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Consumo e felicidade na contemporaneidade - Coggle Diagram
Consumo e felicidade na contemporaneidade
Objetivo: discutir a relação entre consumo e felicidade no contexto da sociedade contemporânea;
Realizou-se um estudo das características do mundo atual – a partir de autores como Z. Bauman e G. Lipovetsky – e em um segundo momento realizou-se uma analise dos impactos na produção de subjetividade;
Elemento fundamental da discussão: a ascensão do mercado como parâmetro para a vida e a tomada do consumo como valor máximo na busca por felicidade;
Por fim, discutiu-se de que forma estes pontos se articulam com as relações humanas e como estas podem se configurar como alternativa à lógica de custo-benefício propagada pela sociedade de consumo.
Termo "sociedade de consumo" remete à década de 1920
Está articulado com o nascimento da sociedade moderna, que possui como um de seus princípios fundamentais, ser materialista (Lipovetsky, 2007).
Práticas de consumo e a vida cotidiana
Necessidade por objetos de
utilização diária
Relações interpessoais – modos de sentir, pensar, experimentar e aspirar perspectivas de vida
Na tentativa de problematizar os efeitos da lógica do consumo na contemporaneidade: Bauman (2001)
ao longo do século XX, articularam-se rupturas em parte das bases institucionais que edificaram a sociedade moderna, o que implicou na emergência de novos modos de organização social e subjetiva.
A ascensão do mercado como parâmetro da vida
Mudanças nas composições pessoais
Esse novo modo de organização se tornou possível a partir do entrelaçamento de condições sociais, politicas, econômicas, culturais, entre outras
A ruptura de uma sociedade para outra se implica na maior fluidez da sociedade moderna, em que tudo precisa ser mutável, flexível, supermoderno, etc.
Transformações importantes observadas nos indivíduos contemporâneos, por Bauman (2007)
A a perda da visão de progresso derivada da separação entre conhecimento e sua aplicação;
A incapacidade das instituições sociais de fornecer subsídios para viver em uma sociedade em condição de destruir a si mesma.
Ausência de parametrização para viver
Não há mais um poder centralizado, mas sim um poder separado da política e que, de certa forma, parece imune à institucionalização
Bauman (2009b)
Gerando ascensão do mercado como esfera de referência da vida que além de reiterar modelos previamente estabelecidos, incluirá outros tipos anteriormente rejeitados como potenciais modelos de/para consumo.
Exemplo: a mesma sociedade que rejeita corpos ditos abjetos – como os corpos transexuais, também coloca campanhas publicitarias que anunciam novos modos unissex de existir na moda, mostrando a captura de parte da reivindicação trans de existência em prol da sociedade de consumo
Novos desenhos da sociedade contemporânea
Sensação de viver processos em rápida mudança, marcados pela fluidez
A temporalidade da existência passa a ser vivenciada de forma mais rápida e sem linearidade – propicia a instauração da lógica do “instantâneo” enquanto um valor social (Bauman, 2009a).
Sociedade contemporânea
Nascimento de uma visão fantasmática de comunidades que remonta a utopia de segurança, seja nos lugares onde moram, nos espaços que frequentam, etc.
Exemplo disso é a proliferação de condomínios que articulam moradia e lazer, sob o discurso de afastamento de possíveis riscos à segurança daqueles que dele fazem parte
"Comunidades de similares"
Espécie de “apólice de seguros” contra a diferença
Exclusão daqueles que são considerados diferentes e que poderiam causar algum tipo de estranheza ou risco
Nesse modelo societário, ao tentar garantir alguma segurança, é cobrado, em contrapartida, uma diminuição da liberdade
O espaço virtual, em especial as redes sociais, ganham destaque como modo de expressão e constituição em si
Formas de consumo e estilos de vida, que se metamorfoseiam segundo as exigências do mercado
As redes sociais fornecem condições de manter as portas abertas para futuras e inusitadas trocas
Logo,, as relações humanas são reconfiguradas a partir da utilização de novas tecnologia; relações virtuais se transformam em uma base para as demais formas relacionais
Mercado: tem como consumo o seu principal suporte
Ganha um lugar de destaque em nosso cotidiano
Sensação de que as instituições sociais não conseguem mais garantir uma vida segura e planificada
Coloca-se em marcha uma lógica de marcado que incentiva o consumo, ao relacioná-lo com uma sensação de plena liberdade
Vida passa a ganhar sentido nas práticas de comprar e consumir, e o marketing trabalha exatamente sobre essa esfera
A modernidade líquida é uma civilização do excesso, da redundância, do dejeto e do seu descarte
Consumo como modo de vida
O consumo ganha centralidade a vida contemporânea
Impulso de nos livrarmos do que é antigo para adquirir novos bens mais atraentes e provocadores de emoções
Bauman (2012): A plenitude do prazer de consumir significa a plenitude da vida. Compro, logo existo. Comprar ou não comprar, eis a questão.
3 perspectivas que constroem a cultura do consumo
Relação entre valor, objeto e imagem da mercadoria obtida
discurso do consumismo: que se coloca “[...] contra qualquer scatisfação de necessidades, desejos, ambições e anseios humanos que não passe pelo caminho das lojas – ou não seja mediada pela aquisição e o uso de mercadorias e, portanto, não envolva dinheiro trocando de mãos [...]”.
Estabelecimento de um vínculo entre o consumo e as diferenças sociais
A capacidade de adquirir determinados objetos em determinados lugares específicos reiteram as diferenças sociais fruto do próprio sistema capitalista
Relação entre consumo e prazer
Conforme afirma Santos (2012, p.215), a busca por novas mercadorias “[...] residem muito mais na procura do prazer imaginativo a que a imagem do consumo se empresta, do que na seleção, na compra ou no uso dos produtos, o que acaba gerando insatisfação por parte dos consumidores”.
Consumimos não o objeto em si, mas sim, a ideia a ele articulada
A lógica de consumo prevê um circuito no qual a terminalidade do objeto ou a satisfação por ele gerado leva necessariamente à obtenção de um novo objeto, reiniciando infindavelmente o processo
A sociedade contemporânea materializa-se na sociedade de consumo no que se refere à instabilidade e à instantaneidade
Assim, há na sociedade de consumo, uma relação entre satisfação e vínculo com os objetos, sendo o primeiro inversamente proporcional ao segundo
Ou seja, quanto mais rápida a obtenção e laço com o objeto, mais potencializada e imediata tenderia a ser a satisfação
De forma inversa, a manutenção de vínculo de longo prazo tenderia a produzir maior desconforto ou perda da potência à satisfação
A busca da felicidade no contexto da sociedade contemporânea leva ao enfretamento do problema da frustração
Bauman (2009c, p. 35): “[...] o consumo não leva à certeza e saciedade. O bastante nunca bastará [...]”.
Lipovetsky (2007) – “felicidade paradoxal”: ao mesmo tempo em que o consumo produz elementos de positividade para o comprador, ofertando um paraíso momentâneo, novos problemas se constroem como efeitos do modo de vida impresso pela dinâmica do consumo
Bauman (2009d) afirma que os vínculos estabelecidos na contemporaneidade seguem, de forma hegemônica a lógica de custo-benefício
Afastamento de quaisquer sinais de mal-estar ainda que tal posição implique no fim da vinculação com o outro ou, dentro das possibilidades, reiniciar uma nova relação que retroalimenta o processo, gerando o empobrecimento das relações humanas
A instabilidade relacional pode ser observada em diferentes contextos, seja na crise da instituição matrimonial, seja nas queixas de falta de comprometimento na relação empresa-trabalhador, seja em situações-limite, por exemplo
As relações afetivas se tornam líquidas porque são rápidas
Estar com o outro é estar convivendo com o risco. Na diferença, a relação entre dois é marcada pela imprevisibilidade e pelo mistério do olhar do outro, seus desejos, aspirações e formas de conduta
Concluindo-se:
A problematização da relação entre produção social e consumo anuncia um caminho possível de problematização da sociedade contemporânea e suas novas configurações
Crítica ao fato de um suposto ideal de felicidade estar sendo amplamente transformado em mais um objeto a ser adquirido, comprado, na sociedade atual, o que implica na vivência constante de frustação e no adoecimento psíquico e físico de parte da população
A reformulação do projeto comunitário se mostra como alternativa de resistência ao mundo do consumo
Se a prosperidade da sociedade de consumo está intimamente relacionada com a tendência à transformação de todos os elementos em objeto de consumo, o fomento de relações que respeitem a humanidade de cada um é um caminho possível para a produção de modos singulares de existência