Caso Clínico - A
Um adolescente de 17 anos chega ao serviço de emergência (SE) após ter desenvolvido manifestação aguda de uma dor intensa no testículo direito, há cerca de 4 horas, enquanto jogava futebol. O paciente nega ter sofrido traumatismo recente na área, febre, disúria ou secreção peniana. Embora ele esteja nauseado, não há dor abdominal nem vômito.
Ao exame, sua temperatura é de 37,5º C, a pressão arterial está 138/84 mmHg, a frequência cardíaca é de 104 bpm e a frequência respiratória é de 22 mpm. O paciente apresenta desconforto agudo em consequência da dor. Sua condição abdominal é benigna. À inspeção visual, o paciente apresenta inchaço e eritema escrotal de lado direito, na ausência de secreções ou lesões penianas. Devido à sensibilidade escrotal intensa e difusa, é difícil examinar a região de forma mais detalhada. Entretanto, não ocorre subida testicular quando a porção interna da coxa do paciente é golpeada. O exame de urina mostrou a presença de 3 a 5 leucócitos sanguíneos/campo de maior aumento (CMA).
TORÇÃO TESTICULAR
CRIPTORQUIDIA
A criptorquidia, ou testículo não descido, ocorre quando um ou ambos os testículos não estão presentes na porção dependente do saco escrotal
Etiologia:
• No entanto, vários fatores etiológicos foram sugeridos:
• Hormonal: anormalidades nas vias/sinalização da testosterona, substância inibidora mülleriana, hormônio fator de crescimento epidérmico e/ou estrogênios.
• Toxinas ambientais ou maternas: organoclorados, estrogênios ambientais, ésteres de ftalatos e pesticidas foram associados ao aumento do risco de criptorquidia,
• Consumo materno de bebidas alcoólicas, consumo de analgésicos,e tabagismo também foram associados a um aumento do risco, embora os dados sejam conflitantes.
• Demonstrou-se que o diabetes gestacional e/ou a obesidade estão relacionados com o desenvolvimento de criptorquidia.
• Genético:.Mutações específicas incluem as que envolvem o fator 3 semelhante à insulina e seu receptor, LGR8,e as repetições CAG/ GGC nos genes do receptor de androgênio.
• Mecânicos: problemas com o desenvolvimento do gubernáculo ou fibras do músculo cremastérico, um conduto peritoniovaginal patente ou
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Fisiopatologia:
• Migração incompleta do testículo durante a embriogênese da posição retroperitoneal original próxima aos rins até sua posição final no escroto.
• Isso ocorre em ambas as fases androgênio-dependente e androgênioindependente
• De forma menos comum, a etiologia subjacente pode ser um testículo ausente ou um testículo gravemente atrófico (pequeno caroço), geralmente considerado secundário à malformação ou resultado de torção testicular
Classificação:
Testículo retrátil: pode ser puxado para dentro do escroto e permanecer aí após a liberação da tração
Testículo unilateralmente não palpável: Não é possível localizar o testículo, apesar do exame físico completo.
Testículo com criptorquidia: não pode ser puxado para dentro do escroto ou retorna rapidamente para a posição superior após ser puxado para dentro do escroto.
Testículos bilateralmente não palpáveis : Associado a um pênis normal , Associado a um micropênis ou hipospádia: encaminhar imediatamente para uma investigação de distúrbio do desenvolvimento sexual (DDS).
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Torção do testículo no cordão espermático, causando uma constrição no suprimento vascular e isquemia.
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Fisiopatologia:
O desenvolvimento anômalo da túnica vaginal e do cordão espermático pode provocar a fixação incompleta do testículo à túnica vaginal
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A DEFORMIDADE EM BADALO DE SINO é o defeito anatômico mais comum associado ao desenvolvimento da torção testicular intravaginal.
Sintomas:
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A polaciúria geralmente não está associada à torção testicular e pode sugerir diagnósticos alternativos
Diagnóstico:
História e exame físico
A ultrassonografia com Doppler da bolsa escrotal é o método complementar de escolha para a confirmação diagnóstica.
Sempre se deve avaliar uma possível torção em todo paciente com história de criptorquidia que se apresente com dor abdominal súbita
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