FRANCISCO DE MELO PALHETA (1670 – ?) nasce em Belém do Pará e é considerado o primeiro a introduzir o café no Brasil. Militar e sertanista, em 1727 é mandado à Guiana Francesa e recebe duas incumbências do governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará, João Maia da Gama. A primeira tem caráter diplomático: o governador da Guiana, Claude d’Orvilliers, tinha mandado arrancar um padrão com o escudo português plantado na fronteira entre as duas colônias. A missão de Palheta seria fazer respeitar a divisa, estabelecida pelo Tratado de Utrecht no rio Oiapoque. A segunda tarefa de Palheta é clandestina: deveria obter mudas de café, cultivado nas Guianas desde 1719, e trazê-las para o plantio no Pará. O sertanista cumpre suas duas incumbências. Faz os franceses aceitarem a faixa divisória entre os dois países e traz mudas de café para o Brasil, apesar da proibição formal do governo francês. Conta-se que ele mesmo teve um cafezal no Pará, com mais de mil pés, para o qual pediu ao governo cem casais de escravos.