Uma mulher de 49 anos vai ao serviço de emergência queixando-se de inchaço e desconforto progressivos no abdome há quatro semanas. Não tem outros sintomas gastrintestinais, o apetite e o hábito intestinal são normais. Sua história médica é significativa somente por três gestações, uma das quais complicada por perda excessiva de sangue, necessitando de transfusão. Está casada e é monogâmica há 20 anos, faz exercícios, não fuma e bebe ocasionalmente. Na entrevista, no entanto, admite que durante a juventude cheirou cocaína uma ou duas vezes em festas há muitos anos. Atualmente não usa drogas. Era HIV- negativa na ocasião do nascimento de seu último filho. Sua temperatura é de 37,9°C, a frequência cardíaca é de 88 bpm, e a pressão arterial é de 94/60 mmHg. Ela é magra, de compleição pequena, as escleras estão ictéricas, o tórax está limpo, e o ritmo cardíaco é regular, sem sopros. O abdome está distendido, com dor difusa à palpação, ruídos hidroaéreos hipoativos, macicez móvel à percussão e onda de fluido. Não tem edema. Os exames laboratoriais são normais, exceto por níveis de Na de 129 mEq/L (normal 135-145), de albumina de 2,8 g/dL (normal 3,5-5 g/dL), bilirrubina total de 4 mg/dL, tempo de protrombina de 15 segundos (normal 11-13,5 s), hemoglobina de 12 g/dL, com volume corpuscular médio (VCM), de 102 fL (normal 78-95 fL), e contagem de plaquetas 78.000/mm3 (normal 150.000-500.000/ mm3).