O "destino anatômico", para Butler, em nada determina nossos comportamentos: na verdade, é pela repetição, pela performatividade, que naturalizamos uma identidade de gênero. Ao ouvir repetidamente frases do tipo "você não deve fazer isso, pois é menina(o)", a criança vai, aos poucos, assumindo essa identidade.
Ao ser estimulada a usar roupas como saias, vestidos e laços, ela vai naturalizando uma identidade dita "feminina"; ou, ao contrário, ao ser estimulada a usar roupas de tons neutros, a ter comportamentos mais sérios e dominantes, naturaliza uma identidade "masculina".