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Saúde, doença e corpo - Coggle Diagram
Saúde, doença e corpo
Estigma
Definição prática
Características físicas ou sociais identificadas como humilhantes ou que sejam socialmente reprovadas, resultando em ignomínia, distância social ou discriminação
Origens do conceito
Uma fonte de ideias sobre estigma teve origem no movimento
de pessoas com deficiência
Hunt afirmava que, em vez de entender os problemas das pessoas com deficiência como advindos de suas lesões, eram as interações entre as pessoas deficientes e as pessoas com capacidades corporais intactas que levavam à estigmatização da deficiência
Significado e interpretação
O estigma físico, como uma lesão visível, pode ser difícil ou impossível de ser ocultado dos outros, e Goffman defende que isso pode dificultar bastante a administração das identidades
Segundo Goffman, o estigma é um relacionamento social de desvalorização em que o indivíduo é desqualificado da aceitação social plena por parte dos outros
Aspectos controversos
Os movimentos das pessoas com deficiência e os movimentos de gays e lésbicas colocaram em cheque as interpretações convencionais de seus estigmas desacreditados e desacreditáveis, quase sempre por meio de protestos e campanhas de ação direta
Relevância contínua
Com base no material extraído de três estudos qualitativos, Howarth afirma que, como o estigma associado à “raça” não pode ser ocultado ou mascarado, a resistência e as tentativas de destruir o regime estigmatizante têm de ser colaborativas
Papel de doente
Definição prática
Conceito criado por Talcott Parsons para explicar as expectativas sociais ligadas à doença e ao comportamento de pessoas doentes. Qualquer desvio a essas expectativas resulta em penalidades e estigma social
Origens do conceito
Segundo Parsons, quando as pessoas estão doentes elas se comportam de determinadas formas aprovadas socialmente, e, se elas não correspondem a isso, podem nem ser aceitas como "doentes"
Significado e interpretação
A doença é considerada [267] resultado de causas físicas que transcendem o controle individual e o acometimento da doença não está relacionado ao comportamento ou às ações do indivíduo
O papel de doente condicional se aplica às pessoas que sofrem de uma doença temporária da qual podem se recuperar
O papel de doente legitimado incondicionalmente diz respeito aos indivíduos que sofrem com doenças incuráveis
O papel ilegítimo, que ocorre
quando a pessoa sofre de uma doença estigmatizada por outros.
Aspectos controversos
Alguns afirmam que o papel de doente não consegue captar a experiência da doença e nem tampouco ser universalmente aplicado
Relevância contínua
O papel de doente pode parecer simples e óbvio, mas, como afirma Glenton (2003), algumas pessoas lutam para conquistá-lo e, caso não tenham sucesso, tornam-se mais, não menos, dependentes de médicos
Eu Social
Definição prática
Formação de consciência própria conforme o organismo humano
individual responde às diversas reações de terceiros em relação a si mesmo.
Origens do conceito
Muito se diz que os seres humanos são as únicas criaturas que sabem que existem e que um dia irão morrer. Em termos sociológicos, isso significa que os indivíduos humanos têm consciência do eu
Aspectos controversos
Uma das críticas à tese de Mead é que o processo de autoformação é descrito como algo relativamente simples. Contudo, outras pessoas indicam que o processo é repleto de conflitos e distúrbios emocionais e que pode deixar cicatrizes pelo resto da vida
Relevância contínua
As mudanças sociais radicais das últimas décadas foram tema de debate de sociólogos, incluindo a globalização, a disseminação da tecnologia da informação, as migrações em massa, as viagens e a condensação de tempo e espaço e a reestruturação das relações de gênero, para citar apenas algumas.
Alguns teóricos sugerem que que, conforme a identificação de classe diminui, o eu [self] individual das pessoas é efetivamente dissociado e se torna mais vulnerável à incerteza e anomia
Medicalização
Definição prática
Processo pelo qual questões relacionadas ao estilo de vida como peso, tabagismo ou práticas sexuais transformam-se em problemas médicos a serem tratados por profissionais da medicina
Origem do conceito
O conceito de medicalização foi criado nas décadas de 1960 e 1970 como parte de um ataque fundamental contra os perigos latentes de uma profissão médica em expansão, que para muitos estava ficando poderosa demais
Significado e interpretação
Um dos problemas desses casos de medicalização é que, uma vez diagnosticados em termos médicos, a “cura” tende a ser encontrada em remédios e medicamentos que provocam efeitos colaterais.
Aspectos controversos
Os críticos da medicalização consideram a tese de certa forma
exagerada. Existem alguns problemas com a expansão da medicina para novas áreas, porém a medicalização também trouxe muitos benefícios
Modelo Social de Deficiência
Definição prática
Enfoque que enquadra a “causa” das desvantagens associadas à
deficiência dentro da sociedade e de sua organização e não dentro da pessoa.
Origens do conceito
No modelo individual de deficiência, entende-se que a “anormalidade” corporal provoca certo grau de “deficiência” ou limitação funcional
Significado e interpretação
A UPIAS acatou a definição de “lesão” física como uma propriedade biomédica dos indivíduos, ampliando-a para que incluísse as formas de lesões não físicas, sensoriais e intelectuais
A deficiência seria, portanto, a negação da
cidadania plena e uma forma de discriminação
Aspectos controversos
O modelo não atenta para as, muitas vezes, dolorosas e desconfortáveis experiências de uma lesão, que são centrais para a vida de muitas pessoas com deficiência
Os sociólogos da área médica consideram tanto a deficiência quanto a lesão como fatores estruturados socialmente e intimamente inter-relacionados
Biomedicina
Definição prática
Modelo ocidental de prática médica em que a doença é definida
objetivamente de acordo com a presença de sintomas físicos reconhecidos
Significado e interpretação
A biomedicina trata mente e corpo separadamente, portanto, quando os pacientes passam em consulta para obter um diagnóstico, os profissionais da medicina os enxergam como “corpos doentes”, e não como indivíduos completos
A iatrogênese clínica é aquela cujo tratamento médico faz
o paciente piorar ou, então, cria outras doenças
A iatrogênese social é aquela em que a medicina se expande para mais e mais áreas, criando uma demanda artificial por seus serviços
A iatrogênese social, conforme Illich, leva à iatrogênese cultural, em que a capacidade de lidar com os desafios cotidianos é progressivamente minimizada por explicações e alternativas médicas