FIMOSE E PARAFIMOSE/ TORÇÃO TESTICULAR

FIMOSE E PARAFIMOSE
⚠️ EMERGÊNCIA MÉDICA (forma aguda)⚠️

FIMOSE: O prepúcio é uma dobra de pele que recobre a glande, tendo como função a proteção desta estrutura e também do meato uretral. Quando não é possível sua retração manual, com exposição completa da glande

PARAFIMOSE:é uma doença que ocorre quando o prepúcio do pênis não circuncisado é retraído por longo período e permanece atrás da glande, causando ingurgitamento vascular e edema da glande distal

Emergência médica

Ambas: Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em crianças e idosos.

Etiologia:

São fatores para Para fimose:

  1. Retração do prepúcio de um pênis não circuncisado por um profissional de saúde durante exame físico, cateterismo ou cistoscopia peniana, que então se esquece de recolocar o prepúcio por cima da glande.


  2. Coexistência de higiene deficiente e surtos recorrentes de infecção bacteriana (balanite) tornam a doença mais provável.


  3. Outras causas de parafimose incluem relação sexual em homem não circuncisado com fimose (abertura estreita do prepúcio), práticas sexuais que causam constrição do prepúcio, piercing peniano, infestações parasitárias, líquen escleroso, circuncisão inadequada ou hemangiomas do pênis.

Fisiopatologia

A retração do prepúcio atrás da glande (na presença de prepúcio fimótico) causa constrição da glande distal pelo anel fimótico

causa ingurgitamento vascular, pois os fluxos linfático e venoso do anel constritor estão prejudicados. Isso resulta em edema secundário.

As consequências são comprometimento vascular adicional, pois o fluxo arterial está prejudicado, e possível isquemia do pênis distal ao anel fimótico.

Pode se observar eventual necrose da glande. Em outros casos, a pele da glande se torna espessa e seca, causando a forma crônica da parafimose.

é uma condição em que o prepúcio é muito rígido para ser puxado para trás, pela cabeça do pênis (glande).

Nos recém-nascidos normalmente identificamos uma dificuldade de exposição da glande em decorrência de aderências fisiológicas entre o prepúcio e a glande (fimose fisiológica ou aderências balanoprepuciais fisiológicas).

Em 10% da população observa-se a presença de anel fibrótico que impede a retração do prepúcio; este anel pode ter origem congênita, ser resultado de tentativas traumáticas de liberação do prepúcio nos primeiros anos de vida, ou pode ter origem a partir de episódios de infecções locais recorrentes (balanopostites de repetição).

FIMOSE PATOLÓGICA: quando a falha na retração decorre da cicatrização distal do prepúcio.

Ocorre inchaço, fazendo com que o prepúcio fique preso atrás da glande.

TIPOS DE PARAFIMOSE

Aguda: maioria dos casos de apresentação com anel fibrótico, ingurgitamento e edema de glande.

Crônica: pode ocorrer quando os pacientes se apresentam vários dia após as queixas, podendo se apresentar até mesmo com necrose da glande.

FATORES DE RISCO

  1. cateterismo urinário - causa mais comum de parafimose é o cateterismo urinário quando, após a inserção do cateter, o prepúcio não é recolocado por cima da glande.


  2. ausência de circuncisão - causa primária do desenvolvimento de parafimose


  3. dependência de um cuidador para higiene diária: Os problemas surgem quando o prepúcio não é devolvido à posição original


  4. prepúcio apertado - Se um prepúcio apertado for retraído com força ele pode ficar preso atrás da glande.


  5. fimose patológica quando a falha na retração decorre da cicatrização distal do prepúcio. Geralmente, essa cicatrização aparece como um anel branco fibroso e contraído ao redor do orifíciodo prepúcio.


  6. higiene precária - torna a doença mais provável.

  7. infecção bacteriana - a existência de surtos recorrentes de infecção bacteriana (balanopostite)


  8. infecção parasitária - Infecções como filariose, que prejudicam a drenagem linfática.


  9. diabetes - condições crônicas, como diabetes, podem ocasionar episódios recorrentes de infecção peniana e eventual fimose. Isso aumenta o risco potencial de desenvolvimento de parafimose.

CLÍNICA
Adulto: dor no pênis
Criança: sintomas obstrutivos de micção (sensação de esvaziamento incompleto, esforço à micção e fluxo urinário reduzido).

EXAME FÍSICO

1.glande aumentada e congestionada com um colar de prepúcio edematoso.
2.uma faixa constritiva de tecido pode ser observada diretamente atrás da cabeça do pênis.

  1. A glande e o prepúcio devem ser avaliados quanto a sinais precoces de necrose: áreas escuras, ou a presença de uma glande não maleável, são preocupações quanto à presença de necrose precoce (incomum)

TRATAMENTO

Cirurgia de emergência: para casos de isquemia e necrose precisam de sedação ou anestesia geral para procedimento, seguida por redução imediata por meio de técnicas cirúrgicas. O tecido desvitalizado requer desbridamento cirúrgico.

TIPOS AGUDOS SEM ISQUEMIA E NECROSE

MANIPULAÇÃO: O primeiro método de tratamento envolve a manipulação do pênis para reduzir o edemaciamento e para recolocar o prepúcio por cima da glande.
Após anestesia:

Bolsas de gelo: podem ser aplicadas ao pênis (depois que ele for coberto com plástico) para reduzir o edema.

Compressão: geralmente é realizada usando uma mão enluvada, mas também pode ser obtida com um curativo de 2 x 2 polegadas. A glande edematosa e o prepúcio devem ser comprimidos até que se observe melhora no edema

Agente osmótico: esta técnica se baseia no princípio de que o líquido flui contrário a um gradiente de concentração; neste caso, o líquido hipotônico no pênis flui para o agente hipertônico no lado externo da pele.

Tendo-se reduzido o edemaciamento do prepúcio o máximo possível, realiza-se a redução manual. O anel fimótico é puxado, ao passo que a glande é empurrada para baixo.

TECNICA DE PUNÇÃO

Técnica de Dundee: Após analgesia e sedação local adequadas, várias punções são feitas no prepúcio edematoso usando uma agulha hipodérmica de calibre 22. Em seguida, o prepúcio é reduzido por compressão e redução manual. As perfurações permitem a exsudação do fluído edematoso e diminuição do edemaciamento.

Hialuronidase, uma proteína natural que causa hidrólise do ácido hialurônico, um mucopolissacarídeo extracelular, pode ser usada para melhorar a técnica de punção. A injeção da hialuronidase no prepúcio edematoso causa degradação do ácido hialurônico e redução do edema. A

REDUÇÃO CIRUGICA

Embora possa ser feita à beira do leito usando um bloqueio peniano (ou seja, anestesia local associada a sedação) em pacientes muito enfermos e idosos, na maioria dos pacientes será necessária anestesia geral.

Para o procedimento de fenda dorsal, o anel fimótico é incisado no aspecto dorsal do pênis até que a liberação do prepúcio seja identificada. Isso permite que o edema diminua. Para fechar asbordas usa-se sutura com categute crômico 4-0 ou semelhante. A conclusão da circuncisão é realizada em um segundo procedimento, depois que o edema do prepúcio remitir

TIPOS CRONICOS SEM ISQUEIA E NECROSE

devem ser submetidos a redução cirúrgica seguida por circuncisão.

TRATAMENTO

  1. Uso tópico de cremes de corticosteroides (betametasona 0,1%), com sucesso de aproximadamente 70% a 80% em seis a sete semanas


  2. Nos pacientes com fimose que não responderam ao tratamento conservador e não apresentam complicações da fimose, o momento para realização da postectomia varia entre três e dez anos de idade.


A cirurgia se encontra indicada de forma inquestionável na presença de uma ou mais das seguintes complicações:

(1) fimose cerrada, que clinicamente se manifesta com a formação de uma pequena bolsa no prepúcio durante a micção;


(2) infecção urinária de repetição (e que foram excluídas malformações geniturinárias);


(3) episódios de balanopostites de repetição

TORÇÃO TESTICULAR

⚠️URGÊNCIA UROLÓGICA⚠️
⬇️
Torção testicular no cordão espermático

TORÇÃO EXTRAVAGINAL
• Neonatos no período perinatal

TORÇÃO INTRAVAGINAL
• +% adolescentes oas 14 anos

Etiologia

  • A deformidade em badalo de sino (na fixação da túnica vaginal);
  • Trauma;

Fisiopatologia

  • Camada peritonial = túnica vaginal;
  • Prende a parede posterior, na parte inferior e na região superior do testículo;
  • Fixação dupla na parte superior ➡️ Badalo de sino ➡️ Movimento livre dentro da túnica;
  • Constrição dos vasos sanguíneos;
  • Isquemia;
  • Necrose;

Fatores de risco

  • 1️⃣ Idade abaixo de 25 anos;
  • 2️⃣ Neonatos;
  • 3️⃣ Deformidades em badalo de sino;
  • 4️⃣ Traumas;
  • 5️⃣ For testicular intermitente;
  • 6️⃣ Criptorquidia;
  • 7️⃣ Clima frio;
  • Fixação anormalmente alta da túnica vaginal ao cordão espermático;
  • Rotação do testículo dentro da bolsa;
  • “Balado de sino”

Desce e gira em torno do cordão espermático antes de fixar-se à parede escrotal posterior

Prevenção

Rastreamento

  • Exame testicular

Duração da isquemia determinam o grau de viabilidade do tecido

  • 4 a 6h ➡️ viáveis;
  • 10 a 12h ➡️ isquemia e dano irreversível ao testículo;
  • Após 12 horas ➡️ necrose.

História Clínica

Dor testicular

Dor aguda que surge e desaparece ou intermitente

Não há alívio da dor com elevação do escroto

Inchaço escrotal

Eritema escrotal

Hidrocele reativa

Testículo alto

Posição horizontal

Reflexo cremastérico ausente

Náuseas e vômitos

Dor abdominal

Febre

Rara

Prevenção Primária

  • Dor testicular intermitente;
  • Avaliação urológica;

Manobra de Prehn

Prevenção secundária

  • Exploração: testiculo contralateral é preso
  • Início súbito;
  • Sensibilidade testicular;

Investigação

  • ultrassonografia em escala de cinza
  • ultrassonografia com Power Doppler
  • ultrassonografia com Doppler colorido
  • Cintilografia (Padrão Ouro ⚠️)
  • Hemograma completo
  • Proteína C reativa
  • Urinálise

TRATAMENTO

  • Cirúrgico;
  • Destorção manual;

Cuidados de suporte

  • Alívio da dor (sulfato de morfina);
  • Sedação;
  • Antiemético (ondansetrona);

Diagnóstico diferencial

Torção de apêndice testicular

  • Início gradual;
  • ❌ Náuseas e vômitos;
  • Sinal do ponto azul;

Epididimite ou epididimorquite

  • Dor inferior e posterior;
  • Dor e edema ao longo do tempo;

Hidrocele

Varicocele

Hérnia inguinal

  • Levantamento de peso;
  • Massa redutível;
  • Posicionamento normal;
  • Reflexo cremastérico normal;

Criptorquidia

definição
ocorre quando um ou ambos os testículos não estão presentes na porção dependente do saco escrotal.

Etiologia:
Atualmente, sua etiologia é desconhecida. No entanto, vários fatores etiológicos foram sugeridos:

  • hormonal
  • toxinas ambientais ou maternas
  • consumo materno de bebidas alcoólicas, consumo de analgésicos, e tabagismo também foram associados a um aumento do risco
  • diabetes gestacional e/ou a obesidade
    -genético
  • mecanico
  • neuromuscular

Um adolescente de 17 anos chega ao serviço de emergência (SE) após ter desenvolvido manifestação aguda de uma dor intensa no testículo direito, há cerca de 4 horas, enquanto jogava futebol. O paciente nega ter sofrido traumatismo recente na área, febre, disúria ou secreção peniana. Embora ele esteja nauseado, não há dor abdominal nem vômito.Ao exame, sua temperatura é de 37,5oC, a pressão arterial está 138/84 mmHg, a frequência cardíaca é de 104 bpm e a frequência respiratória é de 22 mpm. O paciente apresenta desconforto agudo em consequência da dor. Sua condição abdominal é benigna. À inspeção visual, o paciente apresenta inchaço e eritema escrotal de lado direito, na ausência de secreções ou lesões penianas. Devido à sensibilidade escrotal intensa e difusa, é difícil examinar a região de forma mais detalhada. Entretanto, não ocorre subida testicular quando a porção interna da coxa do paciente é golpeada. O exame de urina mostrou a presença de 3 a 5 leucócitos sanguíneos/campo de maior aumento (CMA).

2) Um menino não circuncisado de 6 meses de idade é trazido à clínica pediátrica com história de 24 horas de edema peniano. Os pais observaram que estava difícil retrair o prepúcio. Durante o banho na noite anterior, a mãe finalmente conseguiu retrair o prepúcio por completo. Na clínica, o prepúcio permanece retraído atrás da glande, que está edematosa e ingurgitada. O lactente parece sentir dor quando o pênis é manipulado.

classificação:
Testículo Palpável

  • Trajeto Normal
    • Retrátil
    • Retido (intracanalicular, pré-escrotal)
  • Trajeto Anormal (ectópico)


    • Inguinal superficial
    • Pubopeniano
    • perineal
    • femural
    • cruzado (transverso)



      Testículo Não-palpável

  • Intra-abdominal (criptorquismo verdadeiro) Anorquismo

Diagnóstico

Exame físico:

  • realizar a palpação testicular
    • O reconhecimento da correta localização testicular depende de um exame cuidadoso, com o paciente calmo e se necessário utilizando-se manobras de inibição do reflexo cremastérico, como a posição de cócoras ou semi-sentada com joelhos fletidos, mãos do examinador e ambiente aquecidos.

Testículos Retráteis
O testículo retrátil é aquele que está posicionado dentro do escroto e que esporadicamente (relacionado ao reflexo cremastérico) deixa o escroto apenas transitoriamente, não necessitando, portanto, qualquer medida terapêutica.

Quando um exame físico adequado não consegue reconhecer a localização gonadal, esta pode ser intra-abdominal ou mesmo não existir.

  • Exames complementares (baixa sensibilidade)
    • USG (detecção de testículos localizados junto ao anel inguinal interno)
    • TC (falso-negativos)
    • RM (A necessidade de sedação também é um fator limitante para a RM)

tratamento

  • tem como objetivo o posicionamento intra-escrotal do testículo com o intuito de minimizar o trauma, reduzir o risco de torção, facilitar a palpação gonadal, garantindo uma melhor observação clínica ao longo prazo, bem como tentar minimizar os riscos de insuficiência testicular e de desenvolvimento neoplásico.
  • Orquiectomia;
  • Orquidopexia;

o modo de tratamento depende do tipo de criptorquismo. Os testículos retidos, que representam a maior parte dos testículos criptorquídicos, devem ser tratados primari- amente com hCG, desde que não haja associação com hérnia inguinal, cisto de cordão, hidrocele ou varicocele. Também serão tratados com hCG os testículos retráteis com alto grau de retratilidade ou com sinais de redução de volume testicular e hipoplasia escrotal. Testículos retidos que não respondam ao tratamento hormonal, bem como todos os testículos ectópicos e os testículos não-palpáveis terão sempre indicação cirúrgica para sua correção.

A dose atualmente indicada é de 50UI/Kg/dia, via IM, uma vez por semana, com duração total de 6 semanas. É eficaz em 70 a 80% dos pacientes com testículos retráteis. Nos pacientes com testículos retidos, a eficácia do tratamento varia de 10 a 25% de acordo com a faixa etária.

o hormônio hipotalâmico liberador de gonadotrofinas (GnRH) foi introduzido como um tratamento alternativo, com a vantagem do uso intranasal e de não provocar o hiperestímulo androgênico. Pode provocar certo grau de rinite.

Complicações

  • Infarto do testiculo/ Dano testicular permanente / perda do testiculo;
  • Infertilidade;
  • Implicação psicológica;
  • Torção recorrente;
  • Desen. puberal comprometido;