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DOENÇAS PANCREÁTICAS - Coggle Diagram
DOENÇAS PANCREÁTICAS
Pancreatite Aguda
Definição e Aspectos Gerais
É um processo inflamatório agudo do pâncreas, que
pode envolver o tecido peripancreático e até mesmo órgãos remotos.
A PA biliar é mais comum em pacientes do sexo feminino, enquanto a PA alcoólica é mais comum em pacientes do sexo masculino.
A descrição clínica consiste em dor grave na parte superior do abdome, náusea e vômito.
Os exames laboratoriais revelam lipase e amilase elevadas na circulação sanguínea.
A glândula pancreática inflamada e inchada pode, por si só ou mediante o desenvolvimento de acúmulos graves de líquido, comprimir o estômago e o duodeno.
Fisiopatologia
É iniciada pela ativação prematura do tripsinogênio no interior das células acinares.
Depois que o tripsinogênio, normalmente armazenado na forma inativa de zimogênios, é estimulado no interior das células acinares e autoativa outras moléculas de tripsinogênio e a autodigestão de célula.
A lesão intracelular resulta na geração de uma cascata de citocinas pró-inflamatórias, mediante ativação da sequência
potenciadora da cadeia leve do fator nuclear kappa das células B ativadas (NF-kB) miofibroblásticas periacinares e das pro-teínas quinases ativadas por mitógenos (MAPK).
A resposta inflamatória intensa resulta em constrição arterial com apoptose resultante, que, numa situação extrema, pode levar a necrose pancreática.
Terapia Nutricional
É determinada pela gravidade da doença.
Pancreatite aguda leve
O tratamento é principalmente suportivo.
A estratégia inclui controle da dor, hidratação agressiva com líquidos intravenosos e ausência de ingestão oral, visando o repouso pancreático por 48 horas.
Tradicionalmente, os pacientes podem começar com uma dieta líquida clara e, depois, avançar para uma dieta leve, pobre em gordura.
Pancreatite aguda grave
NE precoce é mais segura, mais eficaz e menos custosa do que a nutrição parenteral (NP).
Há indícios de utilização de alimentação nasogástrica e nasojejunal.
Pancreatite Crônica
Definição e Aspectos Gerais
É um estado inflamatório persistente do pâncreas,
caracterizado pelo dano progressivo e irreversível ao pâncreas, e que leva à fibrose extensiva e à insuficiência exócrina e endócrina progressiva.
Os sintomas desses pacientes incluem dor abdominal, diarreia e perda de peso. Frequentemente, os pacientes experimentam ataques intermitentes de pancreatite e muitas vezes desenvolvem um estado de dor abdominal crônica.
A má absorção se desenvolve como resultado da destruição da glândula exócrina, e isso pode provocar esteatorreia, perda de peso e deficiência de vitaminas solúveis em gordura.
O tabagismo e o consumo de álcool contínuo aceleram a perda de função.
Com o tempo pacientes podem desenvolver diabetes melito, o que complica ainda mais o controle nutricional; finalmente, a PC é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pâncreas.
Há o risco de desenvolver deficiências de vitaminas (principalmente vitaminas lipossolúveis e B12) e de oligoelementos.
Fisiopatologia
A desnutrição proteico-calórica é muito comum.
A maioria dos pacientes com PC é alcoólica e possui estado nutricional insatisfatório, mesmo na ausência de pancreatite.
Na presença de pancreatite, fatores adicionais contribuem para o desenvolvimento da desnutrição proteico-calórica.
A inflamação crônica do pâncreas pode provocar dor abdominal, aversão a alimentos (sitofobia), ingestão oral insatisfatória e estado hipermetabólico.
A destruição glandular progressiva conduz à destruição glandular exócrina e endócrina.
A insuficiência exócrina é clinicamente aparente após 90% de atrofia das glândulas, e se manifesta como má absorção de carboidratos, gorduras e proteínas.
Geralmente, a insuficiência endócrina se manifesta de 7 a 15 anos após o diagnóstico da PC como intolerância à glicose (diabetes).
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Recomendações nutricionais
Pacientes não precisam seguir dieta altamente restritiva.
Pacientes desnutridos com PC devem ser aconselhados a
consumir alimentos ricos em proteínas (1,0 a 1,5 g/kg/dia) e energia em cinco a seis pequenas refeições por dia.
Pacientes com estado nutricional normal devem aderir
a uma dieta bem balanceada.
Devem ser evitados refeições muito ricas em fibras.
Não há necessidade de restrição de gordura na dieta, a menos que os sintomas de esteatorreia não possam ser controlados.
Suplementos nutricionais orais devem ser prescritas para pacientes desnutridos apenas se a nutrição oral for insuficiente para atingir as metas de calorias e proteínas.
A suplementação de vitaminas e minerais deve ser proposta a pacientes com má absorção.
Insuficiência Pancreática
Definição
Diz respeito à principal complicação da pancreatite crônica, onde há o acometimento mais do que considerável da função pancreática.
Fisiopatologia
Reserva do pâncreas é considerável.
A esteatorreia resultante da má digestão de gorduras ocorre somente quando mais de 90% da secreção de lipase é perdida.
Terapia Nutricional
Envolve a suplementação de enzima pancreática exógena.
Em casos raros, a NPT é requerida, mas deve ser limitada a um uso de curto prazo, para repor os estoques de nutrientes.
Câncer de Pâncreas
Fatores de risco
Tabagismo, uso pesado de álcool, histórico familiar de câncer de pâncreas ou outros cânceres, histórico de diabetes e PC
Sinais e sintomas
Dor abdominal, perda
de peso e icterícia.
Diabetes, diarreia e esteatorreia podem se manifestar.
Podem apresentar também náusea, emese, ingestão oral insatisfatória, mudança nas sensações de gosto, saciedade precoce, fadiga, obstrução de saída gástrica, má absorção e má digestão.
Terapia Nutricional
Pode ajudar a estabilizar esses pacientes e melhorar sua condição funcional, sua resposta à terapia e seu prognóstico.
Envolve, principalmente, o controle da dor e da náusea.
Aspectos gerais - pâncreas
Órgão retroperitoneal glandular, que atende a funções endócrinas e exócrinas.
O pâncreas exócrino secreta ao menos dez enzimas digestivas, fundamentais para a digestão e a absorção dos nutrientes.
O pâncreas endócrino também secreta diversos hormônios, que desempenham um papel-chave na manutenção da homeostase metabólica do organismo.
As doenças locais podem levar a desarranjos da homeostase nutricional e metabólica, embora os mecanismos fisiopatológicos subjacentes sejam distintos.
Sem o pâncreas, os seres humanos não sobrevivem, pois a glândula é essencial para a digestão dos alimentos.
O pâncreas normal secreta enzimas digestivas, junto a água e eletrólitos, principalmente bicarbonato, que melhora a função das enzimas luminais pela neutralização do ácido gástrico.
As enzimas mais ativas são: lipase, amilase e tripsina (atua inativamente como tripsinogênio).
A amilase (a-amilase) hidrolisa o amido alimentar em dissacarídeos e trissacarídeos, que são decompostos em formas absorvíveis, tais como glicose e maltose, pelas enzimas pre-sentes na borda em escova.
A lipase pancreática hidrolisa as moléculas de gordura.
Os sais biliares secretados pelo fígado ajudam a ação digestiva da lipase, ao revestir e emulsificar gotas grandes de gordura em gotas menores e, assim, aumentar a superfície total para a atuação da lipase.
A tripsina uma vez ativada decompõe proteínas alimentares e peptídeos (proteínas decompostas em peptídeos no estômago pela pepsina) em aminoácidos, que são então absorvidos pelos sistemas de transporte ativo.
Fisiologia da secreção pancreática
A secreção pancreática é precisamente articulada pela liberação dos hormônios peptídeos e dos neurotransmissores do trato gastrintestinal após o contato com o alimento ingerido.
A estimulação pancreática divide-se em três fases: cefálica, gástrica e intestinal.
A percepção do alimento prepara o pâncreas para iniciar o processo de agregação e secreção dos zimogênios.
A ingestão e a deglutição do alimento, seguidas pela expansão da parede estomacal, induzem a secreção pancreática.
O ingresso do alimento no duodeno induz a estimulação mais poderosa, associada à liberação da acetilcolina e da colecistocinina (CCK) pela mucosa e propelida por complexos motores migratórios.