Com o passar dos anos, eu deixava cada vez mais a música como elemento secundário em minha vida. Tendo em vista toda a pressão e dedicação para um possível ingresso em uma faculdade, e também, o meu gradativo distanciamento de grupos e meios sociais mais sólidos. Esse distanciamento, sendo por conta de movimentos individuais, mas sobretudo, também por mudanças da própria sociedade, mudanças nas formas como as pessoas se relacionavam. - e eu não saberia explicar tão bem isso. Uma informação que não dei até agora, é que além de músicos por paixão, meus pais eram professores de ofício. Minha mãe psicóloga e professora da área, e meu pai professor de filosofia. E então foi quando descobri uma segunda paixão, quando iniciava a ler os diálogos de Platão no ensino médio. A Filosofia. Adorava ler, dissertar, escrever, e sobretudo dar aula. Nessa época eu já tinha experiência com a docência, pois eu dava aula na ONG de minha vó. Aulas para crianças, de Matemática e Português básico. Nesse momento de encontro com a filosofia no ensino médio, eu passei a cada vez mais me interessar por docência e pela experiência da educação. Foi aí que ingressei em monitorias e projetos da escola, na área de humanas e principalmente Filosofia. Com isso, no meu terceiro ano do ensino médio eu tinha certeza de que queria ser professor de filosofia, e na metade desse mesmo ano, eu passei no vestibular da UECE, para Filosofia, Licenciatura. Estive lá da metade de 2018 até o final de 2019. E não preciso falar tanto sobre como foi intenso e importante o tempo que passei no curso de filosofia. Aprendi muitas coisas, mas principalmente sobre a vida coletiva, e sobre mim.
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