Um adolescente de 17 anos chega ao serviço de emergência (SE) após ter desenvolvido manifestação aguda de uma dor intensa no testículo direito, há cerca de 4 horas, enquanto jogava futebol. O paciente nega ter sofrido traumatismo recente na área, febre, disúria ou secreção peniana. Embora ele esteja nauseado, não há dor abdominal nem vômito.
Ao exame, sua temperatura é de 37,5oC, a pressão arterial está 138/84 mmHg, a frequência cardíaca é de 104 bpm e a frequência respiratória é de 22 mpm. O paciente apresenta desconforto agudo em consequência da dor. Sua condição abdominal é benigna. À inspeção visual, o paciente apresenta inchaço e eritema escrotal de lado direito, na ausência de secreções ou lesões penianas. Devido à sensibilidade escrotal intensa e difusa, é difícil examinar a região de forma mais detalhada. Entretanto, não ocorre subida testicular quando a porção interna da coxa do paciente é golpeada. O exame de urina mostrou a presença de 3 a 5 leucócitos sanguíneos/campo de maior aumento (CMA).
Torção testicular
Conceito
emêrgencia urológica resultante da torção do testículo no cordão espermático, causando uma constrição no suprimento vascular e isquemia tempo dependente e/ou necrose testicular
Epidemiologia
- Torção extravaginal: neonatos no período perinatal;
- Torção intravaginal: homens de qualquer idade/mais frequente adolescentes 12-18 anos.
Classificação
Torção intravaginal
- mais comum;
- ocorre por fixação anormalmente alta da tunica vaginal ao cordão espermático, que permite a rotação do testiculo dentro da bolsa;
- Normal: a camada túnica vaginal prende-se a parede escrotal posterior, na parte inferior posterior do testiculo e na região tesicular superior.
- Badalo de sino: as duas fixações da túnica ocorrem na parte superior do testículo.
Torção extravaginal
- Raro;
- ocorre no período perinatal quando o testículo desce e gira em torno do cordão espermático antes de fixar-se a parede posterior escrotal
Tratamento
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Tratamento cirúrgico
a abertura da rafe mediana do escroto, o testículo
é acessado, destorcido e sua viabilidade avaliada
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Criptorquidia
Conceito
Epidemiologia
Etiologia
Fisiopatologia
Classificação
Prevenção
Fatores de risco
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Rastreamento
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Testículo não descido, palpável, idade acima de 6 meses:
• Testículo retrátil: pode ser puxado para dentro do escroto e permanecer aí após a liberação da tração.
• Testículo com criptorquidia: não pode ser puxado para dentro do escroto ou retorna rapidamente para a posição superior após ser puxado para dentro do escroto.
Testículo unilateralmente não palpável:
• Não é possível localizar o testículo, apesar do exame físico completo.
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Migração incompleta do testículo durante a embriogênese da posição retroperitoneal original próxima aos
rins até sua posição final no escroto.
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- Hormonal;
- Toxinas ambientais ou maternas;
- Consumo materno de bebidas alcoólicas, analgésicos, tabagismo;
- Diabetes gestacional e/ou a obesidade;
- Genético;
- Mecânicos;
- Neuromuscular
Prevalência: 2% a 8% em neonatos a termo.
Esse índice diminui para 1% a 2% após os primeiros meses de vida, pois a criptorquidia congênita pode remitir espontaneamente com o pico neonatal de testosterona aos 3 meses.
A criptorquidia ocorre quando um ou ambos os testículos não estão presentes na
porção dependente do saco escrotal.