LEISHMANIOSE

TIPOS DE LEISHMANIOSE

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR (CUTÂNEA)

LEISHMANIOSE VISCERAL (CALAZAR)

  • Feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo
  • Podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta
  • Conhecida como "ferida brava"
  • Acomete vários órgãos internos (principalmente: fígado, baço e medula óssea)
  • Acomete essencialmente crianças de até 10 anos
  • Doença de evolução longa, podendo durar meses ou anos

ETIOLOGIA

As promastigotas Leishmania são transmitidas por mosquitos-pólvora (Phlebotomus e Lutzomyia) a hospedeiros vertebrados.

Os mosquitos vetores se infectam ao picarem seres humanos ou animais infectados.

Reservatórios animais variam com as espécies de Leishmania spp e localização geográfica, e incluem cães, outros caninos, roedores, seres humanos e outros animais. No subcontinente indiano, os seres humanos são os reservatórios da L. donovani.

A infecção raramente se dissemina por meio de transfusão de sangue, agulhas compartilhadas, por via congênita, ou sexualmente.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é realizado combinando os signos clínicos com os testes serológicos e parasitológicos.

Os testes mais efetivos para diagnóstico de leishmaniose são invasivos pois demandam amostras de tecido, gânglios linfáticos ou da medula espinhal.

Esses testes requerem instalações laboratoriais e especialistas que não estão disponíveis imediatamente em áreas endêmicas e com poucos recursos.

Outros métodos incluem inoculação de material biológico do paciente em animais de laboratório, teste imunológico, conhecido como teste ou Intradermorreação de Montenegro e pode-se ainda fazer o cultivo de material da lesão para isolamento do protozoário.

  • Exame Sorológico
  • Exame Parasitológico
  • Exames Inespecíficos:
    • Hemograma
    • Dosagem de proteínas

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Lesões Cutâneas

Lesão Mucosa

Leishmaniose cutânea localizada: mais frequente, ulcerada, única ou em pequenos números, ovais, com bordas bem delimitadas e elevadas, base eritematoso,

Leishmaniose cutânea disseminada: são lesões múltiplas do tipo papulares e de aparência acneiforme, acometendo vários segmentos corporais, principalmente face e tronco, distantes do local da picada.

Leishmaniose cutânea difusa: é a forma mais rara, grave, multiparasitária, de evolução lenta, com formação de placas infiltradas, múltiplas nodulações não ulceradas, disseminadas principalmente em face, tronco e membros, deformidades nas extremidades.

Leishmaniose mucosa ou mucocutânea: são lesões ulceradas, destrutivas, eritematosas, crostosas e indolores em mucosas das vias aéreas superiores. São lesões metastáticas, secundárias à lesão cutânea prévia, curada sem tratamento ou com tratamento inadequado.

CICLO DO PARASITA

A leishmaniose é transmitida pela picada de flebotomíneas infectadas. Ao se alimentarem de sangue, as flebotomíneas injetam promastigotas metacíclicos (o estágio infeccioso) de sua probóscide.

Os promastigotas são fagocitados pelos macrófagos e outras células mononucleares fagocíticas.

Nessas células, os promastigotas se transformam em amastigotas (o estágio tecidual).

Os amastigotas se multiplicam por divisão simples e infectam outras células fagocíticas mononucleares

Ao se alimentarem do sangue de um hospedeiro infectado, as flebotomíneas são infectadas pela ingestão de macrófagos infectados por amastigotas.

No intestino médio das flebotomíneas, os amastigotas se transformam em promastigotas.

Aí, se multiplicam, se desenvolvem e migram para a probóscide.

FISIOPATOLOGIA

Após a picada do mosquito vetor infectado, o parasita é inoculado na pele, estimulando res-
posta imune celular específica no local, com recrutamento e atuação de células de defesa (Macrófagos, Células NK e linfócitos T helper)

Resposta imune Th1

Resposta imune humoral

O parasita invade os macrófagos, dando origem as amastigotas, sofrendo multiplicação intracelular propagando a infecção

O parasitismo associado a ativação imune local com a liberação de IL-12, IFN-y levam a destruição tecidual e surgimento de lesões características da doença

É mais efetiva na eliminação de patógenos intracelulares sendo responsável por infecção lo-
calizada ou subclínica.

Boa resposta terapêutica e prognóstico favorável

O prognóstico e quadro clínico do paciente irá depender da espécie envolvida e do estado imunológico do indivíduo

Mediada por anticorpos anti-Leishmania, pouco efetivo na LTA

Maior sobrevivência do protozoário, evolução desfavorável com disseminação das lesões e má resposta teraapêutica

EPIDEMIOLOGIA

Leishmaniose tegumentar

Leishmaniose visceral

Esse tipo de leishmaniose se distribui crescentemente pelo mundo

Para ter uma noção, há registros dessa doença no extremo sul dos EUA até o norte da argentina, ela afeta cerca de 88 países distribuídos em 4 continentes (América, Europa, África e Ásia)

No Brasil apresenta registros em todas as regiões.
Há um predomínio que ocorre em indivíduos com menos de 10 anos e do sexo masculino

Tendo um registro 1 a 1,5 milhões de casos por ano.

Ocorre em ambos os sexos, em todas as faixa etárias;

Antigamente no Brasil, essa doença tinha uma predomínio em zonas rurais, porém atualmente vem se expandido para as áreas urbanas (de acordo com os dados do Ministério da Saúde)

Abrange principalmente áreas de clima seco, associados à pobreza e baixo nível socioeconômico.

Na área urbana é o principal reservatório e fonte de infecção;
Enquanto isso, no ambiente silvestre, os principais reservatórios são raposas e marsupiais e os principais vetores são Lutzomyia longipalpis e L. cruzi