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SÍNDROMES HEMORRÁGICAS NA 2ª METADE DA GESTAÇÃO - Coggle Diagram
SÍNDROMES HEMORRÁGICAS NA 2ª METADE DA GESTAÇÃO
ETIOLOGIAS
Causas Obstétricas
Placenta Prévia (PP)
Definição
Implantação da placenta total ou parcial no segmento inferior do útero após a
28ª semana de gestação
se em USG a placenta estiver no segmento inferior do útero antes da
26ª semana de gestação
diz-se que há
inserção baixa de placenta
- evento transitório
Incidência
0,35-0,46% das gestações
Classificação
Baixa
- localizada próx. ao colo do útero, sem atingi-lo
Marginal
- atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo
Completa ou centrototal
- recobre totalmente o orifício interno do colo do útero
Placenta centrototal
- oclui totalmente o orifício interno do colo do útero
Placenta centroparcial
- recobre parcialmente o orifício interno do colo uterino
Placenta marginal
- atinge a borda do orifício interno do colo uterino
Placenta lateral
- atinge o segmento inferior, porém distal, até cerca de 7cm do orifício interno do colo uterino
Etiologia
Primitiva
Decorrente de imaturidade do ovo ou condições inapropriadas do terreno
Alterações inflamatórias, infecciosas ou atróficas podem alterar a decídua, gerando leito placentário impróprio para nidação.
Secundária
Implantação placentária no segmento inferior, por crescimento placentário inusitado em termos de superfície
ocorre inversão das vilosidades coriais, com involução e regressão das vilosidades contíguas da decídua basal e crescimento das vilosidades do lado da decídua reflexa
Fatores de risco
Idade materna avançada
Cesária em gestação anterior
Multiparidade
Miomectomia
Endometrite
Miomatose uterina
Gemelaridade
Antecedente de inserção baixa de placenta
Tabagismo
Quadro clínico
Hemorragia genital sem causa aparente, indolor, de coloração vermelho-viva, com início e cessar súbitos em episódios que se repetem e se agravam.
Diagnóstico
Exame físico
Feto em boas condições
Exame especular
revela a origem do sangramento
Toque vaginal pode causar intensa hemorragia
USG obstétrica
Placenta com implantação segmentar e sua relação com o orifício interno do colo,
Diagnóstico diferencial
DPP
Rotura uterina
Rotura de Vasa Prévia (VP)
Rotura do seio marginal
Lesões cervicais: tumorações, pólipos, inflamações
Lesões na vagina ou vulva
Conduta
< 37 semanas: internar a gestante sintomática na tentativa de controlar o sangramento.
controle de sinais vitais maternos e da vitalidade fetal
26-34 semanas: internar a gestante sintomática na tentativa de controlar o sangramento.
Corticoterapia visando amadurecimento pulmonar fetal
Interromper a gestação quando atingir o termo ou a impossibilidade de controle da hemorragia materna
Na maioria das gestações a termo ou em casos de PP completa (com ou sem feto morto): cesária
Deficiência do miotamponamento do segmento inferior, com sangramento após dequitação
Usar ocitócitos e tamponamento local com compressas cirúrgicas
Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)
Definição
Separação abrupta da placenta normalmente inserida em gestação acima de 20 semanas e antes da expulsão do feto.
Incidência
Representa mais de 30% das hemorragias do 3° trimestre de gestação
Em 50% dos casos, ocorre no período anteparto; e em 40% no período da dilatação
Etiologia
Traumáticas
1% dos casos
Decorrem de manobras e procedimentos obstétricos; ou de pressão exercida diretamente sobre o útero (acidentes automobilísticos, agressões físicas)
Não Traumáticas
Em 75% dos casos, é causada por Síndromes Hipertensivas (crônica ou gestacional)
Fatores de risco
Hipertensão
Amniorrexis prematura
Trombofilias hereditárias
Uso de cocaína
Trauma
Tabagismo
DPP em gestação anterior
Multiparidade
Gestação múltipla
Rápida desompressão uterina
Leiomioma uterino
Anomalias uterinas placentárias
Fisiopatologia
Hemorragia decidual
Hematoma retroplacentário se forma, criando uma erosão na superfície placentária
Há aumento da área de descolamento, provocando maior extravasamento sanguíneo e aumentando o volume do coágulo
Torna-se um ciclo vicioso, com progressão e irreversibilidade do DPP.
Em casos de
DPP com coágulo retroplacentário
, pode haver distúrbios de coagulação -
Coagulação intravscular disseminada (CIVD)
.
A tromboplastina, resultante da lesão tecidual, ao chegar à circulação materna pode causa estado de hipercoagulabilidade.
A CIVD exalta o sistema fibrinolítico, deteriorando ainda mais a hemostasia
Quanto maior a área placentária descolada, maior a mortalidade fetal
A hemorragia vaginal ocorre quando o sangue separa o espaço entre as membranas e a decídua
A hipertonia uterina ocorre pela ação irritativa ocasionada pelo contato do sangue com a fibra muscular uterina.
Com a evolução, nota-se intensa infiltração sanguínea no miométrio, que passa a apresentar desorganização de sua arquitetura histológica e necrose isquêmica
Útero apresenta-se edemaciado, arroxeado e com sufusões hemorrágicas (útero de Couvelaire)
Útero torna-se hipotônico, com predisposição a mais perdas sanguíneas.
Sofrimento fetal
causado pela perda rápida e progressiva da superfície de trocas, com comprometimento da troca de gases.
anemia aguda materna consequente à hemorragia e à dificuldade de chegada de sangue nos espaços intervilosos durante a hipertonia uterina contribuem para a
hipóxia fetal
O sangramento genital maciço e o choque hipovolêmico que comumente acompanham a DPP podem causar necrose hipofisária (Síndrome de Sheehan), causando amenorreia e hipotireoidismo, por exemplo.
Diagnóstico
Clínico, podendo usar USG
Raramente assintomática.
Refere dor súbita e intensa em baixo-ventre, sangramento vaginal e parada de movimentos fetais.
Exame físico
Hipertensão arterial, pré-choque ou choque hipovolêmico, sinais intensos de CIVD (petéquias, equimoses ou hematomas)
Sangramento genital, aumento progressivo da altura uterina (pela formação do hematoma retroplacentário), plapação uterina que revela grande tensão da parede ou consistÊncia lenhosa permanente (tetania) e aumento de tônus uterino, dificuldade na palpação de partes fetais, ausculta fetal difícil ou ausente, e bolsa das águas tensa ao toque
Manifestações de sangramento
Hemorragia exteriorizada
Hemoâmnio
Sangramento retroplacentário
USG identifica localização da placenta e diferencia de Placenta Prévia
Classificação do DPP
Graus (classificação de Sher)
Grau 1: sangramento genital discreto SEM hipertonia uterina significativa; vitalidade fetal preservada; SEM repercussões hemodinâmicas e coagulopatia; geralmente diagnosticado no pós-parto com identificação do coágulo retroplacentário
Grau 2: sangramento uterino moderado e contrações tetânicas; presença de taquicardia materna e alterações posturais da PA; alterações iniciais da coagulação com queda de níveis de fibrinogênio; BCF presentes, com sinais de comprometimento de vitalidade
Grau 3: sangramento genital importante COM hipertonia uterina; hipotensão arterial materna e óbito fetal
Grau 3B: COM coagulopatia instalada
Grau 3A: SEM coagulopatia instalada
paciente com DPP com hemorragia externa
ABC da reanimação
VVAA pérvias, padrões de respiração e circulação
Sinais vitais
Observação de taquicardia e alterações posturais de PA
Exame obstétrico
Medida de altura uterina, BCF, hipertonia uterina
Monitorização fetal
Padrão não tranquilizador
Palpação abdominal
Contrações tetânicas
Conduta
A depender do grau pela classificação de Sher
Grau 1
geralmente feito no pós-parto, sem repercussões maternas ou fetais
Grau 2
parto vaginal é possível se iminente, desde que a vitalidade fetal esteja preservada e não haja comprometimento hemodinâmico materno.
amniotomia realizada assim que possível
Redução da pressão intrauterina com a saída do líquido amniótico com a saída do líquido, diminuindo sangramento do leito placentário quanto a passagem para a circulação materna de tromboplastina.
Monitoração do estado hemodinâmico materno, reposição volêmica e de sangue.
Monitoração de débito urinário e manutenção em 30mL/h
Manutenção do hematócrito acima de 30%
Realização de cesária em caso de instabilidade materna ou sofrimento fetal
Grau 3 (feto morto)
Parto vaginal aconselhável, caso gestante esteja estável
Cesária em gestantes instáveis, após estabilização da mesma
Monitoração de débito urinário e manutenção em 30mL/h
Manutenção do hematócrito acima de 30%
Monitoração do estado hemodinâmico materno, reposição volêmica e de sangue.
Usar ocitocina em caso de hipotonia de útero
Em caso de realização de cesária, dar concentrado de hemácias, reposição de plaquetas e plasma fresco congelado.
Prevenir coagulopatia e perda sanguínea em grande quantidade
Proteger o feto, que normalmente está em sofrimento agudo
Hemograma, coagulograma, contagem de plaquetas, dosagem de fibrinogênio e dosagem dos produtos de degradação do fibrinogênio
Causas não-obstétricas
Cervicites
Pólipo endocervical
Câncer de colo de útero
Trauma vaginal
Sofrimento fetal
Presença de hipoxemia e hipercapnia,(acidose metabólica) decorrentes do comprometimento da troca de gase
Diagnóstico
Alterações de BCF e de traçado cardiotocográfico
Taquicardia
BCF > 160 bpm, por período superior a 10 min
sinalizará hipoxemia fetal (exceto nos casos de febre materna, uso de drogas
Cardiotocografia: perda das acelerações, a mudança do traçado (perda das oscilações da linha de base) e a presença de desacelerações
Bradicardia
BCF <110 bpm, por período superior a 10 minutos
Cardiotocografia: perda das acelerações e/ou das oscilações da linha de base, e na presença de desacelerações
Desacelerações (dips) tardias
desacelerações retardadas em relação à contração uterina (o tempo entre o pico da contração e o fundo do dip é igual ou maior que 18 - 30 segundos). Estão associadas à estase de sangue interviloso e são sempre ominosas para o feto, acompanhadas de qualquer valor da frequência cardíaca fetal basal. Na ausência de acelerações e movimentos fetais, com oscilação lisa, evoluem para bradicardia terminal e morte intraparto.
As desacelerações variáveis
irão adquirir significado patológico quando apresentarem elevada frequência de aparecimento, forem profundas (60 bpm), apresentarem retorno lento (ausência de aceleração compensatória), houver perda das acelerações, ocorrer modificação das oscilações da linha de base (linha de base com padrão liso) e a frequência cardíaca fetal basal de modo geral apresentar taquicardia.
Mecônio
Sugere sofrimento fetal quando acompanhado de alterações do BCF. A ausência de acelerações e de movimentos fetais, durante o trabalho de parto representam marcadores importantes de baixa oxigenação fetal
Conduta
A ansiedade da parturiente é amenizada com a presença constante do médico assistente.
Administrar oxigênio sob máscara, 8 a 10 l/min.
Alterar a posição da paciente para decúbito lateral.
Suspender a infusão de ocitocina venosa, mantendo-se a via de acesso com soro glicosado.
Se presente hipotensão arterial materna pelo uso de anestesia de bloqueio, corrigir com infusão de líquidos e vasiconstritores