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A vida do Sr. Sebastião - Coggle Diagram
A vida do Sr. Sebastião
Teníase e Neurocisticercose
O que é?
Infestação do sistema nervoso central pela forma larvária da Taenia solium, denominada Cysticercus cellulosae.
O homem vai ser o hospedeiro definitivo do verme adulto e o suíno faz parte do ciclo intermediário, onde vão se desenvolver os ovos maduros e férteis
Epidemiologia
É um doença que acomete mais pessoas socioeconomicamente vulneráveis, com ausência de saneamento básico e educação para a higiene alimentar, além da problemática da ausência de agua potável e coleta de lixo
Atinge homens e mulheres, crianças também são afetadas e tendem a ter casos mais graves da doença e infestações maciças. O pico de incidência é entre os 25 e os 35 anos
A doença vai ser descrita na maioria dos países europeus e asiáticos. Na América Latina vai ser uma doença prevalente.
Transmissão
Os humanos são os hospedeiros definitivos da T. solium, habitando no intestino.
Os parasitados eliminam as proglotes gravídicas no meio ambiente, onde ocorre a abertura com a liberação dos ovos para o solo. Isso pode ocorrer ainda no intestino, e os ovos serem liberados diretamente nas fezes.
Os suínos vão adquirir a doença, normalmente, quando são criados em liberdade, se alimentam das fezes humanas, água ou alimentos contaminados pelos ovos da tênia.
Ao se alimentar com a carne crua ou malcozida contendo larvas encistadas, o homem adquire a teníase, forma adulta da parasitose, pois o cisticerco já vivenciou sua fase intermediária
Etiologia
A T. Solium é um cestoide com ciclo biológico complexo que requer a presença de dois hospedeiros. O homem é o hospedeiro definitivo, mas tanto o homem quanto o suíno pode ser hospedeiros intermediários.
A T. solium adulto localiza-se no intestino delgado humano, sendo composta por uma cabeça ou escólex contendo quatro ventosas e uma dupla coroa de ganchos, um colo esteito e um corpo com vários metros de comprimento formado por centenas de proglotes hermafroditas.
As proglotes são eliminadas nas fezes e são muito resistentes no ambiente. Essas quando no ar livre podem ser alimentada pelos porcos e vão perder suas capas protetoras. Liberam a oncosferas, que vão entrar na corrente sanguínea do animal, alojar onde tem mais oxigênio (nos músculos por exemplo) onde vão sofrer sua evolução até o estágio larval.
Quando o homem ingere a carne malcozida do animal, as larvas (cisticercos) vão se desenvolver até a fase adulta da tênia e então finaliza o ciclo
Quando o homem atua como hospedeiro intermediário é quando ele é infectado diretamente com os ovos e não com as larvas. Esses ovos vão migrar para vários tecidos e na NCC o tecido vai ser o sistema nervoso central
Nesse contexto desenvolve-se a cisticercose humana. O cisticerco é uma vesícula translucida com liquido claro. Já possui escolex e 4 ventosas, colo, rostelo. Fica em uma conformação invaginada, formando uma espécie de vesícula que só se desinvagina no intestino.
Quadro Clínico
Teníase
Frquentemente é assintomático, mas podem causar fenômenos tóxicos alérgicos por substancias excretadas; hemorragias pela fixação na mucosa e destruição do epitélio além de inflamação com hipo ou hipersecreção de muco.
Dentre os sintomas podemos ter tontura, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento e dores abdominais, constipação intestinal ou diarreia, perda de peso e etc. Porém, geralmente, desencadeiam um quadro mais brando.
Neurocisticercose
É a apresentação mais grave. As manifestações clinicas dependem do número, localização no SNC, fase de desenvolvimento, a reação imunológica e fatores decorrentes do hospedeiro e do parasita.
Forma convulsiva (70 – 90% dos casos): Tem quadros de convulsão generalizadas ou localizadas (epilepsia);
Forma psíquica: Perturbações mentais como a demência.
Forma hipertensiva ou pseudotumoral: Podemos observar hipertensão intracraniana com cefaleia intensa e constante, vômitos, rigidez de nuca e etc.
Fisiopatologia
Teníase
Causam poucos danos
Cisticercose
Implantação do parasita no tecido
Reação imunológica lenta e ineficaz/ reação intensa
Na reação mais lenta o parasita fica em um estado de tolerância imunológica
Na reação intensa ele pode até destruir o invasor, no entanto a inflamação acaba destruindo também o tecido
Tratamento
Infecção intestinal é tratada com praziquantel, 5 a 10 mg/kg, por via oral, em dose única, para eliminar vermes adultos.
Na neurocisticercose tem tratamento clínico e cirúrgico
No clínico, são administrados corticoides para a inflamação, anticonvulsionantes para a epilepsia,
Cirurgia pode ser necessária para tratar hidrocefalia obstrutiva (decorrente de cisticercose intraventricular, incluindo aqueles do 4º ventrículo) ou cisticercose espinal ou ocular. Os cisticercos intraventriculares são removidos por via endoscópica, quando possível. Derivações ventriculares podem ser necessárias para reduzir o aumento da pressão intracraniana.
Diagnóstico
-Exame microscópico de fezes para presença de ovos e proglotes
-CT e/ou MR e teste sorológico em pacientes com sintomas no sistema nervoso central
Aspectos sociais das verminoses (neurocisticercose)
A situação atual da teníase/cisticercose na América Latina assemelha-se à da Alemanha no final do século XIX. A erradicação da parasitose na Alemanha e também na maior parte da Europa Ocidental pode ser creditada a vários fatores, como o aprimoramento das condições de saneamento ambiental, o desenvolvimento sócioeconômico-cultural da população e a fiscalização da qualidade da carne. Trata-se de um processo natural de desenvolvimento, sem qualquer intervenção dirigida especificamente contra a parasitose.
Um estudo realizado no município alagoano de Barra de Santo Antônio, a 40 quilômetros de Maceió, reafirma uma antiga equação dos sanitaristas: sem investir em saneamento básico e educação sanitária, é impossível combater as verminoses em comunidades pobres
O exame parasitológico de fezes mostrou que 938 estudantes (92%) estavam contaminados – e 767 traziam até oito tipos de vermes ao mesmo tempo, o chamado poliparasitismo. As crianças foram tratadas com medicamentos contra as verminoses. Seis meses depois, os pesquisadores retornaram e reexaminaram uma amostra de 383 estudantes. Pois 347 (novamente mais de 90%) estavam outra vez contaminados e 281 apresentavam até seis tipos de vermes.