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Saúde Pública XIV parte 2 - Coggle Diagram
Saúde Pública XIV parte 2
Controle da dengue
Pesquisa entomológica
Levantamento de índice rápido de infestação
por Aedes aegypti (LIRAa)
Realizado anualmente nos meses de janeiro, março e outubro tem como objetivo permitir o diagnóstico rápido da situação entomológica para auxiliar no direcionamento das ações de controle vetorial e de educação em saúde.
Em agosto de 2007, a SMSA (secretaria municipal de saúde) realizou um LIRAa piloto no Distrito Sanitário Oeste com algumas adaptações ao manual original do MS (ministério da saúde).
Metodologia adaptada:
• Divisão do município em 74 estratos em áreas contínuas e contíguas (áreas vizinhas e que fazem limite uma com a outra) com um número total entre 8,1 a 12 mil imóveis;
• Vistoria de todos os quarteirões, exceto os quarteirões que são pontos estratégicos;
• Amostra de 5% dos imóveis do município, sendo vistoriado 1 imóvel a cada 20, não vistoriando nem contando os PEs (pontos estratégicos);
• Coleta de amostras (larvas e pupas) de todos os recipientes encontrados (máximo de 10 exemplares de larvas e/ou pupas por tubito);
Exemplo: Encontrando, no mesmo imóvel, seis pneus coletar larvas de cada um em seis tubitos diferentes.
• Inserção de um novo campo no SCZOO (Sistema de Controle de Zoonoses) para entrada da informação dos imóveis fechados que passaram a ser registrados no boletim;
• Manutenção da utilização dos boletins de campo do município;
• O quantitativo de imóveis programados contempla uma perda de 15% de imóveis pendentes. A metodologia não contempla resgate de imóveis;
• Contagem de imóveis fica restrita ao quarteirão.
O LIRAa permite determinar com rapidez e precisão os seguintes índices:
Índice de Infestação Predial:
é a relação expressa em
porcentagem entre o número de imóveis positivos e o número de imóveis pesquisados
IIP = imóveis positivos x 100% / imóveis pesquisados
Índice de Breteau:
é a relação entre número de recipientes positivos e o número de imóveis pesquisados corrigidos de forma que o resultado seja expresso para 100 imóveis (densidade vetorial).
IB= Recipientes positivos x 100 / imóveis pesquisados
Tem sido utilizado na avaliação da densidade larvária de Aedes aegypti, e sua mensuração é feita em uma amostra probabilística dos imóveis existentes na área urbana dos municípios infestados, excluindo-se os Pontos Estratégicos (PE).
Em municípios de médio e grande portes, será adotada amostragem por conglomerados em dois estágios: quarteirões e imóveis, significando que quarteirões serão sorteados (unidades primárias de amostragem), e dentro dos quarteirões, imóveis (unidades secundárias de amostragem).
Índice de Recipiente:
é a relação em porcentagem entre
o número do tipo de recipientes positivos e o número de recipientes positivos pesquisados (qualitativo).
IR= Recipientes positivos “X” x 100% / Total de recipientes positivos
Os índices de infestação têm sido utilizados como instrumentos de avaliação dos resultados das medidas de controle, que incluem não só os valores dos índices de infestação como também dados referentes aos tipos de recipiente
Sendo possível redirecionar e/ou intensificar algumas medidas de controle ou ainda alterar as estratégias de controle adotadas.
Importância dos indicadores vetoriais:
• São instrumentos de avaliação das medidas de controle;
• Apresentam valores e dados referentes aos tipos de recipientes;
• Permitem redirecionar e/ou intensificar medidas de controle;
• Permitem alterar estratégias de controle adotadas.
Para operacionalização do Levantamento Rápido de Índice para Aedesaegypti (LIRAa), é necessário o cumprimento de etapas e procedimentos
RECONHECIMENTO GEOGRÁFICO
CRIADOUROS
PROCEDIMENTOS DE CAMPO PARA O LEVANTAMENTO DE ÍNDICES
Pontos Estratégicos
São considerados PE (pontos estratégicos) os imóveis com grande concentração de depósitos preferenciais para desova do Aedes aegypti
São imóveis com grande probabilidade de infestação por Aedes aegypti, seja devido à presença de grandes quantidades de recipientes ou ainda por serem possíveis portas de entrada de mosquitos oriundos de outras localidades.
Padronização de Ações para Pontos Estratégicos – PE
Em áreas infestadas o controle do mosquito
nos PEs deve ser priorizado;
A vigilância do PE deve ser realizada quinzenalmente, com coleta e encaminhamento das amostras de larvas sempre que encontradas;
Nas visitas aos PEs, o agente deverá realizar trabalhos educativos, controle mecânico, controle químico e coleta de larvas;
O cadastro de PEs deve ser atualizado contando com a colaboração das equipes de campo que poderão identificar novos PEs, cuja classificação será definida pelo técnico ou coordenador.
Os técnicos devem mapear as mudanças de localização dos PEs entre áreas ou identificar a exclusão de um imóvel da lista de PE.
Em casos de alterações na lista a GECOZ (Gerência de Controle de Zoononses) deve ser comunicada para a atualização do banco de dados;
O PE deve ser cadastrado em planilha própria que possibilita o acompanhamento do consumo de larvicida, adulticida, focos encontrados e a avaliação junto ao SCZOO. Devem ser atualizadas a cada ciclo de tratamento focal
O ACE I e o Agente Sanitário, responsável pela visita, deverá orientar o proprietário ou responsável para melhorias do ambiente e, se necessário, cientificar
Quando necessário, promover ações intersetoriais ((Saúde Mental, Gerência Regional de Limpeza Urbana -
GERLU, Superintendência de Desenvolvimento da Capital - SUDECAP, Gerência Distrital de Epidemiologia, Informação e
Regulação - GEREPI, Gerência Regional de Educação - GERED, outros);
O ACE II/Encarregado deverá elaborar um cronograma de visitas, observando feriados.
Em PEs de grande porte, com grande quantidade de depósitos de difícil acesso, recomenda-se o uso de nebulizador portátil motorizado;
Toda vistoria em PE deve ser registrada em dois boletins (tratamento focal e pesquisa larvária) mesmo que não sejam encontradas larvas ou utilizado larvicida.
O PE não será visitado durante o tratamento
focal, uma vez que sua inspeção é feita quinzenalmente.
Pesquisa Vetorial Especial - PVE
A Pesquisa Vetorial Especial consiste na execução de pesquisa eventual de Aedes aegypti em função de denúncia de sua presença ou quando houver interesse de alguma pesquisa entomológica diferenciada
Ex: casos suspeitos, confirmados de dengue, raios positivos de ovitrampa (armadilhas de ovoposição), solicitações (denúncia), monitoramentos, LIRAa;
Ovitrampa
As ovitrampas são armadilhas de ovoposição, estrategicamente instaladas, com o objetivo de atrair as fêmeas do Aedes aegypti para a postura dos ovos.
São instaladas em raios de 200m. A distância preconizada entre as armadilhas é de aproximada mente 400m.
A partir de 2001, Belo Horizonte utilizou esta ferramenta complementar ao levantamento de índice larvário.
Em agosto de 2002, todos os Distritos Sanitários passaram a adotar essa metodologia com o intuito de monitorar, em todos os períodos do ano, a dispersão do vetor, para intensificar as estratégias de controle do Aedes aegypti antes da ocorrência de casos da doença.
Periodicidade de instalação:
quinzenal.
Tempo de permanência no imóvel:
sete dias.
Local de instalação: peridomicílio, em locais sombreados, abrigados da chuva e com menor fluxo de pessoas e animais, em uma altura de aproximadamente 0,8 m a 1,5 m do chão.
Resultados:
monitoramento das áreas, direcionamento das ações, priorização de áreas, desencadeamento de ações intersetoriais e outros
Controle da dengue
Pesquisa entomológica
Tratamento focal
Esta atividade preconiza a visita a 100% dos imóveis do município até o 3º andar de acordo com o manual do MS
No entanto, Belo Horizonte definiu em oficina realizada em 2005 que passaria a trabalhar somente os
imóveis horizontais
da cidade.
Ao analisar os levantamentos de índices larvários de janeiro de 2003 a março de 2005, apenas 0,9% dos apartamentos apresentaram positividade e o principal criadouro encontrado foi
o prato de vaso de planta
No tratamento focal é utilizado
o controle químico
que consiste na aplicação de um larvicida nos depósitos que não possam ser vedados, removidos ou eliminados mecanicamente
O larvicida atualmente utilizado até então era o Temephós granulado a 1%
À partir do primeiro tratamento focal de 2009, o Temephós será
substituído por um inibidor de crescimento de larvas (Diflubenzuron)
O controle químico deve ser sempre seletivo, priorizando as
ações educativas e de controle.
Tratamento perifocal
Consiste na aplicação de uma
camada de inseticida de ação residual nas paredes externas
dos depósitos situados em pontos estratégicos, por meio de aspersor manual (podendo-se utilizar o aspersor motorizado em locais onde houver indicação) com o objetivo de atingir o mosquito adulto que aí pousar na ocasião do repouso ou da desova.
O inseticida que vinha sendo usado era a Alfacipermetrina do grupo dos piretróides que, conforme orientação do MS, foi
substituído pelo organofosforado Fenitrothion
, a partir de novembro de 2008.
A realização de tratamento perifocal deve ser avaliada pelo
técnico
conforme necessidade considerando situações como:
• dificuldade de acesso ao tratamento focal;
• rotatividade de criadouros;
• frequência na presença de larvas;
• período chuvoso;
• positividade das ovitrampas no raio;
• notificação de casos suspeitos/confirmados
Tratamento a ultra baixo volume - UBV
Consiste na aplicação espacial de inseticidas a baixíssimo volume. Nesse método as partículas são muito pequenas.
UBV costal motorizado
Utilizado nas residencias
UBV pesado: Esta atividade de controle
não é utilizada em Belo Horizonte
, desde o ano de 2001
Bloqueio de transmissão
O uso do UBV deve ser restrito e transitório, para promover a rápida interrupção da transmissão de dengue
Associado a esta ação, deve-se priorizar a eliminação de depósitos, através de mutirões de limpeza e tratamento focal, avaliação de positividade das ovitrampas e do Levantamento de Índice.
Deve-se considerar como critérios para a utilização do UBV costal motorizado nas seguintes situações:
Casos suspeitos de dengue, acumulados e/ou confirmados na área em semanas subsequentes;
Investigação ambiental revelando presença de larvas e/ou vetores alados;
Ovitrampas positivas sequencialmente e com índices significativos de densidade de ovos;
Última pesquisa vetorial na área apresentando índices altos;
Avaliação de PEs (pontos estratégicos) próximos ao caso;
Pendências elevadas de tratamento em imóveis da área.
POR QUE NÃO FAZER?
O Aedes aegypti vive em armários, debaixo de cama, etc;
Período limitado de atividade alimentar;
Efeito não residual do produto;
Ação sobre inimigos naturais do vetor (aranhas, largatixas, libélulas, pássaros e outros);
Resistência do Aedes aegypti a inseticidas convencionais que foi registrada em países do Caribe;
Ação não seletiva, com impacto ambiental;
Impacto na saúde das pessoas;
POR QUE FAZER ?
Hábito do vetor: diurno;
Preferência por ambientes domésticos e peridomésticos;
Ação complementar e rápida na redução vetorial.