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A - TRATAMENTO HANSENÍASE, Disciplina: Abordagem Integral do Paciente com…
A - TRATAMENTO HANSENÍASE
B - REAÇÕES HANSÊNICAS OU ESTADOS REACIONAIS
Tratamento:
Reação Tipo 1
Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada.
Avaliar a função neural sensitiva e motora antes do início da corticoterapia.
Manter a poliquimioterapia se o doente ainda estiver em tratamento
específico, não reintroduzi-la em situação de alta.
Reduzir a dose de corticoide conforme a resposta terapêutica.
Iniciar prednisona na dose de 1 mg/kg/dia ou dexametasona 0,15 mg/kg/dia em casos de doentes hipertensos ou cardiopatas, conforme
avaliação clínica.
Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades.
Reação Tipo 2
Associar corticosteroide em caso de comprometimento de nervos.
após
Palpação e avaliação da função neural.
Reduzir a dose da talidomida e/ou do corticoide conforme resposta
terapêutica.
Manter a poliquimioterapia se o doente ainda estiver em tratamento
específico e não a reintroduzir na situação de alta.
Monitorar a função neural sensitiva e motora.
A talidomida é o medicamento de escolha na dose de 100 a 400 mg/dia,
conforme a gravidade do quadro.
OU
Prednisona na dose de 1 mg/kg peso/dia, ou dexametasona na dose equivalente.
Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada.
Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades.
Na associação de talidomida e corticoide, usar AAS 100 mg/dia como
profilaxia para tromboembolismo.
Definição:
são
Alterações do
sistema imunológico
que se exteriorizam
Como manifestações inflamatórias
agudas e subagudas
expressam, em sua
maioria
De forma sintomática.
podendo ser
Localizado ou sistêmico
ocorrendo
Em tempos
distintos:
Durante;
Ou após o tratamento.
Antes;
necessitam
De intervenção imediata.
surgem
Em virtude da presença do
M. leprae
ou de seus fragmentos (após o tratamento).
A resposta imunológica
pode ser
Celular ou humoral.
Classificação:
1 - Reação Reversa (RR) ou Reação Tipo 1
Fisiopatologia:
Aumento súbito de imunidade celular .
Resposta imunológica Th 1.
Quadro Clínico:
Infiltrações;
Alterações de cor;
Aparecimento de
novas lesões dermatológicas (manchas ou placas);
Edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento;
Dor de nervos periféricos (neurite).
Ocorre em cerca de 25% dos pacientes;
Mais provável em pacientes de espectro tuberculóide (TT) e dimorfo (DT, DD e, às vezes, DV).
Normalmente é de regressão espontânea, mas pode causar desconforto e levar a incapacidades.
2 - Eritema Nodoso Hansênico ou Reação Tipo 2
Fisiopatologia:
Aumento de imunidade humoral.
Resposta Th 2
Quadro Clínico:
Mais comum em pacientes Virchowianos;
Nódulos
subcutâneos dolorosos;
Acompanhados ou não de manifestações sistêmicas
como:
Febre, dor articular, mal-estar generalizado, orquite, iridociclites, com
ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite).
Hipersensibilidade ao toque nas nodulações;
Aparecimento de nódulos
subcutâneos dolorosos;
Além da pele, pode afetar os olhos, gânglios, fígado, testículos, epidídimo e outros órgãos internos.
Podem surgir anos após a Poliquimioterapia;
Ocorre devido à deposição de bacilos mortos.
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS:
Paucibacilar (PB) 6 cartelas
ADULTO
Dose supervisionada Na unidade
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg)
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Dose diária de 100 mg
INFANTIL
Dose supervisionada Na unidade
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de
300 mg)
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 50 mg
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Dose diária de 50 mg
Multibacilar (MB) 12 cartelas
ADULTO
Dose supervisionada Na unidade
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg)
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100mg)
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Uma dose diária de 100
mg
Clofazimina (CFZ):
Uma dose diária de 50 mg
INFANTIL
Dose supervisionada Na unidade
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 50 mg
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 150 mg (3 cápsulas de 50 mg)
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg)
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Uma dose diária de 50 mg
Clofazimina (CFZ):
Uma dose de 50 mg autoadministrada em dias alternados
Poliquimioterapia – PQT/OMS
é constituída
Pelo conjunto dos seguintes medicamentos:
2 - RIFAMPICINA
em poucos dias
Não são encontrados bacilos viáveis nos exames de lesões cutâneas ou mucosa nasal.
absorvida
Rapidamente
eliminada
Pelo intestino (em sua maior parte) e pela urina.
possui ação
Bactericida para o
M. leprae
Principais efeitos adversos:
Hepáticos:
Mal-estar, perda do apetite, náuseas;
Icterícias:
Leve ou transitória
Grave
se houver repercussão
hepática
1 more item...
Hematológicos:
Eosinofilia, leucopenia, hemólise, anemia, trombocitopenia, púrpuras
ou sangramentos anormais, como epistaxes.
Hemorragias
gengivais e uterinas
nesses casos
O paciente deve ser encaminhado ao hospital.
Gastrointestinais:
Diminuição do apetite e náuseas, vômitos, diarreias e dor abdominal leve.
Cutâneos:
Rubor de face e pescoço, prurido e
rash
cutâneo generalizado e erupção
acneiforme.
Síndrome Pseudogripal:
Inicia-se com sintomas semelhantes aos da gripe:
Febre,
calafrios, astenia, mialgias, cefaleia, dores ósseas.
muito rara
Mas pode se manifesta a partir da 2ª ou 4ª dose supervisionada.
devido
1 more item...
quando
1 more item...
É apresentada em cápsulas:
150mg
para esquema
Paucibacilar (PB)
300mg
para esquema
Multibacilar (MB)
possui
Vida média de 3 horas.
Considerações:
A coloração avermelhada da urina não deve ser confundida com hematúria.
lembrar de
Avisar ao paciente.
A secreção pulmonar avermelhada não deve ser confundida com escarros hemoptoicos.
A pigmentação conjuntival não deve ser confundida com icterícia.
1 - DAPSONA
possui ação
Bacteriostática para o
M. leprae
Principais efeitos adversos:
Hepáticos:
Icterícia e hepatite.
Gastrointestinais:
Anorexia, náuseas, vômitos, gastrite.
Cultâneos:
Fotodermatite, urticária, eritema pigmentar fixo, eritema polimorfo, síndrome de Stevens-Johson, eritrodermia, dermatite esfoliativa, síndrome de hipersensibilidade à sulfona - não são frequentes.
Hemolíticos:
Tremores, febre, náuseas, cefaleia, acrocianose, metahemaglobinemia, anemia hemolítica, dispneia, taquicardia, fadiga, desmaios, agranulocitose (é rara).
Sinais comuns de intolerância:
Cianose nas unhas e lábios
Cansaço
Efeitos colaterais raros:
Insônia e neuropatia motora periférica.
estima-se
Após 3-4 meses de uso 99,9% dos bacilos tornam-se inviáveis.
absorvida
Pelo tubo gastrointestinal
excretada
Por via urinária
É em comprimidos:
50mg
para esquema
Paucibacilar (PB)
100mg
para esquema
Multibacilar (MB)
possui
Vida média de cerca 28 horas.
3 - CLOFAZIMINA
são absorvidos
70%
excretada
Pelo suor, glândulas sebáceas e fezes
possui
Meia vida de 70 dias
estima-se
Em cerca de 5 meses, elimina
99,9% dos bacilos.
É apresentada em cápsulas:
50mg
para esquema
Paucibacilar (PB)
100mg
para esquema
Multibacilar (MB)
possui ação
Bacteriostática para o
M. leprae
Anti-inflamatória
Principais efeitos adversos:
Cutâneos:
Xerodermia ictiosiforme, hiperpigmentação da pele, mucosa e suor.
Nas
pessoas de pele escura
A cor pode se acentuar
Nas
pessoas de pele clara
A pele pode ficar com
uma coloração avermelhada ou adquirir um tom acinzentado.
devido
1 more item...
lembrar de
Avisar ao paciente que a coloração da pele volta ao normal depois do tratamento.
Gastrointestinais:
Diminuição da peristalse e dor abdominal
devido
Ao depósito
de cristais de clofazimina nas submucosas e linfonodos intestinais.
1 more item...
Contraindicação:
Na doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e adenite
mesentérica.
tendo em vista
Por se depositar no epitélio
intestinal.
combate
O bacilo tornando-o inviável.
e consequentemente
Incapaz de infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença.
evita
Evolução da doença.
previnindo
As incapacidades e deformidades causadas por ela, levando à cura.
Tratamento Medicamentoso:
Multibacilar (MB)
12 doses
deve ser concluído
Em até 18 meses
Paucibacilar (PB)
6 doses
deve ser concluído
Em até 9 meses
Medicamentos alternativos:
Ofloxacina
Minociclina
É gratuito
preconizado pela
OMS e pelo Ministério da Saúde
baseia-se
Na utilização de Poliquimioterapia (PQT)
deve ser realizado
Em regime ambulatorial
Independente da forma clínica
Sempre que possível
Nos serviços de atenção primária à Saúde.
utilizando-se
Esquemas
terapêuticos padronizados
de acordo
Com a classificação operacional.
Abordagem clínica:
Orientar sobre a dose diária auto-administrada;
Agendar retorno a cada 28 dias
a fim de
Garantir a regularidade do tratamento e acompanhamento do caso.
visando
Diagnosticar e tratar intercorrências.
bem como
Prevenir e/ou tratar incapacidades e deformidades físicas provocadas pela doença.
Prescrever os medicamentos e administrar as doses supervisionadas;
em caso de intolerância
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SUBSTITUTIVOS:
RIFAMPICINA
Paucibacilar (PB) 6 cartelas
Dose supervisionada Na unidade
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Ofloxacina (OFX):
Dose mensal de 400 mg
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Dose diária de 100 mg
Ofloxacina (OFX):
Dose diária de 400 mg
OU
Dose supervisionada Na unidade
Minociclina (MNC):
Dose mensal de 100 mg
Dose diária Domiciliar
Minociclina (MNC):
Dose diária de 100 mg
Multibacilar (MB) 12 cartelas
OU
Dose supervisionada Na unidade
Minociclina (MNC):
Dose mensal de 100 mg
Dose diária Domiciliar
Minociclina (MNC):
Dose diária de 100mg
Dose supervisionada Na unidade
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 300 mg
(3 cápsulas de 100 mg)
Ofloxacina (OFX):
Dose mensal de 400 mg
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Dose diária de 100 mg
Clofazimina (CFZ):
Dose diária de 50 mg
Ofloxacina (OFX):
Dose diária de 400mg
CLOFAZIMINA
Paucibacilar (PB)
Não previsto.
Multibacilar (MB) 12 cartelas
OU
Dose supervisionada Na unidade
Dose mensal de 100 mg
Dose diária Domiciliar
Dose diária de 100 mg
Dose supervisionada Na unidade
Dapsona (DDS):
Dose mensal de 100 mg
Ofloxacina (OFX):
Dose mensal de 400 mg
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg)
Dose diária Domiciliar
Dapsona (DDS):
Dose diária de
100 mg (28 dias)
Ofloxacina (OFX):
Dose diária de 400 mg
DAPSONA
Paucibacilar (PB) 6 cartelas
Dose supervisionada Na unidade
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg
(2 cápsulas de 300 mg)
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 300 mg
(3 cápsulas de 100 mg)
Dose diária Domiciliar
Clofazimina (CFZ):
Dose diária de 50 mg
Multibacilar (MB) 12 cartelas
Dose supervisionada Na unidade
Clofazimina (CFZ):
Dose mensal de 300 mg
(3 cápsulas de 100 mg)
Ofloxacina (OFX):
Dose mensal de 400mg
Rifampicina (RFM):
Dose mensal de 600 mg
(2 cápsulas de 300 mg)
Dose diária Domiciliar
Clofazimina (CFZ):
Dose
diária de 50 mg
OU
Dose supervisionada Na unidade
Minociclina (MNC):
Dose mensal de 100 mg
Dose diária Domiciliar
Minociclina (MNC):
Dose diária de 100 mg
ORIENTAÇÃO:
Para o tratamento de crianças com hanseníase, deve-se considerar o
peso corporal
como fator mais importante do que a idade.
Para crianças com peso superior a 50 kg
Deve-se utilizar o mesmo tratamento prescrito para adultos.
Para
crianças com peso entre 30 kg e 50 kg
Deve-se utilizar as cartelas
infantis (marrom/azul).
Para crianças menores que 30 kg
Deve-se fazer
os ajustes de dose.
Disciplina:
Abordagem Integral do Paciente com Hanseníase
Docente:
Msc. Tiago Veloso Neves
Discente:
Lilian Raquel L. R. Wanzeler
Matrícula:
0014698
Curso:
Medicina
Ano Letivo:
2021/1
Palmas:
24/05/2021
A Hanseníase tem cura!
Referências:
ALVES, E.D.; FERREIRA, T.L.; FERREIRA, I. N.
Hanseníase avanços e desafios
(Orgs). 2014. p. 492.
BRASIL. Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
Guia prático sobre a hanseníase
. Brasília: Ministério da Saúde, 2017, 68 p.