Paciente, 62 anos, masculino, apresenta massa abdominal pulsátil assintomática em um homem com 62 anos.
A ultrassonografia demonstrou um aneurisma de 4,2 cm na aorta infrarrenal. O paciente então é encaminhado para avaliação e tratamento.
História clínica significativa para hipertensão e angina estável.
Ele fuma 40 maços de cigarro por ano. Suas medicações atuais incluem ácido acetilsalicílico, b-bloqueador e nitratos. O paciente se descreve como um homem aposentado ativo que joga golfe duas vezes por semana. Ao exame, os pulsos carotídeos e dos membros superiores estão normais. O abdome não está sensível e a pulsação aórtica é proeminente. É fácil palpar os pulsos nas regiões femorais e poplíteas e eles parecem mais proeminentes que de hábito.
-
Fatores de risco:
» Tabagismo (risco 5 x maior)
»Sexo masculino – prevalência
» Sexo feminino – ruptura
» Idade > 65 anos
» Parente de 1º grau com AAA
» Hiperlipidemia
» Doenças do tecido conjuntivo
» DPOC
» Obesidade
» Não diabético – DM é fator de proteção
» Transplante cardíaco ou renal prévio
Etiologia:
Acreditava-se que os aneurismas arteriais surgiam da doença aterosclerótica e, certamente, a aterosclerose da íntima acompanha o aneurisma da aorta abdominal
Dados subsequentes sugerem que alterações nas metaloproteinases do tecido podem diminuir a integridade da parede arterial
O tabagismo continua sendo o fator de risco mais importante
Fisiopatologia:
Histologicamente, há obliteração de colágeno e elastina nos meios e nas camadas média adventícia, perda de células musculares lisas com consequente afilamento gradual da parede medial, infiltração de linfócitos e macrófagos e neovascularizaçãoExistem 4 mecanismos relevantes para o desenvolvimento do AAA:
Degradação proteolítica do tecido conjuntivo da parede da aorta
Estresse biomecânico sobre a parede
Genética molecular
Classificação:
• Congênito: embora a degeneração medial ocorra naturalmente com a idade, ela é acelerada em pacientes com válvulas aórticas bicúspides e síndrome de Marfan.
• Infeccioso: a infecção da parede aórtica (aneurisma micótico) é uma etiologia rara. Os patógenos mais comuns são Staphylococcus e Salmonella. A Chlamydia pneumoniae foi postulada como uma etiologia infecciosa para aneurismas convencionais. A sífilis terciária pode se manifestar como aneurisma da aorta, mas esta é uma apresentação extremamente rara.
• Inflamatório: a etiologia dos AAAs inflamatórios permanece controversa. Essa variante caracteriza-se por um acúmulo anormal de citocinas e macrófagos no tecido doente. Patologicamente ocorre fibrose perianeurismática, espessamento das paredes e aderências densas.
Manifestações clínicas:
A maioria dos pacientes são assintomaticos
» Dor abdominal
» Dorsalgia
» Dor na virilha
» Perda de peso – AAA inflamatório
» Massa pulsátil sensível a palpação
» Febre – infeccioso
» Osteomielite de coluna – infeccioso
» Dor abdominal + dorsalgia + massa abdominal pulsátil + hipotensão– AAA roto
Diagnóstico:
Exame físico:
» Massa abdominal pulsátil
» Sensibilidade abdominal
» Avaliar presença de aneurisma das artérias periféricas (femoral e poplítea)
Exames laboratoriais:
» VHS e PCR elevados – AAA inflamatório
» Hemocultura – AAA infeccioso
» Hemograma (anemia e leucocitose) – AAA infeccioso
USG de abdome:
» Exame definitivo para o diagnóstico inicial e rastreamento.
Outros:
» Angiotomografia
» Angiografia por RM
» São usados para o mapeamento anatômico para ajudar no planejamento operatório – aberto ou endovascular
Rastreamento:
Em homens de 65 anos de idade reduz significativamente a mortalidade específica para AAA
O rastreamento para AAA com uma única USG é recomendado em homens de 65 a 75 anos de idade que já fumaram
Rastreamento seletivo (fatores de risco) para aneurisma da aorta abdominal em homens com idade entre 65 e 75 anos que nunca fumaram.
Não há evidências em relação ao benefício de um rastreamento único do AAA para as mulheres sem FR
Diagnostico diferencial:
Diverticulite, cólica ureteral, SII, DII, apendicite, torcao ovariana, hemorragia do TGI
-