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FARMACOTÉCNICA APLICADA À FITOTERAPIA - Coggle Diagram
FARMACOTÉCNICA APLICADA À FITOTERAPIA
FARMACOTÉCNICA:
Parte da farmacologia que leva em consideração as formas de apresentação farmacêuticas e via por onde as formas farmacêuticas serão apresentadas
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
Local ou estrutura no organismo onde o fármaco toma contato para iniciar processos sequenciais
VIAS ENTERAIS
: entram em contato com qualquer segmento do TGI:
Oral sublingual
Oral intestinal
Retal
Via sublingual ou SL:
Via de administração que consiste na absorção de fármacos por debaixo da língua (evita o efeito de primeira passagem hepático, pois a drenagem venosa é para a veia cava superior).
As mucosas situadas na região sublingual são altamente vascularizadas por capilares sanguíneos, motivo pelo qual sua absorção é altamente eficaz.
Em comparação com a via oral, não há qualquer elemento que pode implicar em aceleração ou retardo de esvaziamento gástrico, contato ou não com a mucosa do intestino.
Essa rápida absorção, torna-se também uma via com riscos consideráveis (ex: se utilizar gotas de guiminema silvestre (folhas) na forma de spray sublingual pode alterar a glicemia e dependendo da dose até risco de hipoglicemia). Sua utilização também depende da ionização e lipossolubilidade do fármaco. Na sublingual é absorvido aproximadamente o quando é absorvido por processo passivo/difusão em trato digestório baixo
Via oral intestinal:
é segura e não requer técnica estéril na sua preparação. Se for comprimido ou cápsula tem que sofrer a digestão mecânica e química em estômago e mais a frente a solubilidade a ionização e absorção em intestino.
Obs: se for um fitoquimico que é gastrotóxico (irritação ou lesão em estomago) talvez é interessante usar cápsula de revestimento entérico ou gastroressistente (sendo desintegrada em ph alcalino do intestino).
Obs: se utilizar VO intestinal as formas sólidas (comprimidos, dragas, capsulas) tem que ter a digestão física/mecânica e química em estomago (para desintegrar e liberar o principio ativo). Já as liquidas ou que são solubilizadas em liquido (pó que é solubilizado em água) a absorção é mais rápida porque não necessita tanto do processo digestivo.
ATENÇÃO: A medicação via oral não é indicada em clientes apresentando náuseas e vômitos (risco de hemese e retorno da medicação), dificuldade de deglutição, ou que estejam em jejum para cirurgia.
VIAS PARENTERAIS
: demais vias
(uso exclusivo médico)
FORMAS FARMACÊUTICAS
PÓ
Droga vegetal
pulverizada, seca, moída finamente
.
É a forma farmacêutica em que o princípio ativo encontra-se pulverizado, podendo ser destinado ao uso interno (VO).
Quando a droga está em pó pode ter contaminantes acidentais ou intencionais (aumentar volume e reduzir preço).
Ex: parte de insetos, fuligens...
Indicação:
é usado como infuso (chá) ou misturado diretamente em bebidas ou frutas amassadas. É especialmente indicado para pacientes com dificuldade em ingerir cápsulas ou com intolerância gástrica a elas (pediatria é boa).
Limitação de uso:
dificuldade de padronização farmacológica e do controle de qualidade.
Vantagens:
garante homogeneidade da mistura, bom acondicionamento, facilita a extração dos princípios ativos e possui facilidade de administração ao paciente.
Desvantagens:
pode causar irritabilidade em esôfago (se for irritante gástrico) e promover náuseas em pessoas sensíveis, em especial para princípios amargos.
RASURA
Processo de
fragmentação da droga vegetal através de moinhos
.
Utilizada no preparo de chás (infusos ou decoctos) pelo próprio paciente.
Vantagens:
acondiciona bem grandes doses e plantas volumosas.
Desvantagem:
em fórmulas, não há boa homogeneidade. Deve colocar a água como liquido extrator e utilizar tratamento térmico.
INFUSÃO
Trata-se de uma técnica extrativa que consiste em
lançar a água fervente, mantendo-se o líquido e a planta encerrados num vaso fechado, em contato durante certo tempo.
É utilizada para
partes delicadas
das plantas: tenras, folhas, flores reduzidas normalmente a pó ou rasuradas.
Preparo:
separe as partes e lave-as cuidadosamente. Pode-se utilizar plantas medicinais variadas, desde que de órgãos vegetais idênticos (só folhas ou só flores). Ferva a água, desligue e mergulhe as partes da planta. Cubra e deixe abafado por 5 a 10 minutos. Procede a coagem/filtra-se bebesse morno ou frio
Obs: normalmente o infuso guarda uma proporção 5% para infusos menos concentrados e 10% para infusos mais concentrados: Observe a proporção: 5 partes de planta para 95 partes de água! Exemplo: pega 10g de parte da planta para 190g partes de água. Se tem 200ml de bebida seria pro infuso a 5%.
Obs.: É importante abafar, principalmente quando se utiliza folhas e flores, para evitar a perda das propriedades medicinais. Liberação de óleos essenciais de essências e elementos voláteis que são fitoquimicos importantes e com propriedades medicinais.
Obs.: em validade em até 24 horas (em condições adequadas em geladeira e tampado)
Muitos fitoquímicos são oxidantes, logo alguns infusos caso seja feito o consumo em até 24 horas que seja administrada ou batida com fruta fonte de antioxidantes, principalmente VIT. C.
Exemplo:
chá verde 1 litro infuso na geladeira, batido com 1 rodela de limão ou laranja ou meio limão (palatabilidade e teor de vitamina C da fruta).
DECOCÇÃO
Consiste em
manter a planta em contato, durante certo tempo, com um solvente, normalmente a água em ebulição
, obtendo-se deste modo, uma solução extrativa denominada decocto ou cozimento.
É uma técnica empregada
para plantas que possuem superfície e partes lenhosas
(cascas, raízes e folhas muito duras). Plantas coreaceas (muito duras) folhas duras, caules, raízes, rizomas. É chamado de chá por fervura.
Preparo:
separe as partes da planta e lave-as cuidadosamente. Em um recipiente com água, adicione as partes da planta e submeta à cocção.
O tempo de preparo depende da parte da planta utilizada:
2 minutos para folhas e flores
7 minutos para raízes e caules
10 minutos para a planta toda
Ideal ingerir logo após a realização porque como tem cocção ou princípios ativos que são termolábeis são perdidos ao calor tendem a reduzir a concentração.
Observe a proporção: 10 partes de planta para 150 partes de água. Toda vez que tem sempre tem a gramatura frente ao volume de água utilizada
(sempre coloca um pouco mais de água, porque como entra em ebulição a 100º a água evapora).
Após este tempo, retire do fogo e deixe o recipiente tampado por alguns minutos antes de usar. Proceda a filtragem antes de ingerir.
TINTURA
São
soluções hidroalcoólicas
(30º a 96ºGL) obtidas de vegetais secos por maceração ou por percolação. Normalmente a solução/liquido extrator etanólica é de 75ºGL.
Podem ser:
Simples (extração de uma única espécie vegetal) ou
Composta (extração de duas ou mais espécies vegetais).
As tinturas
devem ser administradas diluídas em água
, em função do alto teor alcoólico e sabor forte das plantas.
Indicação:
pacientes com dificuldade para ingestão de cápsulas.
Vantagens:
redução da quantidade de material ingerido para atingir a mesma ação medicinal, além da alta biodisponibilidade. O etanolico consegue retirar e manter o composto bioativo.
Desvantagens:
Alto teor alcoólico e eventuais incompatibilidades físico-químicas entre algumas plantas (algumas plantas não consegue fica intragável). Incompativel com paciente pediátrico e com desordens hepáticas e que utiliza droga neurológica (interação negativa). Tem sabor pronunciados que consegue extrair algumas substâncias que podem dar um sabor ruim. Sempre diluída em água para administração.
EXTRATOS SECOS
São preparações sólidas obtidas pela evaporação do solvente utilizado na extração. Normalmente o solvente é a água, se for lipossolúvel ai não é bem extraída com água e sim com etanol.
Os extratos secos são obtidos pela evaporação do extrato aquoso ou alcóolico a uma temperatura que não exceda 50ºC e apresentam, no mínimo, 95% de resíduo seco, calculados como porcentagem de massa, ou seja, não podem exceder 5% de seu peso em água
A Farmacopéia Brasileira não estabelece a concentração do extrato seco em relação à droga vegetal, ficando a critério do produtor. Tem dificuldade de padronização e obtenção do mesmo. De prioridade pra prescrever o padronizado (maior controle de segurança) ou o concentrado.
PADRONIZADO
O teor de um ou mais constituintes é ajustado a valores previamente definidos (em literatura, tem estudos). Normalmente são prescritos em cápsulas, pode ser pó ou sache para preparo de bebidas.
Exemplos: que em 200ml de extrato seco padronizado a tantos % do marcador que parece auxiliar em determinada patologia.
Então quando é padronizado o extrato seco e tem o percentual do marcador tem o objetivo é garantir o controle de qualidade e o desenvolvimento de produtos fitoterápicos que preenchessem os requisitos de qualidade, eficácia e segurança, exigidos para qualquer medicamento
Ginkgo biloba: 24% de ginkosídeos
Glycine max (soja): 40% de isoflavonas (principio ativo fitohormonal)
Indicação: pacientes com intolerância ao cheiro e/ou ao gosto de uma ou mais plantas da fórmula.
Vantagens: fácil administração e facilidade de transporte, verificar se precisa refrigeração e a embalagem ser protegida de umidade e calor, verificar o excipiente...
Desvantagens: dificuldade de uso pediátrico, inviável para algumas plantas volumosas (ou percentual de marcador baixo: sendo uma dose aviada em 3-4 cápsulas), fracionamento da dose em grande quantidade de cápsulas.
Outra desvantagem: intolerância gástrica às cápsulas, ao envoltório ou a planta (se precisa ser liberada em intestino: capsula de liberação entérica ou gastro resistente ou se a planta causa irritação precisa colocar: capsula gastro resistente) ou desconforto em virtude de agentes de volume (excipientes).
Citrus aurantium (fruto) ES 6% sinefrina (tem a concentração do marcador, padronização do marcador)
A cada 100 mL de extrato fluido ou 100 g de extrato seco tem-se 6 g de sinefrina. Quando determina determinada dose posológica, exemplo: 100mg de laranja amarga significa que em 100mg de ES padronizado do citrus a 6% tem 6g de sinefrina. Os estudos colocam que pra ter efeito termogenico e lipolítico precisa de 12mg de sinefrina por dia. Então, 100mg – tem 6mg, 12mg –x. Então teria que prescrever 200mg por dose posológica. Por isso tem que sempre tentar chegar o ES padronizado.
A expressão correta da padronização do derivado de droga vegetal na receita é de fundamental importância para garantir a eficácia e a segurança do tratamento. O ES padronizado é importante porque tem estudos tanto de segurança e efetividade e tem controle de qualidade (então, quando for aviado em uma farmácia de manipulação obrigatoriamente o farmacêutico tem que colocar aquele teor que eu preciso). Se ele não tem o extrato a 6%, e sim a 10%, ele faz a bioequivalência (regra de 3 pra chegar o quanto de extrato ele usará). Isto porque algumas plantas não apresentam apenas um percentual de marcador disponível no mercado (fitoterapia foi liberada em 2006, só tem 15 anos)
Curcuma longa
L. (cúrcuma) é disponível no mercado com concentração do marcador (curcuminóides totais) de 20 e 95%.
O profissional prescritor deseja prescrever 250 mg do extrato seco de cúrcuma a ser manipulado em uma farmácia magistral. Você pensou enquanto tava calculando 250 mg do extrato seco de cúrcuma a 20% de curcuminóide ou a 95%. Tem duas razões ai:
1º: se não colocar o percentual do marcador e o paciente for a uma farmácia e ela (farmácia) tiver em concentração menor (vai colocar o peso do extrato seco que você pediu, independente da concentração (já que não tinha na receita), então não tem efeito terapêutico
2º: se pensou em 250mg em uma concentração menor e ele foi na farmácia e que tinha na maior concentração pode ter toxicidade.
É claro que o exemplo trata de uma situação hipotética, e em casos como este a farmácia entra em contato com o prescritor a fim de confirmar o percentual de marcador desejado na prescrição
CONCENTRADO
Se correlaciona a quantidade de droga vegetal utilizada para se obter determinada quantidade de extrato (chamando de razão droga/extrato: normalmente vem bacaris trimerá 4x1, 5x1, isso significa o quanto de droga vegetal foi utilizada para obter determinada quantidade de principio ativo);
1)
Bacharis trimera
(carqueja) (partes aéreas) ES 4:1 (ES: extrato seco concentrado 4:1 (razão droga/extrato, isso significa que foi utilizado 4 vezes a quantidade da droga vegetal para obtenção do derivado da droga vegetal e o principio ativo farmacológico). Aqui é demonstrada a relação droga vegetal:extrato seco (ES).
Logo, a partir de 4 g de droga vegetal foi possível obter 1g de extrato seco (ES), ou seus múltiplos, por exemplo. Pode-se afirmar, portanto, que o extrato se encontra quatro vezes mais concentrado que a droga vegetal.
Entretanto, não se é possível ter precisão quanto a quantidade presente de marcador, seja ele farmacológico ou químico (porque não é um extrato padronizado). Mas tem a segurança e controle de qualidade de prescrição o extrato seco concentrado tem garantia de efetividade enquanto não se tem o desenvolvimento de percentual de padronizador utiliza o concentrado com muita segurança (da pra usar).