A - TRATAMENTO HANSENÍASE
B - REAÇÕES HANSÊNICAS OU ESTADOS REACIONAIS
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS:
Poliquimioterapia – PQT/OMS
É gratuito
Tratamento:
Definição:
Classificação:
preconizado pela
deve ser realizado
Em regime ambulatorial
Abordagem clínica:
OMS e pelo Ministério da Saúde
baseia-se
Na utilização de Poliquimioterapia (PQT)
Orientar sobre a dose diária auto-administrada;
Agendar retorno a cada 28 dias
Prescrever os medicamentos e administrar as doses supervisionadas;
a fim de
Garantir a regularidade do tratamento e acompanhamento do caso.
visando
bem como
Diagnosticar e tratar intercorrências.
Prevenir e/ou tratar incapacidades e deformidades físicas provocadas pela doença.
Independente da forma clínica
Sempre que possível
Nos serviços de atenção primária à Saúde.
é constituída
combate
O bacilo tornando-o inviável.
Pelo conjunto dos seguintes medicamentos:
evita
Evolução da doença.
previnindo
As incapacidades e deformidades causadas por ela, levando à cura.
e consequentemente
Incapaz de infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença.
2 - RIFAMPICINA
1 - DAPSONA
3 - CLOFAZIMINA
Tratamento Medicamentoso:
Medicamentos alternativos:
Multibacilar (MB)
Paucibacilar (PB)
12 doses
6 doses
deve ser concluído
deve ser concluído
Em até 18 meses
utilizando-se
Esquemas
terapêuticos padronizados
de acordo
Com a classificação operacional.
Em até 9 meses
possui ação
Bacteriostática para o M. leprae
Principais efeitos adversos:
estima-se
Após 3-4 meses de uso 99,9% dos bacilos tornam-se inviáveis.
absorvida
Pelo tubo gastrointestinal
excretada
Por via urinária
É em comprimidos:
50mg
100mg
para esquema
para esquema
Paucibacilar (PB)
Multibacilar (MB)
- Hepáticos:
- Gastrointestinais:
- Cultâneos:
Fotodermatite, urticária, eritema pigmentar fixo, eritema polimorfo, síndrome de Stevens-Johson, eritrodermia, dermatite esfoliativa, síndrome de hipersensibilidade à sulfona - não são frequentes.
Anorexia, náuseas, vômitos, gastrite.
Icterícia e hepatite.
- Hemolíticos:
Tremores, febre, náuseas, cefaleia, acrocianose, metahemaglobinemia, anemia hemolítica, dispneia, taquicardia, fadiga, desmaios, agranulocitose (é rara).
Sinais comuns de intolerância:
- Efeitos colaterais raros:
Insônia e neuropatia motora periférica.
Cianose nas unhas e lábios
Cansaço
em caso de intolerância
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SUBSTITUTIVOS:
RIFAMPICINA
CLOFAZIMINA
DAPSONA
em poucos dias
absorvida
possui ação
Principais efeitos adversos:
Bactericida para o M. leprae
Não são encontrados bacilos viáveis nos exames de lesões cutâneas ou mucosa nasal.
Rapidamente
eliminada
Pelo intestino (em sua maior parte) e pela urina.
É apresentada em cápsulas:
150mg
300mg
- Hepáticos:
- Hematológicos:
- Gastrointestinais:
- Cutâneos:
para esquema
Paucibacilar (PB)
para esquema
Multibacilar (MB)
possui
Vida média de cerca 28 horas.
possui
Vida média de 3 horas.
Rubor de face e pescoço, prurido e rash cutâneo generalizado e erupção
acneiforme.
Diminuição do apetite e náuseas, vômitos, diarreias e dor abdominal leve.
Mal-estar, perda do apetite, náuseas;
Icterícias:
Leve ou transitória
Grave
se houver repercussão
hepática
Se as transaminases e/ou bilirrubinas aumentarem mais de duas vezes o
valor normal.
A medicação deve ser suspensa.
E o paciente encaminhado à unidade
de referência.
Eosinofilia, leucopenia, hemólise, anemia, trombocitopenia, púrpuras
ou sangramentos anormais, como epistaxes.
Hemorragias
gengivais e uterinas
nesses casos
O paciente deve ser encaminhado ao hospital.
- Síndrome Pseudogripal:
Inicia-se com sintomas semelhantes aos da gripe:
muito rara
Febre,
calafrios, astenia, mialgias, cefaleia, dores ósseas.
Mas pode se manifesta a partir da 2ª ou 4ª dose supervisionada.
devido
À hipersensibilidade por formação de anticorpos antirrifampicina.
quando
O medicamento
é utilizado em dose intermitente.
Considerações:
- A coloração avermelhada da urina não deve ser confundida com hematúria.
- A secreção pulmonar avermelhada não deve ser confundida com escarros hemoptoicos.
- A pigmentação conjuntival não deve ser confundida com icterícia.
lembrar de
Avisar ao paciente.
são absorvidos
possui
estima-se
É apresentada em cápsulas:
possui ação
Bacteriostática para o M. leprae
Anti-inflamatória
Em cerca de 5 meses, elimina
99,9% dos bacilos.
70%
excretada
Meia vida de 70 dias
Pelo suor, glândulas sebáceas e fezes
50mg
100mg
para esquema
para esquema
Paucibacilar (PB)
Multibacilar (MB)
Principais efeitos adversos:
Contraindicação:
Na doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e adenite
mesentérica.
- Cutâneos:
- Gastrointestinais:
tendo em vista
Por se depositar no epitélio
intestinal.
Xerodermia ictiosiforme, hiperpigmentação da pele, mucosa e suor.
Nas
pessoas de pele escura
Nas
pessoas de pele clara
A cor pode se acentuar
A pele pode ficar com
uma coloração avermelhada ou adquirir um tom acinzentado.
devido
À impregnação e ao
ressecamento.
- Ofloxacina
- Minociclina
lembrar de
Avisar ao paciente que a coloração da pele volta ao normal depois do tratamento.
Diminuição da peristalse e dor abdominal
devido
Ao depósito
de cristais de clofazimina nas submucosas e linfonodos intestinais.
resultando
Na inflamação
da porção terminal do intestino delgado.
Paucibacilar (PB) 6 cartelas
Multibacilar (MB) 12 cartelas
ADULTO
INFANTIL
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg)
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Dapsona (DDS):
Dose diária de 100 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Rifampicina (RFM):
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de
300 mg)
Dose mensal de 50 mg
Dapsona (DDS):
Dose diária de 50 mg
ADULTO
INFANTIL
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Rifampicina (RFM):
Dapsona (DDS):
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg)
Dose mensal de 100 mg
Dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100mg)
Dapsona (DDS):
Clofazimina (CFZ):
Uma dose diária de 100
mg
Uma dose diária de 50 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Clofazimina (CFZ):
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg)
Dose mensal de 50 mg
Dose mensal de 150 mg (3 cápsulas de 50 mg)
Dapsona (DDS):
Uma dose diária de 50 mg
Clofazimina (CFZ):
Uma dose de 50 mg autoadministrada em dias alternados
ORIENTAÇÃO:
Para o tratamento de crianças com hanseníase, deve-se considerar o
peso corporal como fator mais importante do que a idade.
Para crianças com peso superior a 50 kg
Para
crianças com peso entre 30 kg e 50 kg
Deve-se utilizar o mesmo tratamento prescrito para adultos.
Deve-se utilizar as cartelas
infantis (marrom/azul).
Para crianças menores que 30 kg
Deve-se fazer
os ajustes de dose.
Paucibacilar (PB) 6 cartelas
Multibacilar (MB) 12 cartelas
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Rifampicina (RFM):
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 600 mg
(2 cápsulas de 300 mg)
Dose mensal de 300 mg
(3 cápsulas de 100 mg)
Clofazimina (CFZ):
Dose diária de 50 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Clofazimina (CFZ):
Ofloxacina (OFX):
Rifampicina (RFM):
Clofazimina (CFZ):
OU
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Dose mensal de 600 mg
(2 cápsulas de 300 mg)
Dose mensal de 300 mg
(3 cápsulas de 100 mg)
Dose mensal de 400mg
Dose
diária de 50 mg
Minociclina (MNC):
Dose mensal de 100 mg
Minociclina (MNC):
Dose diária de 100 mg
Paucibacilar (PB)
Multibacilar (MB) 12 cartelas
Não previsto.
OU
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Ofloxacina (OFX):
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg)
Dose mensal de 100 mg
Dose mensal de 400 mg
Dapsona (DDS):
Ofloxacina (OFX):
Dose diária de
100 mg (28 dias)
Dose diária de 400 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Dose mensal de 100 mg
Dose diária de 100 mg
Paucibacilar (PB) 6 cartelas
Multibacilar (MB) 12 cartelas
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
OU
OU
Dapsona (DDS):
Ofloxacina (OFX):
Dose mensal de 100 mg
Dose mensal de 400 mg
Dapsona (DDS):
Ofloxacina (OFX):
Dose diária de 100 mg
Dose diária de 400 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Minociclina (MNC):
Dose mensal de 100 mg
Minociclina (MNC):
Dose diária de 100 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Clofazimina (CFZ):
Ofloxacina (OFX):
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Dose mensal de 300 mg
(3 cápsulas de 100 mg)
Dose mensal de 400 mg
Dapsona (DDS):
Clofazimina (CFZ):
Dose diária de 50 mg
Dose diária de 100 mg
Ofloxacina (OFX):
Dose diária de 400mg
Dose supervisionada Na unidade
Dose diária Domiciliar
Minociclina (MNC):
Dose mensal de 100 mg
Minociclina (MNC):
Dose diária de 100mg
são
Alterações do
sistema imunológico
que se exteriorizam
Como manifestações inflamatórias
agudas e subagudas
podendo ser
Localizado ou sistêmico
expressam, em sua
maioria
De forma sintomática.
ocorrendo
Em tempos
distintos:
Durante;
Ou após o tratamento.
Antes;
necessitam
De intervenção imediata.
surgem
Em virtude da presença do M. leprae ou de seus fragmentos (após o tratamento).
A resposta imunológica
pode ser
Celular ou humoral.
1 - Reação Reversa (RR) ou Reação Tipo 1
2 - Eritema Nodoso Hansênico ou Reação Tipo 2
Fisiopatologia:
Aumento súbito de imunidade celular .
Resposta imunológica Th 1.
Quadro Clínico:
Infiltrações;
Alterações de cor;
Aparecimento de
novas lesões dermatológicas (manchas ou placas);
Edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento;
Dor de nervos periféricos (neurite).
Ocorre em cerca de 25% dos pacientes;
Mais provável em pacientes de espectro tuberculóide (TT) e dimorfo (DT, DD e, às vezes, DV).
Normalmente é de regressão espontânea, mas pode causar desconforto e levar a incapacidades.
Fisiopatologia:
Quadro Clínico:
Aumento de imunidade humoral.
Mais comum em pacientes Virchowianos;
Nódulos
subcutâneos dolorosos;
Acompanhados ou não de manifestações sistêmicas
como:
Hipersensibilidade ao toque nas nodulações;
Aparecimento de nódulos
subcutâneos dolorosos;
Resposta Th 2
Febre, dor articular, mal-estar generalizado, orquite, iridociclites, com
ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite).
Além da pele, pode afetar os olhos, gânglios, fígado, testículos, epidídimo e outros órgãos internos.
Podem surgir anos após a Poliquimioterapia;
Ocorre devido à deposição de bacilos mortos.
Reação Tipo 1
Reação Tipo 2
- Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada.
- Avaliar a função neural sensitiva e motora antes do início da corticoterapia.
- Manter a poliquimioterapia se o doente ainda estiver em tratamento
específico, não reintroduzi-la em situação de alta.
- Reduzir a dose de corticoide conforme a resposta terapêutica.
- Iniciar prednisona na dose de 1 mg/kg/dia ou dexametasona 0,15 mg/kg/dia em casos de doentes hipertensos ou cardiopatas, conforme
avaliação clínica.
- Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades.
Associar corticosteroide em caso de comprometimento de nervos.
- Reduzir a dose da talidomida e/ou do corticoide conforme resposta
terapêutica.
- Manter a poliquimioterapia se o doente ainda estiver em tratamento
específico e não a reintroduzir na situação de alta.
- Monitorar a função neural sensitiva e motora.
A talidomida é o medicamento de escolha na dose de 100 a 400 mg/dia,
conforme a gravidade do quadro.
- Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada.
OU
Prednisona na dose de 1 mg/kg peso/dia, ou dexametasona na dose equivalente.
após
Palpação e avaliação da função neural.
- Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades.
- Na associação de talidomida e corticoide, usar AAS 100 mg/dia como
profilaxia para tromboembolismo.
Disciplina: Abordagem Integral do Paciente com Hanseníase
Docente: Msc. Tiago Veloso Neves
Discente: Lilian Raquel L. R. Wanzeler
Matrícula: 0014698
Curso: Medicina
Ano Letivo: 2021/1
Palmas: 24/05/2021
A Hanseníase tem cura!
Referências:
ALVES, E.D.; FERREIRA, T.L.; FERREIRA, I. N. Hanseníase avanços e desafios (Orgs). 2014. p. 492.
BRASIL. Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2017, 68 p.