratamento empírico
Tratamento
Ofertar O2 a 100%
No intuito de reverter a hipóxia tecidual
Antídoto
Hidroxicobalamina
Liga-se ao cianeto e forma a cianocobalamina (vitamina B12) e é excretada pelos rins
Dose
100 mg/kg IV
5g se peso desconhecido
Fármaco indisponível comercialmente na formulação necessária para estes casos
Nitrito de sódio
Indução da formação de metahemoglobina por afinidade do cianeto. Na tentativa de reduzir a ligação do cianeto à mitocôndria.
Dose
300 mg (adultos)
Nova administração de 150 mg pode ser feita em 30 minutos
Atenção
Esta medicação pode piorar hipóxia tecidual por metahemoglobinemia
Tiossulfato de sódio
Doador de enxofre para conversão de cianeto em tiocianato o qual é excretaado pela urina.
Dose
12,5g IV (velocidade máxima de 1,25g/minuto)
Medicação limitada por ter inicio de ação lenta, penetração ruim na barreira hematocefálica e nas mitocôndrias.
Dicobalto EDTA
Similaridade com os íons de ferro que se liga ao cianeto.
Dose
300mg podendo ser repetida, dependendo do quadro do paciente
Medicação mal tolerada por seus efeitos colaterais. Restrita para intoxicação grave confirmada.
Fisiopatologia
Térmica
Lesão direta + edema
Fuligem e queimadura em face
Química
Aspiração de partículas
Inflamação
infiltrado neutrofílico com liberação de proteases e radicais livres
Manifestação
Broncoespasmos
Brancorreia
Descamação secundária
Atelectasia
Maior chance de infecção
Obstrução de via aérea
Pode resultar em barotrauma (raro)
Intoxicação sistêmica
Causas
Monóxido de carbono
Cianeto
Acadêmica: Sileivane Alves Nunes Magalhães
Turma: V
Período: 8º
Profa.: Dra. Joana Rita
Disciplina: HAM - VIII
Bibliografia: Bassi E, et al. Atendimento às vítimas de lesão inalatória por
incêndio em ambiente fechado: que aprendemos
com a tragédia de Santa Maria. Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(4):421-429