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IMUNIDADE AOS MICRORGANISMO TUTORIAL 05 - MD 105 - Coggle Diagram
IMUNIDADE AOS MICRORGANISMO
TUTORIAL 05 - MD 105
CONCEITOS GERAIS
O desenvolvimento de uma doença infecciosa em um indivíduo envolve interações
complexas entre o microrganismo e o hospedeiro
Os principais eventos durante a
infecção incluem entrada do microrganismo, invasão e colonização dos tecidos do
hospedeiro, evasão de imunidade do hospedeiro, e lesão tecidual ou dano funcional.
Microrganismos produzem doença através da morte de células do hospedeiro que
infectam, ou liberando toxinas que podem causar dano tecidual e distúrbios funcionais em células adjacentes
causam doenças por estimulação da resposta
imunológica que prejudica tanto os tecidos infectados quanto os tecidos normais
existem algumas importantes características gerais de imunidade aos microrganismos
A defesa contra microrganismos é mediada pelos mecanismos efetores da imunidade
inata e adaptativa
O sistema imune inato fornece a defesa inicial e o sistema imune adaptativo proporciona uma resposta mais forte e sustentada
os dois meios são importantes porque Muitos microrganismos patogênicos evoluíram para resistir à imunidade inata e a proteção contra essas infecções é criticamente dependente das respostas imunes adaptativas.
O sistema imunológico responde de maneira especializada e distinta a diferentes tipos de
microrganismos para combater esses agentes infecciosos da forma mais eficaz possível.
Diferentes microrganismos requerem diferentes mecanismos de eliminação
A geração dos subgrupos de células T CD4 efetoras Th1, Th2 e Th17 e a produção de diferentes isotipos de anticorpos são excelentes exemplos da especialização da imunidade adaptativa
A sobrevivência e a patogenicidade dos microrganismos em um hospedeiro é influenciada pela capacidade dos microrganismos de resistência aos mecanismos efetores da imunidade
O equilíbrio entre a resposta imune do hospedeiro e estratégias microbianas para resistir à imunidade frequentemente determina o resultado de infecções
microrganismos desenvolveram
uma variedade de mecanismos
para sobrevivência
Muitos microrganismos estabelecem infecções latentes ou persistentes, nas quais a
resposta imune controla, mas não elimina o microrganismo e, o microrganismo sobrevive
sem propagar a infecção
A latência é uma característica de infecções por vários vírus, especialmente vírus de DNA
Nas infecções virais latentes, o DNA viral pode ser integrado ao DNA das células infectadas, mas nenhum vírus infectante é produzido.
Nas infecções bacterianas persistentes,
tais como tuberculose, as bactérias podem sobreviver dentro das vesículas endossomais de células infectadas
Em muitas infecções, as lesões teciduais e doenças podem ser causadas pela resposta do
hospedeiro ao microrganismo mais do que pelo próprio microrganismo
Potencial danoso da
resposta imunológica
Defeitos hereditários e adquiridos na imunidade inata e adaptativa são importantes
causas de susceptibilidade a infecções
síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), e outras síndromes de imunodeficiência hereditárias menos comuns
principais características da imunidade para as
cinco principais categorias de microrganismo patogênicos:
Bactérias extracelulares
Bactérias intracelulares
Fungos
vírus
protozoários
IMUNIDADE A BACTÉRIAS
EXTRACELULARES
As bactérias extracelulares são capazes de se replicar fora das células hospedeiras, por
exemplo, no sangue, em tecidos conjuntivos, e nos espaços teciduais, como os lumens
das vias aéreas e do TGI
Primeiro
essas bactérias induzem inflamação, o que resulta na destruição dos tecidos no local da infecção
Segundo
as bactérias produzem toxinas,
que têm diversos efeitos patológicos
As toxinas pode ser
endotoxinas
, que são
componentes da parede celular bacteriana
A endotoxina de bactérias Gram-negativas, também chamada de lipopolissacarídeo (LPS)
um potente ativador de macrófagos,
células dendríticas e células endoteliais
exotoxinas
, que são secretadas pelas
bactérias
Muitas exotoxinas são citotóxicas e
outras causam doença por vários mecanismos.
a
toxina da difteria
desliga a
síntese de proteínas em células infectadas
a
toxina da cólera
interfere no transporte de
íons e de água
a
toxina do tétano
inibe a transmissão neuromuscular
a
toxina antraz
interrompe várias vias bioquímicas de sinalização essenciais nas células infectadas
IMUNIDADE INATA CONTRA
BACTÉRIAS EXTRACELULARES
Os principais mecanismos de imunidade inata contra bactérias extracelulares são a
ativação do complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória
ATIVAÇÃO DO
COMPLEMENTO
Os peptideoglicanos na parede celular das bactérias Gram-positivas e o LPS em bactérias Gram-negativas ativam o complemento da via alternativa
As bactérias que expressam manose na sua superfície, podem se ligar à lectina de ligação a manose, que ativa complemento pela via das lectinas.
Um resultado da ativação do complemento é opsonização e fagocitose aumentada de bactérias
o complexo de ataque à membrana gerado pela ativação do complemento leva à
lise de bactérias
os subprodutos do complemento
estimulam a resposta inflamatória, recrutando e ativando os leucócitos.
ATIVAÇÃO DE FAGÓCITOS
E INFLAMAÇÃO
Fagócitos (neutrófilos e macrófagos) utilizam
receptores de superfície, incluindo os
receptores de manose e receptores scavenge
r para reconhecer as bactérias extracelulares
ainda, utilizam receptores Fc para reconhecer bactérias opsoniazdas e receptores de complemento para reconhecer ptns do complemento
Os produtos microbianos ativam receptores do tipo
Toll (TLRs) e vários sensores citoplasmáticos em fagócitos e em outras células.
Esses receptores
funcionam principalmente para promover a fagocitose dos microrganismos (p. ex., receptores de manose, receptores scavenger)
outros estimulam as atividades microbicidas dos fagócitos (principalmente os TLRs);
outros ainda
promovem tanto a fagocitose quanto a ativação dos fagócitos (Fc e receptores de complemento)
as células dendríticas e os fagócitos que são
ativadas pelos microrganismos secretam citocinas que induzem a infiltração leucocitária nos locais de infecção (inflamação).
IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA
BACTÉRIAS EXTRACELULARES
A imunidade humoral contra
bact. extracelulares funciona para bloquear a infecção, para eliminar os microrganismos e para neutralizar suas toxinas
As respostas dos anticorpos contra bactérias
extracelulares são dirigidas contra antígenos de parede celular e toxinas segregadas e associadas à célula
Polissacarídeos
São antígenos prototípicos T-independentes e a imunidade humoral é o principal
mecanismo de defesa contra bactérias encapsuladas ricas em polissacarídeo
Mecanismo de ação dos AC
para esse tipo de infecção
neutralização, opsonização e fagocitose e ativação do complemento pela via clássica
Neutralização
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Opsonização
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Antígenos
proteícos
ativam as células T CD4 auxiliares, que produzem citocinas que induzem inflamação local
aumentam as atividades fagocíticas e
microbicidas de macrófagos e neutrófilos
estimulam a produção de
anticorpos
As respostas Th17 induzidas por estes microrganismos recrutam neutrófilos e monócitos e, assim, promovem a inflamação local em locais de infecção bacteriana
defeitos genéticos no desenvolvimento
de Th17 e pcts que produzem Ac neutralizantes
para a IL-17 têm aumentado a susceptibilidade
a infecções bacterianas e fungícas
Também há indução de resposta em linfócitos Th1
Produzem IFN - gama
ativa os macrófagos para destruir os microrganismos fagocitados
Efeitos Prejudiciais das Respostas Imunes a Bactérias Extracelulares
As principais consequências prejudiciais da resposta do hospedeiro contra as bactérias
extracelulares são a
inflamação
e
choque séptico
reações de neutrófilos e
macrófagos que agem para erradicar a infecção também causam danos teciduais
Através de produção local de
espécies reativas de oxigênio
e enzimas lisossomais
As citocinas secretadas também estimulam a produção de proteínas de fase aguda e causam as manifestações sistêmicas da infecção
Choque séptico
é uma consequência patológica grave da infecção disseminada por algumas bactérias Gram-negativas e bactérias Gram-positivas
É uma síndrome caracterizada pelo colapso circulatório e coagulação intravascular disseminada
Fase Inicial
causada pelas citocinas produzidas por macrófagos, que são ativados pelos componentes da parede celular bacteriana, incluindo LPS e os
peptideoglicanos
Esta explosão inicial de uma grande quantidade de citocinas, por vezes, é chamada de
tempestade de citocinas
TNF, IL-6 e IL-1 são as principais
citocinas mediadoras de choque séptico
IFN-γ e a IL-12 também podem contribuir
Algumas toxinas bacterianas (
SUPERANTÍGENOS
) estimulam células T expressarem genes para a família Vbeta do receptor de células T (TCR)
A importância desses superantígenos reside na sua capacidade para ativar muitas
células T, com a produção subsequente de grandes quantidades de citocinas que também
podem causar uma
síndrome inflamatória sistêmica.
um superantígeno liga-se a
moléculas do MHC de classe II fora da fenda de ligação ao peptídio e simultaneamente liga-se à
região variável de diferentes cadeias de TCR β, independentemente da especificidade dos peptídio do TCR
Uma complicação tardia da resposta imune humoral contra a infecção bacteriana pode
ser a
geração de anticorpos produtores de doenças.
sequelas raras de infecções estreptocócicas
A infecção leva à produção de anticorpos contra uma proteína da parede
celular bacteriana
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Evasão da Resposta Imunológica por Bactérias
Extracelulares
A virulência de bactérias extracelulares tem sido associada a um número de mecanismos
que possibilita aos microrganismos resistir à imunidade inata
As bactérias
com cápsulas ricas em polissacarídeos resistem à fagocitose e são muito mais virulentas
As cápsulas de muitas bactérias patogênicas Gram-positivas e Gram-negativas contêm resíduos de ácido siálico que inibem a ativação do complemento pela via alternativa.
Mecanismos de evasão
variação de
antígenos de superfície
Alguns antígenos de superfície das bactérias
gonococos e Escherichia coli estão contidos em sua
pili
, que são as estruturas responsáveis
pela adesão bacteriana às células do hospedeiro
O principal antígeno da pili é uma
proteína chamada pilina.
Os genes da pilina de gonococos são submetidos a extensa conversão gênica
Esta capacidade para alterar antígenos ajuda a
evasão das bactérias ao ataque por anticorpos específicos para pilina
Alterações na produção de glicosidases levam a alterações químicas na superfície do LPS e de outros polissacarídeos
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IMUNIDADE CONTRA
BACTÉRIAS INTRACELULARES
Uma característica de bactérias intracelulares facultativas é a sua capacidade de
sobreviver e até mesmo de se replicar dentro de fagócitos.
Quando esses microrganismo tornam-se inacessíveis as células imunes sua eliminação requer mecanismos de imunidade mediada pela
célula
IMUNIDADE
INATA
é mediada principalmente por
fagócitos e células natural killer (NK)
Fagócitos, inicialmente neutrófilos e
posteriormente macrófagos,
ingerem e tentam destruir esses microrganismos, mas as bactérias intracelulares patogênicas são resistentes
produtos destas bactérias são reconhecidos por TLR (TOLL) e por proteínas citoplasmáticas da
família dos receptores do tipo NOD
resultando na ativação dos fagócitos
O DNA bacteriano no citosol estimula as respostas do interferon tipo I através da via
STING.
As bactérias intracelulares ativam as células NK por induzir a expressão de ligantes de
ativação de células NK em células infectadas
Também pela estimulação da produção de IL-12 e
IL-15 pelas células dendríticas e macrófagos
citocinas ativadoras de NK
As NK produzem IFN-γ
ativa os macrófagos e promove a
morte da bactéria fagocitada.
as células NK proporcionam uma defesa inicial
contra estes microrganismos, antes do desenvolvimento da imunidade adaptativa
IMUNIDADE
ADAPTATIVA
A principal resposta imunológica protetora contra bactérias intracelulares é o
recrutamento e ativação de fagócitos mediados por células T
Caracteriza a resposta
imunologica adaptativa
as células T fornecem defesa contra infecções
por dois tipos de reações:
células T CD4 ativam fagócitos através das ações do ligante de CD40 e IFN-γ, resultando na morte de microrganismos que são ingeridos e sobrevivem dentro de fagócitos
As células T expressam o ligante de
CD40 e secretam IFN-γ, e esses dois estímulos ativam macrófagos, induzindo a produção de várias substâncias microbicidas, incluindo espécies reativas de oxigênio, o óxido nítrico e enzimas lisossomais
As células TCD4 respondem aos antígenos peptídicos associados ao MHC de classe II derivados das bactérias intravesiculares
Estas células T produzem IFN-γ, que ativa os macrófagos a destruírem os
microrganismos nos fagossomas
linfócitos T citotóxicos CD8 (CTLs) que destroem células infectadas, eliminam microrganismos que escapam aos mecanismos de morte dos fagócitos
As bactérias fagocitadas estimulam respostas de células T CD8 se os antígenos
bacterianos forem transportados a partir de fagossomos para o citosol ou se as bactérias escaparem dos fagossomos e entrarem no citoplasma das células infectadas
Quando os microrganismo estão no citosol não são mais suscetíveis aos mecanismos microbicidas dos fagócitos por isso as células infectadas devem ser destruídas pelos CTLs
Por isso os efetores da imunidade mediada por células, isto é, células T CD4 que ativam
macrófagos e CTLs CD8,
funcionam de forma cooperativa na defesa contra bactérias
intracelulares
As células TCD8 respondem aos peptídios associados à classe I derivados de antígenos citosólicos e destroem as células infectadas
A ativação dos macrófagos, que ocorre em resposta aos microrganismos intracelulares é
capaz de causar lesão tecidual
a lesão pode derivar de reações de hipersensibilidade do tipo tardia (DTH) aos antígenos de proteína microbiana
Devido a maior resistência das bactérias intra
elas persistem por longos tempos e causam estimulação antigênica crônica e a ativação das células T e de macrófagos
pode resultar na
formação de
granulomas
em
torno dos microrganismos
esses granulomas são característicos da infecção por algumas bactérias intracelulares
Este tipo de reação pode servir para localizar e impedir a propagação dos
microrganismos
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Inflamação
granulomatosa
Diferença individual nos padrões de respostas das células T a microrganismos intracelulares são determinantes importantes da progressão da doença e da evolução clínica
Como exemplo, podemos citar o papel das citocinas derivadas de TH1 e TH2 na determinação do resultado de infecção
EVASÃO DA RESPOSTA
estratégias para resistir à
eliminação pelos linfócitos
inibição da fusão do
fagolisossomo
escapar para o citosol,
escondendo-se dos mecanismos microbicidas dos lisossomos
A resistência à eliminação
mediada por fagócitos também é a razão
pela qual estas bactérias tendem a causar infecções crônicas que podem durar anos
IMUNIDADE CONTRA
FUNGOS
Infecções fungicas também
são chamadas de micoses
Infecções fungicas endêmicas
normalmente causadas por fungos presentes no ambiente e cujos esporos penetram nos humanos
Infecções fúngicas oportunistas
os agentes causadores causam doenças brandas ou não manifestam doença em indivíduos sadios, mas podem infectar e causar doença grave em pessoas imunodeficientes
A
imunidade comprometida
é o
fator predisponente mais importante para infecções fúngicas
clinicamente significativas
Diferentes fungos infectam os seres humanos e podem viver em tecidos extracelulares e dentro de fagócitos
as respostas imunológicas a estes microrganismos são frequentemente combinações das respostas a bactérias extracelulares e intracelulares
IMUNIDADE
INATA
Os principais mediadores da imunidade inata contra fungos são os
neutrófilos e
macrófagos
Os pacientes com neutropenia são extremamente suscetíveis a infecções porfungos oportunistas
Os fagócitos e células dendríticas reconhecem os organismos fúngicos através dos
TLRs
e dos
receptores do tipo lectina
chamados
dectinas
NEUTRÓFILOS
liberam substâncias fungicidas, tais
como as espécies reativas de oxigênio
e enzimas lisossomais e fagocitam os
fungos para a morte intracelular
cepas virulentas de Cryptococcus neoformans inibem a produção de citocinas, tais como o TNF e a IL-12 por macrófagos e estimulam a produção de IL-10
inibindo assim a ativação
dos macrófagos
IMUNIDADE
ADAPTATIVA
A imunidade celular é o principal
mecanismo de imunidade adaptativa
contra infecções fúngicas
As células T CD4 e CD8
cooperam para eliminar a f
orma de levedura de C. neoformans,
que tendem a colonizar os pulmões
e o cérebro de hospedeiro
imunodeficientes
Muitos fungos extracelulares
provocam fortes reações que
levam a indução do TH17
a ligação de glucanas fúngicas à dectina-1, um
receptor para este polissacarídeo fúngico
Ativa as células dendriticas
que produzem citocinas indutoras
de Th17, como IL- 6 e IL-23
As células Th17 estimulam
a inflamação e os neutrófilos
e monócitos recrutados destroem os fungos
As respostas TH1 são protetoras
em infecções fúngicas intracelulares
mas estas respostas podem provocar a inflamação granulomatosa
importante causa
de lesão tecidual
IMUNIDADE CONTRA
VÍRUS
Os vírus são os microrganismos intracelulares obrigatórios que utilizam os componentes
do ácido nucleico e a maquinaria da síntese de proteínas do hospedeiro para se replicar
Os vírus infectam as células utilizando moléculas
de superfície de células normais como receptores para entrar nas células
a partir do momento que o vírus entra na célula
A replicação viral interfere na síntese de proteína e função de células normais e leva à lesão e por fim à morte da célula infectada
Este resultado é um tipo de
efeito citopático do vírus e a infecção é dita lítica porque a célula infectada é lisada.
A infecção é prevenida por
interferons do tipo I como parte da
imunidade inata e os anticorpos
neutralizantes contribuem para a imunidade adaptativa.
Ascélulas infectadas são eliminadas pelas células NK na resposta inata e pelos CTL na
resposta adaptativa.
IMUNIDADE
INATA
Os principais mecanismos de imunidade inata contra os vírus são a inibição da infecção
por interferons do tipo I e a destruição das células infectadas mediada pelas células NK.
A infecção por diversos vírus
está associada à produção de
interferons tipo I
por células
infectadas, especialmente por células dendríticas do tipo plasmocitoide
Várias vias bioquímicas
desencadeiam a produção de
interferon
Os interferons tipo I têm a
função de inibir a replicação
viral em ambas as células
infectadas e não infectada
células NK
destroem
outras células infectadas
são um importante mecanismo
de imunidade contra os vírus no
início do curso da infecção
A expressão do de MHC
de classe I é muitas vezes
desligada nas células infectadas
por vírus como um mecanismo de fuga das CTLs
Isso permite que as células NK destruam as células infectadas porque
ausência da molécula de classe I libera as células NK de um estado normal de inibição
IMUNIDADE
ADAPTATIVA
A imunidade adaptativa contra as infecções virais é mediada pelos anticorpos, que bloqueiam a ligação do vírus e entram nas células hospedeiras, e por CTLs, que eliminam a infecção matando as células infectadas
Ac mais eficazes são aqueles produzidos
nos centros germinativos dependentes
de célula T
Os anticorpos são eficazes contra
os vírus apenas durante a fase
extracelular das vidas desses microrganismos
Vírus podem ser
extracelular
antes que eles infectem as células
hospedeiras, ou quando são liberados
de células infectadas por vírus por
brotamento ou se as células infectadas
morrerem
Os AC antiviraisligam-se ao
envelope viral ou aos antígenos do capsídeo e funcionam principalmente como anticorpos neutralizantes
Impedindo a fixação e a entrada do vírus nas células hospedeiras
os anticorpos evitam tanto a
infecção inicial quanto a
disseminação célula a célula
Os anticorpos secretados do
isotipo IgA são importantes para a neutralização dos vírus no trato
respiratório e intestinal
Além disso, os AC
podem opsonizar
partículas virais e promover a sua depuração por fagócitos.
A ativação do complemento
também pode participar através da
promoção de fagocitose e
possivelmente pela lise direta
de vírus com envoltórios lipídicos.
Os AC neutralizantes bloqueiam
a infecção e a disseminação viral, mas
quando os vírus entram na célula e
começam a se replicar, os vírus tornam-se
inacessíveis aos AC
Por isso, a imunidade humoral induzida por infecção
ou vacinação prévia é capaz de proteger as pessoas contra a infecção viral, mas não pode,
por si só erradicar uma infecção estabelecida.
A eliminação dos vírus que residem dentro das células é mediada por CTL, que matam as
células infectadas
A maioria dos CTLs específicos
para vírus são células que reconhecem peptídios virais, citosólicos, geralmente sintetizados endogenamente e que são apresentados por moléculas de classe
I do MHC
Se a célula infectada é uma
célula de tecido, ela pode ser fagocitada
pelas células dendríticas, que processa os antígenos virais e os apresenta para as células
TCD8 imaturas
Processo de apresentação cruzada
Os efeitos antivirais de CTLs são
principalmente à morte
de células infectadas
Porém, outros mecanismos incluem a
ativação de nucleases dentro de células
infectadas que degradam genomas virais
Também, e a secreção de citocinas, tais como IFN-γ, que ativa fagócitos pode apresentar alguma atividade antiviral.
muitos vírus são capazes de
alterar seus antígenos de superfície
e assim escapar do ataque por
anticorpos.
No entanto, as células infectadas podem produzir
algumas proteínas virais que são invariantes
de modo que a defesa mediada por CTLs
continua a ser eficaz contra esses vírus
Em infecções latentes, o DNA viral persiste nas células do hospedeiro, mas o vírus não
se replica ou destrói as células infectadas.
A latência é frequentemente um estado de
equilíbrio entre a infecção e a resposta imune
Os CTLs são produzidos em resposta ao
vírus que pode controlar a infecção, mas não erradicá-la
Como resultado, o vírus persiste
nas células infectadas, por vezes, durante
toda a vida do indivíduo
Qualquer deficiência
na resposta imune do hospedeiro pode
resultar na reativação da infecção latente
Tais infecções latentes são comuns
com o vírus de Epstein-Barr, e vários
outros vírus de DNA da família dos
herpes-vírus.
Em algumas infecções virais, a
lesão no tecido pode ser causada
por CTLs.
Exemplo, infecção pelo vírus
da coriomeningite linfocítica
(LCMV)
O vírus estimula o desenvolvimento de CTLs específicos para vírus que destroem células
meníngeas infectadas durante uma tentativa fisiológica de erradicar a infecção
meningite se desenvolve em camundongos normais com sistemas imunológicos intactos,
mas os camundongos deficientes em células T não desenvolvem a doença
EVASÃO DA
RESPOSTA
Os vírus desenvolveram numerosos mecanismos para fugir da imunidade do hospedeiro
Os vírus podem alterar seus antígenos e,
portanto, deixam de ser alvos da resposta
imune
Os antígenos afetados são mais comumente glicoproteínas de superfície reconhecidas por anticorpos, epítopos de células T, mas também podem ser submetidas à variação
Os genomas virais sofrem mutações nos genes que codificam essas proteínas de superfície
Mudança antigênica
O rearranjo dos genes virais
resulta em alterações importantes
que cria vírus distintos como o da gripe
aviária ou o vírus da gripe suína
Os principais mecanismos de variação antigênica são mutações pontuais e rearranjo dos genomas de RNA (em vírus de RNA), que conduzem a variação e mudança antigênica
Estes processos são de grande importância
na propagação do vírus influenza
As pandemias de gripe ocorridas em 1918, 1957, e 1968 foram devido a diferentes cepas do vírus
pandemia de H1N1 de 2009 foi devido a uma cepa na qual as cadeias do genoma do
RNA foram rearranjadas entre as cepas endêmicas em suínos, aves e seres humanos
O vírus da imunodeficiência humana (HIV-1), que provoca a AIDS, também é capaz de uma grande variação antigênica
devido a uma elevada taxa de erro
na transcrição reversa do seu genoma de RNA durante a reprodução viral
Alguns vírus inibem a apresentação de antígenos de proteínas citossólicas associados ao MHC de classe I.
Os vírus produzem uma variedade de proteínas que bloqueiam diferentes etapas do processamento, transporte e apresentação do antígeno
A inibição da apresentação antigênica bloqueia a montagem e expressão de moléculas
de classe I do MHC estáveis e a exposição de peptídios virais.
células infectadas por estes vírus não podem ser reconhecidas ou mortas pelas CD8 CTL
Alguns vírus podem produzir proteínas que atuam como ligantes para receptores inibitórios das
células NK e assim, inibir a ativação de células NK.
Alguns vírus produzem moléculas
que inibem a resposta imunológica.
Os poxvírus codificam moléculas
que são secretadas por células
infectadas e se ligam a váriascitocinas, incluindo o IFN-γ, TNF, IL-1, IL-18, e quimiocinas
As proteínas de ligação a
citocinas secretadas podem
funcionar como antagonistas
competitivos das citocinas.
O vírus Epstein-Barr produz uma proteína homóloga à citocina IL-10, que inibe a ativação de macrófagos e células dendríticas
Algumas infecções virais crônicas estão associadas à insuficiência de respostas CTL
imunodeficiência pode
resultar da sinalização de receptores
inibitórios da célula T, como a via
de PD-1, que normalmente funciona
para manter a tolerância de
células T a antígenos próprios
Os vírus podem infectar e destruir ou
inativar as células imunocompetentes.
O exemplo óbvio é o HIV, que
sobrevive ao infectar e eliminar
as células T CD4
IMUNIDADE CONTRA
PARASITAS
a infecção parasitária refere-se a infecção com
parasitas de animais, tais como os protozoários, helmintos e ectoparasitas
Estima-se que cerca de 30% da
população mundial sofram de infestações parasitárias.
A maioria das infecções parasitárias são crônicas devido a fraca imunidade inata e a capacidade dos parasitas para fugir ou resistir à eliminação por
A maioria das infecções parasitárias são crônicas devido a fraca imunidade inata e a capacidade dos parasitas para fugir ou resistir à eliminação por
IMUNIDADE
INATA
Os parasitas estes organismos são
muitas vezes capazes de sobreviver e
replicar em seus hospedeiros, porque
eles são bem adaptados para resistir às defesas do hospedeiro
A principal resposta da imunidade
inata aos protozoários é a fagocitose,
mas muitos desses parasitas são
resistentes à fagocitose e podem se replicar mesmo dentro de macrófagos
Alguns protozoários expressam
moléculas de superfície que são
reconhecidas por TLRs e ativam
os fagócitos.
Os fagócitos também podem atacar os
parasitas helmintos e secretar substâncias microbicidas para matar organismos que
são muito grandes para serem fagocitados.
Porém, muitos helmintos possuem
tegumentos espessos que os tornam
resistentes aos mecanismos citocidas de neutrófilos e macrófagos, e que são muito grandes para serem ingeridos pelos fagócitos.
Ainda, helmintos podem
ativar a via alternativa do
complemento
IMUNIDADE
ADAPTATIVA
não é surpreendente que
diferentes parasitas
provoquem respostas
imunológicas adaptativas
DISTINTAS
Alguns protozoários patogênicos
evoluiram e conseguem sobreviver
no interior da célula hospedeira
imunidade protetora contra estes
organismos é mediada por mecanismos semelhantes aos que eliminam as bactérias
intracelulares e os vírus
O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro de
macrófagos é a resposta imunológica mediada por células, em particular pela ativação de macrófagos por citocinas derivadas de células TH1.
A infecção de camundongos com
Leishmania major
exemplo mais bem documentado de como a predominância das respostas TH1 ou TH2
determina a resistência ou a susceptibilidade à doença
A resistência à infecção está
associada à ativação de células
T CD4 TH1 específicas para Leishmania,
que produzem IFN-γ e assim ativam os macrófagos para que destruam os parasitas
intracelulares
Por outro lado, a ativação das células TH2 pelos protozoários resulta no aumento da sobrevivência do parasita e na exacerbação de lesões devido às ações supressoras de citocinas TH2 de macrófagos.
Protozoários que replicam dentro de várias células do hospedeiro e lisam estas células, estimulam anticorpos específicos e as respostas de CTL
Um exemplo de um tal organismo é o parasita da malária, que reside principalmente nas hemácias e em hepatócitos durante seu ciclo de vida
A defesa contra muitas infecções por helmintos é mediada pela ativação das células TH2, o que resulta na produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos
Os helmintos estimulam a
diferenciação de células T CD4
imaturas para o subconjunto de células
efetoras TH2, que secretam IL-4 e IL-5
A IL-4 estimula a produção de IgE,
a qual se liga ao receptor Fc
de eosinófilos e de mastócitos
A IgE reveste os parasitas e os eosinófilos se ligam à IgE e são ativados para liberar seus conteúdos granulares, que destroem os helmintos
As ações combinadas de mastócitos e eosinófilos também contribuem para a
expulsão dos parasitas do intestino
a IL-5 estimula o desenvolvimento dos
eosinófilos e ativa os eosinófilos
As respostas imunológicas adaptativas contra parasitas também podem contribuir
para a lesão tecidual
Alguns parasitas e seus produtos induzem respostas granulomatosas com fibrose concomitante
Exemplo, Ovos do Schistosoma mansoni
levam a formação de granulomas no
organismo. Tais granulomas
induzidos por TH2 servem para conter os ovos dos esquistossomos
mas a fibrose grave associada a esta resposta imune crônica mediada por células leva a cirrose, interrupção do fluxo de sangue venoso no fígado e hipertensão portal
EVASÃO DA
RESPOSTA
Os parasitas escapam da imunidade protetora reduzindo a sua imunogenicidade e pela
inibição das respostas imunológicas do hospedeiro.
Os parasitas alteram seus antígenos de superfície durante o seu ciclo de vida em
hospedeiros vertebrados
Existem duas formas de
variação antigênica bem definidas
PRIMEIRO
alteração fase-específica na expressão dos antígenos, de modo a que os
estágios teciduais maduros de parasitas produzem antígenos diferentes daqueles das fases infecciosas
SEGUNDO
e mais notável exemplo de variação
antigênica em parasitas é a variação
contínua dos principais antígenos de superfície observada em tripanossomas africanos como o
Trypanosoma brucei e o Trypanosoma rhodesiense.
Os pacientes infectados apresentam ondas
de parasitemia no sangue e cada onda consiste de parasitas que expressam um Os pacientes infectados apresentam ondas
de parasitemia no sangue e cada onda consiste de parasitas que expressam um
Uma consequência da variação antigênica em parasitas é a dificuldade
para vacinar eficazmente os indivíduos contra estas infecções.
Os parasitas se tornam resistentes aos mecanismos imunológicos efetores durante a
sua permanência em hospedeiros vertebrados
EXEMPLO
larvas dos esquistossomos desenvolvem um tegumento resistente a danos pelo
complemento e pelos CTLs
Os parasitas protozoários podem esconder-se do sistema imunológico por viver no
interior das células do hospedeiro ou pelo desenvolvimento de cistos resistentes ao sistema imune
Alguns parasitas helmínticos residem nos lumens intestinais e estão a salvo dos mecanismos imunológicos efetores mediados por células
Parasitas inibem a resposta imune do hospedeiro por múltiplos mecanismos.
A anergia de células T aos antígenos do parasita tem sido observada em esquistossomose grave
envolvendo o fígado e o baço e em infecções filariais
Alguns parasitas, como
Leishmania, estimulam o desenvolvimento das células T reguladoras, que suprimem a
resposta imunológica o suficiente para permitir a persistência dos parasitas