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APG - Hanseníase, Obs: baciloscopia negativa não exclui o diagnóstico de…
APG - Hanseníase
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
Uma opção bastante útil é iniciar o exame clínico pelos nervos cutâneos. Começar tendo uma ordem crânio-podal
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Em alguns casos é necessário fazer baciloscopia e biópsia de pele que auxiliam no diagnóstico, porém, deve-se considerar algumas limitações desses exames, correlacionando seus resultados com os achados clínicos.
O que é a baciloscopia?
É um exame que tem o objetivo de detectar os bacilos no raspado dérmico de quatro sítios:
- Lóbulos da orelha direita e esquerda;
- Cotovelos direito e esquerdo.
De acordo com a OMS a definição dos casos de hanseníase se apresenta no indivíduo com um ou mais sintomas seguintes:
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1- Lesões cutâneas hipopigmentadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade;
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A principal diferença é que as lesões de pele da hanseníase sempre apresentam uma perda de sensibilidade, às demais doenças não apresentam essa alteração.
Principais doenças da pele que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase, são:
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Lesões neurológicas da hanseníase podem ser confundidas, entre outras, com as de:
- Síndrome do túnel do carpo;
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- Lesões por esforços repetitivos (LER).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Varia de acordo com a genética
- Predomina o acometimento neurocutâneo
- Nas formas multibacilares avançadas pode haver manifestações sistêmicas
- Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, de forma lenta e progressiva, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade
- Se caracteriza por manchas (claras,
vermelhas ou escuras, pouco visíveis e com limites imprecisos) com alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e ausência de transpiração
- Quando o nervo de uma área é afetado, surge dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas
- Nas fases agudas, podem aparecer caroços e inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés
Outras manifestações:
- Áreas da pele com manchas pálidas (hipocrômicas) ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor, tato e à dor;
- Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência
- Madarose (perda de cílios ou da sobrancelha);
- Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição/ausência de suor no local
- Diminuição/perda da sensibilidade na topografia dos nervos periféricos
- Pápulas, tubérculos, nódulos, edema, febre e artralgia (dor articular)
- Aumento do volume facial ou dos lóbulos da
orelha
- Feridas indolores em mãos e pés
As primeiras manifestações e lesões clínicas ocorrem, exclusivamente, no SNP e, em geral, passam despercebidas e antecedem os sinais cutâneos.
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TRATAMENTO
O tratamento da hanseníase é feito por meio do uso de medicamentos antibióticos que têm como função matar o bacilo causador da doença. Uma vez que o tratamento é iniciado, em apenas 4 dias a pessoa deixa de ser capaz de transmitir a hanseníase para outros indivíduos.
O uso dos medicamentos costuma ser prolongado, podendo durar mais de um mês, e o tratamento não deve ser interrompido em nenhuma hipótese, já que há o risco de tornar a bactéria resistente aos antibióticos disponíveis no mercado.
Fármacos para hanseníase: dapsona, A rifampicina (RIF), Clofazimina
FISIOPATOLOGIA
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Principal via de inoculação: mucosa das vias aéreas superiores. Conatos casuais e breves não disseminam a doença.
Após entrarem no organismo do hospedeira, o bacilo de Hansen ocupa dois sítios principais: a pele e as células de Scwann. Como não possui capacidade natural fagocítica, o M. leprae consegue multiplicar-se de forma contínua.
O período de incubação habitual varia de 6 meses a 10 anos. Uma vez que a infecção se desenvolve, a disseminação hematogênica pode ocorrer.
A defesa contra o bacilo é efetuada pela imunidade celular, entretanto, sua exacerbação pode se tornar lesiva ao organismo do hospedeiro.
Classificação
Pode ser classificada pelo tipo e número de áreas comprometidas:
- Paucibacilar: ≤ 5 lesões na pele sem detecção de bactéria nas amostras destas áreas;
- Multibacilar: ≥ 6 lesões na pele, detecção de bactéria nas amostras das lesões da pele, ou ambos
Pode ser classificada pela resposta celular e pelos achados clínicos:
- Tuberculoide;
- Lepromatosa;
- Borderline;
A maioria (95%) das pessoas imunocompetentes infectadas pelo M. leprae não desenvolve hanseníase em virtude de sua imunidade eficaz. Aqueles que o fazem, provavelmente têm uma predisposição genética.
ESTIGMA SOCIAL
A hanseníase é uma enfermidade milenar que traz consigo a arca do preconceito, discriminação e exclusão social desde o seu surgimento
Estudos realizados com portadores retratam que o preconceito com o doente vem do passado e perdura no Brasil e no mundo
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A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença citada na bíblia, e representa um castigo divino, o que contribuiu para fortalecer o estigma social presentes
Conforme o MS, no Brasil, a hanseníase é associada a deformação física, sendo fator fundamental do medo e da rejeição do doente pelo seu grupo social
TRANSMISSÃO
A hanseníase é transmitida a partir do contato prolongado com a pessoa infectada que não está em tratamento e o tempo de incubação pode levar de três a sete anos.
A doença é mais comum entre indivíduos de classes sociais desfavorecidas economicamente. Mas isso não significa que a hanseníase não possa afetar pessoas com melhores condições socioeconômicas.
Não são todos os indivíduos que, em contato com o bacilo Mycobacterium leprae, desenvolvem a doença. A maioria das pessoas é naturalmente resistente à bactéria. O desenvolvimento da hanseníase depende de fatores como a suscetibilidade genética, bem como condições socioeconômicas e geográficas.
EPIDEMIOLOGIA
- Sério problema de saúde pública;
- Endêmica em vários estados do Brasil;
- 20% dos doentes são diagnosticados na fase inicial;
- 70% apresentam algum grau de incapacidade física ao serem diagnosticados;
- Acomete classes sociais menos favorecidas;
- Reavaliação dos métodos para o adequado e necessário controle.
ETIOLOGIA
Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen
- Bacilo álcool-ácido resistente
- Gram-positivo
- Vida intracelular obrigatória
- Parasita intracitoplasmatico de macrófagos
- Tropismo pelas células de Schwann
- ciclo evolutivo lento (11 a 16 dias)
- predomínio de lesões nas áreas mais frias do corpo
Obs: baciloscopia negativa não exclui o diagnóstico de hanseníase, pois é a forma paucibacilar, e a positiva é a forma multibacilar.
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