O herói é justamente o oposto disso, o oposto desse personagem social de mentira que a modernidade valoriza. Pomposo, vaidoso, sem defeitos, perfeito no que faz, acabado, resolvido, parece que não tem mais nada a mudar, evoluir, estático. São justamente essas pessoas com a maior quantidade de demônios internos.
Sem a jornada, a única coisa que conseguimos fazer é manter uma personagem social de nós mesmos, uma mentira validada por tudo e por todos, mas ainda é uma mentira, sem lastro na verdade individual, sem lastro naquilo que realmente somos. Por isso, os sintomas aparecem, para nos curar, para nos ligar ao que realmente somos e nos desligar da mentira validada externamente.
Somente o que realmente somos tem o poder de nos curar, o sintoma é o elo com o que realmente somos.