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A Sociedade como Realidade Objetiva - Coggle Diagram
A Sociedade como Realidade Objetiva
A organização instintiva do homem descreve-se como
subdenselvolvida
, comparada a outros mamíferos superiores. O homem, tem impulsos, mas estes são desprovidos de especialização e direção. Isto significa que o organismo humano é capaz de aplicar o equipamento que possui por constituição a uma ampla escala de atividades e, além disso, constantemente em variação.
Embora seja possível dizer que o homem tem uma natureza, é mais significativo dizer que o "
homem constrói sua própria natureza
, ou, mais simplesmente, que o homem se produza si mesmo
A plasticidade do organismo humano e sua susceptibilidade às influências socialmente determinadas são melhor ilustradas pela documentação etnológica referente à sexualidade. Embora o homem possua impulsos sexuais comparáveis aos de outros mamíferos superiores,
a sexualidade humana caracteriza-se por um grau muito alto de flexibilidade.
Ao mesmo tempo,é claro, a sexualidade humana é dirigida, às vezes de maneira rigidamente estruturada, em cada cultura particular.
Toda cultura tem uma configuração sexual distintiva
, com seus próprios padrões especializados de conduta sexual e seus pressupostos "antropológicos" na area sexual.
O período durante o qual o organismo humano se desenvolve até completar-se na correlação com o ambiente é também o período durante o qual o eu humano se forma. Por conseguinte,
a formação do eu deve também ser compreendida em relação com o continuo desenvolvimento orgânico e como processo social
, no qual o ambiente natural e o ambiente humano são mediatizados pelos outros significativos.
Por um lado, o homem é um corpo, no mesmo sentido em que isto pode ser dito de qualquer outro organismo animal. Por outro lado, o homem tem um corpo. Isto é, a experiência que o homem tem de si mesmo oscila sempre num
equilíbrio entre ser um corpo e ter um corpo
, equilíbrio que tem de ser corrigido de vez em quando.
Os homens em conjunto produzem um ambiente humano, com a totalidade de suas formações socioculturais e psicológicas.
Assim como é impossível que o homem se desenvolva como homem no isolamento, igualmente
é impossível que o homem isolado produza um ambiente humano
. O ser humano solitário é um ser no nível animal (que, está claro o homem partilhar com os outros animais)
A humanidade especifica do homem e sua socialidade estão incomensuravelmente entrelaçados. O
Homo sapiens
é sempre, e na mesma medida,
Homo socius
.
O organismo humano não possui os meios biológicos necessários para dar estabilidade à conduta humana. A existência humana, se
retornasse a seus recursos orgânicos exclusivamente, seria a existência numa espécie de caos.
A questão então surge, de que maneira
surge a própria ordem social?
A resposta mais geral é a que indica ser a ordem social um
produto humano
, ou mais, precisamente, uma
progressiva produção humana
. A ordem social não é dada biologicamente nem derivada de quaisquer elementos biológicos em suas manifestações empíricas.
A ordem social existe unicamente como
produto da atividade humana.
Em outras palavras, embora nenhuma ordem social existente possa ser derivada de dados biológicos, a necessidade da
ordem social provém do equipamento biológico do homem
Toda atividade humana está sujeita ao hábito.
Qualquer ação frequentemente repetida torna-se moldada em um padrão. As ações tornadas habituais,
conservam seu caráter plenamente significativo para o indivíduo.
A formação do habito acarreta o importante ganho psicológico de fazer estreitarem-se as opções.
O hábito fornece
a direção e a especialização da atividade que faltam e no equipamento biológico do homem
, aliviando assim o acúmulo de tensões resultantes dos impulsos não dirigidos.
Estes processos de formação de hábitos precedem toda institucionalização, na verdade podem ser aplicados a um hipotético indivíduo solitário, destacado de qualquer interação social. A institucionalização ocorre sempre que há uma
tipificação reciproca de ações habituais
por tipos de atores.
A instituição pressupõe que
ações do tipo X
serão executadas por
atores do tipo X
. Além disso, as instituições implicam a historicidade e o controle. As tipificações reciprocas das ações são construidas no curso de uma história compartilhada.
As instituições, também, pelo simples
fato de existirem, controlam a conduta humana
estabelecendo padrões previamente comportamento. Assim, dizer que um
segmento da atividade foi institucionalizado
significa que tal ação já foi submetida ao
controle social
.
Na experiência real as
instituições geralmente se manifestam em coletividades que contêm um número considerável de pessoas
. E portanto teoricamente significativo acentuar que o processo de institucionalização da tipificação reciproca ocorreria mesmo se dois indivíduos começassem a atuar um sobre o outro de novo.
A institucionalização é incipiente em toda situação social que prossegue no tempo.
A realidade objetiva das instituições não fica diminuída se o indivíduo não compreende sua finalidade ou seu mundo de operação. Pode-se achar
incompreensíveis
grandes setores do mundo social, mas não pode deixar de considerá-los
reais
.
É importante ter em mente que a objetividade do mundo: institucional, por mais maciça que apareça ao indivíduo, é uma objetividade produzida e construída pelo homem. Em outras palavras,
apesar da objetividade, ele não adquire por isso um status metafísico
.
Assim, quanto
mais a conduta é institucionalizada tanto mais se torna predizível e controlada.