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08 TANATOLOGIA, CLASSIFICAÇÃO DA MORTE Morte celular- presença de…

- - - - presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte encefálica
      - ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica
      - tratamento e observação em hospital pelo período mínimo de seis horas. Mas se a causa primária do quadro for encefalopatia hipóxico-isquêmica, o período de tratamento e observação deverá ser de no mínimo 24h
      - temperatura corporal superior a 35°C, saturação arterial de oxigênio
        acima de 94% e pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou pressão arterial média maior ou igual a 65mmHg para adultos
- - - - exame externo sumário ou omisso,
      - interpretações por intuição
      - necropsias incompletas
      - imprecisão e dubiedade da causa mortis e das respostas aos quesitos
      - falta de ilustração
      - entendimento errado dos fenômenos post mortem
      - exames realizados no período noturno
      - falta de exames subsidiários
      - incisões desnecessárias
      - obscuridade descritiva
    - - Ações preliminares
        
        Conferir a identificação do cadáver e providenciar sua identificação civil papiloscópica, sempre que possível
      - Durante o exame pericial
        
        análise das vestes
        
        vítimas de projétil de arma de fogo e que o corpo esteja em decomposição, recomenda-se radiografá-lo antes do exame
        
        Examinar todo o cadáver com a finalidade de se constatar as lesões e as alterações externas macroscopicamente visíveis
        
        Descrever todas as lesões observadas, mesmo que não se relacionem ao evento em apuração
        
        Acessar as cavidades craniana, torácica e abdominal, para análise de possíveis lesões e alterações macroscópicas
        
        A coleta de sangue e urina é recomendada, nos casos de homicídio e morte suspeita.
        
        Os projéteis recolhidos devem ser individualizados ou separados em letais e não letais, para serem enviados para o exame balístico
        
        identificar os orifícios de entrada e de saída de projétil de arma de fogo, descrever as características da ferida de entrada do projétil para inferir sobre a distância do disparo antes do exame interno
        
        Descrever o número e posição do gume, nas feridas provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes
        
        ilustrar com fotografias e/ou gráficos as lesões externas e internas encontradas
        
        Nos crimes com suspeita de práticas sexuais, deve-se coletar material biológico das áreas suspeitas, além de amostra referência da vítima. Em necropsia de vítimas do sexo feminino em idade fértil, examinar o útero para verificar a presença de gravidez
        
        Nas necropsias de vítimas de acidentes de trânsito, deve-se coletar sangue para dosagem de alcoolemia
- - - - • Perda da consciência;
      - • Parada cardiorrespiratória;
      - • Insensibilidade geral e imobilidade;
      - • Cessação da respiração;
      - • Cessação da circulação;
      - • Abolição da motilidade e do tônus muscular (fácies hipocrática);
      - • Relaxamento muscular, ocorrendo midríase (dilatação pupilar), abertura palpebral e da boca (caimento da mandíbula), dilatação do ânus e relaxamento esfincteriano,
  - - - Após a morte, o organismo começa a ser degradado de dentro para fora. As organelas celulares responsáveis pela digestão celular (lisossomos) liberam enzimas proteolíticas após a lise celular, as quais começam a degradar os tecidos e a acidificar o corpo (ambientes intra e extracelular ácidos = diminuição do PH). dando início ao processo bioquímico da putrefação. A acidificação dos tecidos é um sinal comprobatório
        de morte
    - - Entre aproximadamente 16-18 e 24 horas após a morte, o processo fermentativo bacteriano do tubo digestivo passa a ser visível, aparecendo um fenômeno denominado de MANCHA VERDE ABDOMINAL A formação dessa mancha dá início a primeira fase da putrefação: fase CROMÁTICA OU DE COLORAÇÃO
      - Na FASE GASOSA (ou ENFISEMATOSA) diversos gases são produzidos pela constante ação da microbiota humana, como gás sulfídrico. Gases inflamáveis costumam ser produzidos do 2º ao 4º
        dias após a morte. Os gases produzem pressão intra-cavitária, fazendo com que o sangue putrefeito “circule” em busca de áreas de menor pressão, ocasionando um mapeado dérmico denominado de CIRCULAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL. A pressão dos gases leva ao extravasamento de líquidos pelos orifícios do corpo. Ocorre a “fácies negróide” (face fica negrecida), inchaço geral do corpo que fica em posição de “sapo” ou hamado, com protusão da língua, exoftalmia (protusão ocular), agigantamento e aumento da bolsa escrotal (em homem). Ocorre ainda a formação de bolhas pela pele com descolamento massal dos tecidos. Odor pútrido começa a ser exalado pelo corpo. Em decorrência dessa pressão, em vítimas do sexo feminino que estavam grávidas em vida pode ocorrer o fenômeno do parto post mortem
      - FASE COLIQUATIVA - se caracteriza pela dissolução pútrida das partes moles do cadáver, com presença de liquame funerário ou putrilagem (líquidos pútridos), com a intensa presença de larvas de insetos. Ocorre nessa fase a desagregação da estrutura orgânica. O corpo vai se enxugando e adquirindo aparência disforme, em face da intensa perda hídrica
      - ESQUELETIZAÇÃO - quando todos os tecidos foram destruídos. Ocorre, com a visualização dos ossos mais ou menos limpos. Exposição dos ossos.
    - - fenômeno transformativo destrutivo, que pode ocorrer basicamente em situações onde vítimas se encontram mortas submersas em meio líquido contaminado, como pântanos lagos, rios (MACERAÇÃO SÉPTICA); e nos fetos (intrauterino) retidos a partir do 5º mês de gestação (MACERAÇÃO ASSÉPTICA). sendo caracterizada pelo enrugamento tecidual e facilmente destacável, corpo amolecido, exsanguinação, presença de sangue na pele desnuda
      - primeiro grau há a presença de flictenas contendo serosidade sanguinolenta, 3 primeiros dias; segundo grau, em torno do 8º dia, ocorre a ruptura das flictenas, o descolamento da pele e
        aparência sanguinolenta no feto; terceiro grau, em torno do 15º após a morte do feto, ocorre o destacamento do couro cabeludo, os ossos vão se desligando, a coluna vertebral fica flexível e desconfigurada (sinal de Hartley); os ossos da abóbada craniana ficam encavalados uns sobre os outros (sinal de Spalding) e
        ocorrendo o achatamento da abóbada craniana (sinal de Spangler)
  - - - • Dessecação ou evaporação; - Determina o decréscimo de peso. Acomete inicialmente as regiões das mucosas. A pele vai se tornando apergaminhada. Progressiva perda da tensão do globo ocular, sendo possível observar a perda da transparência da córnea (Sinal de Louis), formação da mancha negra da esclerótica (sinal de Sommer e Larcher). Após determinado período após o óbito também ocorrerá a deformação da íris e da pupila à pressão digital (Sinal de Ripault)
      - • Livores ou manchas de hipóstase –* livor mortis *(L) - consistem na deposição e acúmulo de sangue nas partes mais declivosas do corpo, tingindo os tecidos. Sua formação indica a posição adotada pelo cadáver. A coloração das manchas também
        pode indicar o meio de morte da vítima.
      - • Esfriamento do corpo – algor mortis (A) - decorre da perda calórica, por não funcionamento dos centros termorreguladores. o cadáver perde calor proporcionalmente a sua superfície e à diferença entre a sua temperatura e a externa. É influenciado pela idade da vítima, vestimentas, quantidade de tecido adiposo, e meio ambiente
      - • Rigidez cadavérica –* rigor mortis *(R) - causado basicamente por fenômenos bioquímicos que ocorrem dentro das células musculares, decorrente da escassez de oxigênio nos tecidos para a produção de energia. Com a ausência de oxigenação, ocorre o aumento do teor de ácido lático produzido pela respiração anaeróbica, causando acidificação do tecido muscular e a contração do complexo actina-miosina. Os músculos ficam enrijecidos, mantendo o cadáver em determinada posição
  - - - Processo conservativo do cadáver que pode ser artificial ou natural
      - Para a ocorrência da mumificação natural são necessárias condições com elevadas temperaturas, seco e arejado; provocando uma rápida desidratação do corpo e impedindo a ação das bactérias no
        processo normal de putrefação
      - Fenômeno mais comum em pessoas magras e crianças/jovens.
      - A pele do cadáver adquire aspecto endurecido de couro e coloração
        parda e escura, sendo possível a constatação de lesões
    - - O cadáver adquire aspecto de cera, consistência untuosa e mole como sabão, quebradiço, um pouco friável, com odor de queijo rançoso em virtude da hidrólise de gorduras e liberação de ácidos graxos. O cadáver apresenta coloração amarela, escura e/ou acinzentado, em geral. Geralmente se inicia quando o corpo já se encontra em avançado estado de putrefação, acometendo geralmente indivíduos obesos ou regiões do organismo com bastante gordura ocorrendo em ambientes desprovidos de aeração, úmidos e em solos argilosos, com baixa oxigenação.
    - - extremamente raro e específico, ocorrendo em cadáver acondicionado em urnas ou caixões metálicos hermeticamente fechados. Presença de líquido viscoso e turvo castanho-amarelado na urna. O cadáver apresenta pele de cor e aspecto do couro curtido, com tecidos e órgãos moles conservados
    - - ocorre geralmente em fetos retidos, ocorrendo a petrificação ou
        calcificação corporal. Fenômeno caracterizado pela infiltração de sais de cálcio nos dos tecidos do cadáver.
    - - ocorrência da conservação do cadáver em ambiente com
        temperatura extremamente baixa.