fortalecidas pelo fogo de sua fértil imaginação. Às vezes, servia-lhe de ponto de partida a cena comovente de um romance; inconsciente se associava àqueles personagens fantásticos, cri- ando novos lances e novo desenlace ao que lera. Agitava-se o coração, acelerava-se o sangue nas artérias, revivendo ela naquelas existências fictícias, cheias de febre e delírio, onde a alma se expandia no sofrimento e na luta. Soabriu os lábios, aspirou largamente, parecendo-lhe que uma emanação ardente lhe enchia os pulmões, vivificando-os; meneou a formosa cabeça, murmurando: — Que loucura! invento tanta coisa e apaixono-me pelo imaginário!. (p.52)
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