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Saúde Pública XXVII - Coggle Diagram
Saúde Pública XXVII
Esquistossomose
Esquistossomose Mansoni
Doença parasitária, de evolução crônica, cuja magnitude da prevalência, severidade das formas clínicas e evolução a caracterizam como um importante problema de saúde pública no país.
Agente etiológico
Schistosoma mansoni
, um helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistossomatidae e gênero Schistosoma.
São vermes digenéticos (parasitas que só completam o seu ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros), delgados, de coloração branca e sexos separados
(característica dessa família)
;
A fêmea adulta, mais alongada, encontra-se alojada em uma fenda do corpo do macho, denominada canal ginecóforo.
Hospedeiros
Definitivo
O homem é o principal
hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta, reproduz-se sexuadamente e possibilita a eliminação dos ovos
do S. mansoni no ambiente, pelas fezes contaminação das coleções hídricas
Os primatas, marsupiais (gambá), ruminantes, roedores e lagomorfos (lebres e coelhos)
são considerados hospedeiros permissivos ou reservatórios;
Porém, não está clara a participação desses animais na transmissão e epidemiologia da doença, apesar da capacidade de todos em eliminar ovos nas fezes.
Intermediário
O ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do hospedeiro intermediário no ambiente.
Os
caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família
Planorbidae e gênero Biomphalaria
, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada do helminto.
Concha geralmente planispiral, a cor natural da concha é amarelo-palha, mas modifica-se em contato com substâncias corantes dissolvidas na água dos criadouros
No Brasil, as espécies
Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila
estão envolvidas na disseminação da esquistossomose.
Localizados, principalmente, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
O homem adquire a esquistossomose por meio da
penetração ativa da cercária na pele.
Após a infecção, as cercárias se desenvolvem para uma forma parasitária primária denominada esquistossômulo, que inicia o processo de migração, via circulação sanguínea e linfática, até atingir o coração e em seguida os pulmões.
Os esquistossômulos chegam aos vasos sanguíneos e alcançam o fígado, onde evoluem para as formas adultas
Nos vasos portais mesentéricos, ocorre a sobreposição da fêmea no canal ginecóforo do macho e, consequentemente, a cópula, seguida de oviposição.
No ambiente aquático, acontece a eclosão dos ovos e liberação do
miracídio, que é a forma ativa infectante do hospedeiro intermediário
Essa forma apresenta grande capacidade de locomoção e afinidade quimiotática com os moluscos;
A sua garantia de sobrevivência está diretamente relacionada ao encontro com o hospedeiro intermediário
Algumas horas após a penetração dos miracídios no caramujo, inicia-se um complexo processo de alterações morfológicas que darão origem às cercárias.
Os hospedeiros intermediários começam a eliminar cercárias após 4 a 7 semanas da infecção pelos miracídios.
Os caramujos infectados eliminam cercárias por toda a vida, que é aproximadamente de 1 ano.
O contato com águas contaminadas por cercárias utilizadas para atividades profissionais ou de lazer, como banhos, pescas, lavagem de roupa e louça ou plantio de culturas irrigadas, com presença de caramujos infectados pelo S. mansoni, constitui risco para se adquirir a esquistossomose.
Período de incubação
Em média, 1 a 2 meses após a infecção, que corresponde à fase de penetração das cercárias, seu desenvolvimento, até a instalação dos vermes adultos no interior do hospedeiro definitivo
O homem infectado pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni a partir de 5 semanas após a infecção e por um período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais de 20 anos
Há evidências de que certo grau de resistência à esquistossomose se faz presente na maioria dos indivíduos expostos em áreas hiperendêmicas, mas esse mecanismo não está perfeitamente esclarecido.
A maioria das pessoas infectadas pode permanecer assintomática, dependendo da intensidade da infecção. Clinicamente, a esquistossomose pode ser classificada em fase inicial e fase tardia
Esquistossomose
Está presente de forma endêmica nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe
Vigilância epidemiológica
Objetivos de reduzir:
a ocorrência de formas graves e óbitos;
a prevalência da infecção;
o risco de expansão geográfica da doença;
adotar medidas de controle em tempo oportuno
Deve-se investigar todos os casos notificados nas áreas indenes, vulneráveis e nas áreas focais em vias de eliminação.
Medidas de prevenção e controle
Controle dos portadores como estratégia de prevenção
Tratamento dos portadores para reduzir a carga parasitária e impedir o aparecimento de formas graves, de acordo com a prevalência encontrada na localidade:
prevalência menor que 15%: tratar somente os casos diagnosticados;
prevalência entre 15 e 25%: tratar os casos positivos e os conviventes;
prevalência superior a 25% – tratar toda a localidade.
Educação em saúde
Controle de hospedeiros intermediários
pesquisa de coleções hídricas para determinação do seu potencial de transmissão; e
quando indicado, tratamento químico de criadouros de importância epidemiológica.
Os métodos de controle dos planorbídeos podem ser classificados em biológico, físico e químico
O biológico envolve a introdução de organismos com ação predadora, competidora, parasitária ou patogênica sobre os
moluscos hospedeiros
O físico consiste na manipulação de fatores-chave do meio, capazes de impedir o desenvolvimento e a manutenção das populações dos moluscos
O químico consiste na aplicação de produtos tóxicos (moluscicidas) nos criadouros
Como as três modalidades implicam ações de maior ou menor impacto ambiental, sua implementação depende de estudos prévios, tendo em vista a legislação ambiental
Saneamento ambiental
A medida selecionada deve ser aquela que provoque o menor impacto no meio ambiente, observando-se a legislação ambiental em vigor.
aterro, drenagem ou retificação de coleções hídricas; revestimento e canalização de cursos d’água;
limpeza e remoção da vegetação marginal e flutuante; abastecimento de água para consumo humano;
esgotamento sanitário;
controle do represamento de águas;
correção de sistemas de irrigação;
melhoria da infraestrutura sanitária;
instalações hídricas e sanitárias domiciliares.