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SAÚDE, DOENÇA E CORPO, TEXTO BASE: GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos…
SAÚDE, DOENÇA E CORPO
BIOMEDICINA
Definição prática
Modelo ocidental de prática médica em que a doença é definida objetivamente de acordo com a presença de sintomas físicos reconhecidos. Nele, buscam-se tratamentos médicos de derivação científica para recuperar a saúde do corpo.
Origens do conceito
Durante mais de duzentos anos, houve um domínio das ideias ocidentais sobre medicina, como comprova o modelo biomédico de saúde. A biomedicina passou a dominar, assim como os métodos científicos modernos em que ela se baseia.
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Aspectos controversos
Nos últimos trinta anos, o modelo biomédico foi alvo crescente de críticas, e grande parte da literatura sociológica nessa área mantém um tom crítico. Alguns estudiosos afirmam que a eficácia da medicina científica é superestimada.
Relevância contínua
Nas últimas décadas, a biomedicina enfrentou críticas furiosas que não parecem longe de amenizarem. Entretanto, é preciso lembrar que ela continua sendo o modelo dominante dos sistemas de saúde no mundo inteiro.
ESTIGMA
Definição prática
Características físicas ou sociais identificadas como humilhantes ou que sejam socialmente reprovadas, resultando em ignomínia, distância social ou discriminação.
Origens do conceito
Os estudos sociológicos do estigma e dos processos de estigmatização foram, em maioria, realizados seguindo a tradição interacionista simbólica a partir da década de 1960.
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Aspectos controversos
Uma das fraquezas dos estudos do estigma é a relativa falta de interesse na resistência aos processos de estigmatização.
Relevância contínua
O conceito de estigma continua sendo útil. A relevância contínua do conceito de estigma fica clara no estudo de Kit Yee Chan e colegas (2009) sobre a aids e os rótulos de promiscuidade sexual na Tailândia.
EU SOCIAL
Definição prática
Formação de consciência própria conforme o organismo humano individual responde às diversas reações de terceiros em relação a si mesmo.
Origens do conceito
Muito se diz que os seres humanos são as únicas criaturas que sabem que existem e que um dia irão morrer. Em termos sociológicos, isso significa que os indivíduos humanos têm consciência do eu [self].
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Aspectos controversos
Uma das críticas à tese de Mead é que o processo de autoformação é descrito como algo relativamente simples. Contudo, outras pessoas indicam que o processo é repleto de conflitos e distúrbios emocionais e que pode deixar cicatrizes pelo resto da vida.
Relevância contínua
A teoria de Mead foi muito importante para o desenvolvimento da Sociologia. Foi a primeira teoria genuinamente sociológica sobre a autoformação, a qual insistia que, para nos compreendermos adequadamente, devemos começar com o processo social de interação humana.
MEDICALIZAÇÃO
Definição prática
Processo pelo qual questões relacionadas ao estilo de vida como peso, tabagismo ou práticas sexuais transformam-se em problemas médicos a serem tratados por profissionais da medicina.
Origens do conceito
O conceito de medicalização foi criado nas décadas de 1960 e 1970 como parte de um ataque fundamental contra os perigos latentes de uma profissão médica em expansão, que para muitos estava ficando poderosa demais.
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Aspectos controversos
Os críticos da medicalização consideram a tese de certa forma exagerada. Existem alguns problemas com a expansão da medicina para novas áreas, porém a medicalização também trouxe muitos benefícios.
Relevância contínua
A tese da medicalização é uma importante corrente crítica em diversos estudos sociológicos e os recentes protestos contra a dominação biomédica sugerem que a tese encontrou um público receptivo.
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PAPEL DE DOENTE
Definição prática
Conceito criado por Talcott Parsons para explicar as expectativas sociais ligadas à doença e ao comportamento de pessoas doentes. Qualquer desvio a essas expectativas resulta em penalidades e estigma social.
Origens do conceito
O conceito de “papel de doente” perdeu espaço, bem como o funcionalismo geral, na Sociologia durante as décadas de 1970 e 1980, porém houve certo interesse em recuperá-lo para a aplicação no estudo comparativo das doenças entre as sociedades.
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Aspectos controversos
A ideia de papel de doente proposta por Parsons foi muito influente. Ela mostra como o enfermo é parte integrante de um contexto social mais amplo. No entanto, existem diversas críticas relevantes a essa ideia.
Relevância contínua
A descrição de Parsons ainda concerne a médicos e pacientes, o que fornece prova útil de que, apesar da suposição comum do contrário, as doenças crônicas não estão além do alcance de sua tese original.
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TEXTO BASE: GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos essenciais da sociologia. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2017. pp.281-311.
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