Please enable JavaScript.
Coggle requires JavaScript to display documents.
Imunologia - Coggle Diagram
Imunologia
LT CD4+
Ativação:
1) O peptídeo apresentado pelo MHC de classe II irá se ligar ao TCR, levando à transdução do 1º sinal que, por sua vez, é insuficiente para tornar o Linfócito T (LT) CD4+ imaturo em efetor;
2) Adesão entre a APC e o LT mediada pelas moléculas ICAM-1 e LFA-1 (integrina), respectivamente;
3) Ligação entre o coestimulador CD80/86 (presente na membrana da APC) com o receptor CD28 do LT, levando à transdução do 2º sinal, sendo este capaz de tornar o LT imaturo em LT efetor;
Observação: O reconhecimento de um antígeno pela APC leva à ativação de NFκB que, por consequência, induz a expressão do coestimulador 80/86 na membrana da célula.
4) Após se tornar efetor, o LT CD4+ irá produzir IL-2 e, por sinalização autócrina, haverá a expansão clonal.
Observação: Não se sabe, ao certo, o que faz o LT ser efetor ou ser uma célula de memória após a expansão clonal.
Após a expansão clonal, surge a memória imunológica que é mediada por citocinas, chamadas Interleucinas (IL-15 e IL-7), sendo estas capazes de garantir a sobrevivência das células após erradicação da infecção, além de respostas mais vigorosas e rápidas.
Função:
Th1: É formado após a interação do LTCD4+ com IL-12 proveniente de macrófagos ou células dendríticas que tenham ingerido algum microrganismo. Th1 auxilia o macrófago na destruição do patógeno por meio da interação do TCR com o MHC apresentando o peptídeo do microrganismo em questão. Essa interação gera várias funcionalidades na célula fagocitária, como produção de ROS e NO que facilitam a destruição do patógeno.
Th2: É formado após a interação do LTCD4+ com IL-4 proveniente de mastócitos/eosinófilos/LTCD4+ + helmintos. Atua em infecções contra helmintos a partir da interação com Linfócitos B que, por sua vez, liberam IgE. IgE vai induzir a desgranulação de mastócitos. As células Th2 também podem atuar na ativação de eosinófilos, bem como no muco instestinal, secreção e peristaltismo.
Th17: É formado após a interação do LTCD4+ com IL-1, IL-6 e IL-23 provenientes de células dendríticas + microrganismos extracelulares, como fungos e bactérias. Atua em neutrófilos, monócitos e células de tecido por meio da IL-17, induzindo inflamação e resposta do neutrófilo. Pode aturar em células epiteliais por meio da IL-22, levando ao aumento da carreira de integridade.
LT CD8+
Ativação:
Processo similar ao LTCD4+, entretanto a principal diferença é que o MHC de classe I é responsável pela ativação dos Linfócitos T CD8+. Estes, por sua vez, não produzem IL-2, o que poderia interferir na expansão clonal dessas células. Contudo, a IL-2 produzida pelos LT CD4+ também atua nos LT CD8+.
Função: Após reconhecer o MHC com o peptídeo, o LTCD8+ libera dois grânulos (por exocitose): perforinas e granzimas. As perforinas são responsáveis por abrir canais na membrana plasmática da célula infectada, permitindo a entrada das granzimas na células. Dentro da célula, elas ativam caspases 3, induzindo a apoptose. Ao mesmo tempo, FasL (proteína de membrana do LTCD8+) interage com Fas (receptor da célula infectada) novamente induzindo a apoptose.
LB
Ativação:
T-independente: Os linfócitos B (LB) imaturos expressam duas classes de anticorpos ligados a membranas, imunoglobulinas M e D (IgM e IgD), que funcionam como receptores para os antígenos. Antígenos não proteicos (por exemplo, polissacarídeos e produtos microbianos) são capazes de ativar células B sem ajuda da célula T. Após a ativação, o LB prolifera e se diferencia em plasmócito e produz IgM. A resposta aqui é relativamente simples, pois os plasmócitos são de vida curta e os anticorpos de baixa afinidade.
T-dependente: 1) As células T CD4+ imaturas são ativadas por um antígeno apresentado por células dendríticas e diferenciadas em células T auxiliares funcionais (produtoras de citocinas); 2) As células B imaturas são ativadas nos folículos por um epítopo exposto na mesma proteína (na sua conformação nativa) que é transportado para aquele lugar; 3) As células T auxiliares ativadas por antígeno de células B migram e interagem (o que promove o encontro dessas células são as quimiocinas) nas extremidades dos folículos, onde a resposta inicial dos anticorpos se desenvolve; 4) As células T auxiliares estimulam a progênie dos linfócitos B que expressam IgM e IgD para produzir anticorpos de diferentes isótipos (classes) de cadeias pesadas.
Anticorpos:
1) Compostos de quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias leves idênticas, na qual cada cadeia contém uma região variável e uma região constante; 2) As quatro cadeias estão agregadas de modo a formar uma molécula em formato de Y; 3) Cada cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada, e as duas cadeias pesadas estão ligadas uma à outra, todas ligadas por pontes dissulfeto; 4) Em cada molécula de Ig há duas regiões de Fab (fragmento de ligação do antígeno) idênticas em que o antígeno se liga, e uma região Fc (este fragmento tende a cristalizar em solução) que é responsável pela maioria das atividades biológicas e funções efetoras dos anticorpos.
Isótipos:
IgA: Forma secretada: Principalmente dímeros, mas também monômeros e trímeros. Funções: Imunidade da mucosa.
-
-
IgG: Forma secretada: Monômeros. Funções: Opsonização, ativação de complemento, citotoxicidade mediada, imunidade neonatal, resposta de inibição de células B, entre outras.
IgM: Forma secretada: Pentâmero. Funções: Receptor de antígenos de células B imaturas (forma monomérica), ativação do complemento.
Principais funções: 1) Neutralização de microrganismos e toxinas; 2) Opsonização e fagocitose; 3) Citotoxicidade celular dependente de anticorpos.
Resposta Imune
Hipersensibilidade: Resposta imune excessiva frente aos antígenos ou autoantígenos liberando mediadores inflamatórios.
Tipo I: Imediata e causada através do pólen, alimentos, venenos ou pelos de animais. Exemplos: rinite alérgica, asma, alergia alimentar.
Tipo II: Mediada e iniciada através da interação IgM ou IgG com a membrana celular ou matriz extracelular. Exemplos: doença hemolítica do recém nascido e anemia hemolítica autoimune.
Tipo III: Também mediada por anticorpos e deposição de imunocomplexo nos tecidos, começo de inflamação e resposta imunológica por IgG. Exemplo: lúpus.
Tipo IV: Mediada por LTCD4+ e LTCD8+, ausência de anticorpos e citotoxicidade. Exemplo: rejeição de enxerto.
-
Doenças Autoimunes
Tolerância Imunológica: Fenômeno de falta de responsividade a um antígeno devido à exposição dos linfócitos àquele antígeno. A autotolerância refere-se à falta de responsividade aos antígenos do próprio indivíduo e constitui a base da nossa capacidade de viver em harmonia com nossas células e tecidos. Ela pode ser dividida em:
1) Tolerância Central: Clones imaturos de LT e LB autorreativos que reconhecem autoantígenos durante sua maturação nos órgãos linfoides centrais são mortos ou se tornam inofensivos;
2) Tolerância Periférica: Consiste em mecanismos que silenciam LT e LB potencialmente autorreativos nos tecidos periféricos.
Autoimunidade: Resulta de uma combinação de herança de genes de suscetibilidade, que contribuem para a quebra da autotolerância, e causas ambientais, tais como infecções e dano tecidual, que promovem a ativação de linfócitos autorreativos.
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): 1) É uma doença autoimune sistêmica, causada por autoanticorpos produzidos contra diversos autoantígenos e pela formação de imunocomplexos;
2) Os principais autoanticorpos e os responsáveis pela formação de imunocomplexos circulantes são direcionados contra antígenos nucleares. Outros autoanticorpos reagem com eritrócitos, plaquetas e vários complexos de fosfolipídios com proteínas;
3) Manifestações da doença incluem nefrite, lesões cutâneas e artrite (causadas pela deposição dos imunocomplexos), além de anomalias hematológicas e neurológicas;
4) A causa subjacente da quebra da autotolerância no LES é desconhecida.
Artrite Reumatóide (AR): É uma doença inflamatória crônica autoimune que afeta principalmente as pequenas articulações, mas pode ser sistêmica. A AR é causada por uma resposta imune celular e humoral contra antígenos próprios, particularmente proteínas citrulinadas. TNF desempenha um papel central, e antagonistas contra TNF apresentam benefício clínico.
Esclerose Sistêmica (Esclerodermia): 1) É caracterizada pela fibrose progressiva envolvendo a pele, o trato gastrointestinal e outros tecidos;
2) A fibrose pode ser o resultado da ativação dos fibroblastos pelas citocinas produzidas pelas células T, mas o que desencadeia as respostas destas células é desconhecido;
3) A lesão endotelial e a doença microvascular estão comumente presentes nas lesões da esclerose sistêmica, possivelmente causando isquemia crônica, mas a patogenia da lesão vascular ainda não é conhecida.
Esclerose Múltipla (EM): 1) É uma doença desmielinizante autoimune caracterizada por episódios distintos de instalação de déficits neurológicos, separadas no tempo, atribuíveis a lesões de massa branca que são separadas no espaço;
2) As lesões da EM são causadas por uma resposta autoimune dirigida contra componentes da bainha de mielina.
Imunodiagnóstico
-
Ensaios líticos
Reação de Fixação do Complemento: A presença de anticorpos específicos (IgM ou IgG) no soro do paciente é detectada através da interação entre antígeno específico, proteínas do complemento e eritrócitos.
-
-
-
-
Interação Ag+Ac
Características gerais:
-
Avidez: Força resultante da interação múltipla entre uma molécula de anticorpo e os epítopos de um antígeno.
-
Reação cruzada: Anticorpos produzidos contra um antígeno podem se ligar a outros antígenos estruturalmente semelhantes.
-
-
Classificação:
Reagentes Marcados: Radioativo, enzimático, fluorescente e quimioluminescente.
Reagentes Não Marcados: Aglutinação, precipitação e imunodifusão.
Técnicas específicas:
Aglutinação:
-
Indireta: Adsorção de anticorpos ou antígenos solúveis na superfície de micropartículas inertes que não interferem na interação antígeno-anticorpo.
-
Teste de Coombs: Usado no diagnóstico da doença hemolítica do recém-nascido ou na anemia hemolítica autoimune.
-
-
Precipitação: Envolve a combinação de antígeno solúvel com anticorpo solúvel para produzir complexos insolúveis que são visíveis.
Imunodifusão: Consiste em colocar antígenos e anticorpos em suporte semi-sólido. Assim, os Ag e Ac se misturam através do suporte por difusão para formar uma banda de precipitação.
-
-
-
Imunoeletroforese: Combinação de eletroforese em gel, seguida de imunodifusão e precipitação de proteínas.