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Mapa 2 - Gabriel, Maria das dores, 37 anos, dentista - Coggle Diagram
Mapa 2 - Gabriel
Maria das dores, 37 anos, dentista
queixa de dor difusa pelo corpo
Há 5 anos, a dor localizava-se na região cervical e nos ombros, e nos ultimos anos chegou até a lombar e mm. inferiores bilateralmente.
Queixou-se de ser muito ansiosa, ter más noites de sono e se sentir irritada
EF: BEG, corada, hidratada, PA: 110/70mmgH, FC: 65bpm, ausculta cardíaca e pulmonar dentro da normalidade
exame músculo esquelético: pontos dolorosos a digitopressão, articulações sem sinais de inflamação. Ausência de déficit motor ou sensorial,reflexos tendinosos preservados, teste de Lasègue: negativo.
Hipótese: Fibromialgia. Medico solicita exames e encaminha à hidroginastica
Quadro sugestivo de
FIBROMIALGIA
Fisiopatologia
As hipóteses atuais focalizam os mecanismos centrais de modulação e amplificação da dor na gênese da FM.
sugere-se que o distúrbio primário na FM seria uma alteração em algum mecanismo central de controle da dor, o qual poderia resultar de uma disfunção de neurotransmissores.
Tal disfunção neurohormonal incluiria uma deficiência de neurotransmissores inibitórios em níveis espinhais ou
supraespinhais
(serotonina, encefalina, norepinefrina e outros)
, ou uma hiperatividade de neurotransmissores excitatórios
(substância P,glutamato, bradicinina e outros peptídeos).
sensibilização central
Amplificação da dor
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sensibilidade anormal ou exagerada à dor; essa hipersensibilidade espalha-se para áreas normais e a dor é gerada pelos mecanorreceptores de limiar baixo, que normalmente não participam do processamento da dor.
Quadro clínico
a dor geralmente se localiza acima e abaixo da
cintura, bilateralmente, acometendo o esqueleto axial (pescoço, costas ou tórax); é pouco localizada,difícil de ignorar, intensa e associada a uma redução da capacidade funcional.
sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados.
A sensibilidade elevada pode ser determinada pelo exame dos pontos hipersensíveis, em que o examinador usa a unha do polegar para exercer uma P de cerca de 4 kg/m2 (ou uma P que produz empalidecimento da ponta da unha do polegar) em locais musculotendíneos bem definidos.
São os chamados
Tender points
Anteriormente, os critérios de classificação da American College of Rheumatology exigiam que 11 de 18 locais fossem percebidos como dolorosos para o diagnóstico. Mas na prática a dor é muito subjetiva.
Pontos:
1- Inserção dos músculos sub-occipitais
2- Borda anterior dos espaços inter-tranversais das vértebras C5-C7
3- Borda superior do músculo trapézio
4- Segunda costela, junto à articulação costocondral
5- Origem do músculo supra-espinhal, acima da espinha da escápula
6- Dois centímetros distais ao epicôndilo lateral
7- Quadrante súpero-lateral da região glútea
8- Imediatamente posterior ao grande trocanter do fêmur
9- Interlinha medial do joelho
São diferentes de
trigger points
Os tender points são pontos presentes na fibromialgia que caracterizam por serem pontos sensíveis dos músculos, tendões, bursas e coxim gorduroso. Enquanto os trigger points são pontos sensíveis somente da musculatura.
Sintomas neuropsicológicos
fadiga, rigidez, transtorno do sono, disfunção cognitiva, ansiedade e depressão; são observados em graus variáveis na maioria dos pacientes com FM
As queixas quanto ao sono incluem dificuldade em adormecer, dificuldade em manter o sono e acordar cedo pela manhã. Independentemente da queixa específica, os pacientes acordam sentindo-se cansados.
Alguns referem um desconforto grande nas pernas ao deitar-se na cama, com necessidade de esticá-las, mexê-las ou sair andando para aliviar este desconforto. Este problema é chamado Síndrome das Pernas inquietas
queixas cognitivas: caracterizam-se por lentidão no processamento, dificuldades de atenção ou concentração, problemas com lembrança de palavras e perda da memória de curto prazo
Síndromes de sobreposição
cefaleias, dor facial/mandibular, dor miofascial regional, que acomete particularmente o pescoço ou as costas e artrite.
Ocorre também dor visceral que acomete o TGI, bexiga e a região pélvica ou perineal.
Etiologia e fatores de risco
Predisposição genética: Estudos sugeriram que os parentes dos pacientes têm taxas de incidência dessa doença mais altas
Eventos desencadeantes: O início dos sinais e sintomas da FM pode dar-se quando indivíduos geneticamente predispostos são expostos a alguns fatores desencadeantes denominados "estressores", inclusive traumatismo físico, infecções, sofrimento emocional, distúrbios endócrinos
Transtorno do estresse pós-traumático na FM: Alguns estudos mostraram que a experiência do trauma está associada a aumento das queixas somáticas e físicas, inclusive dor.A incidência de FM é maior nos pacientes com TEPT (21 %)
Diagnóstico
O DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA É CLÍNICO
Os exames complementares visam a descartar a
possibilidade de outros diagnósticos e a avaliar os geradores de dor ou condições comórbidas.
Os exames radiográficos devem ser usados moderadamente e apenas para o diagnóstico de artrite inflamatória. Após o paciente ter sido submetido a uma avaliação completa, a repetição dos exames não é incentivada, a não ser que haja mudanças no complexo sintomático
Exames de rotina:
VHS, PCR, Hemograma completo, TSH
Orientados pela anmnese e exame fisico:
Painel metabolico, Fator antinuclear, Anti-SSA, anti-SSB, Fator reumatoide, CPK, Sorologias virais e bacterianas, radiografias de coluna e articulações
Epidemiologia
Sua frequência na prática clínica é elevada: perde apenas para as osteoartrites como causas de queixas do aparelho locomotor, no Brasil, está presente em até 2,5% da população geral.
Predomina no sexo feminino, principalmente na faixa etária entre os 35 e 44 anos. É sete vezes mais comum em mulheres que em homem
Esta doença possui grande impacto na qualidade de vida, Nos Estados Unidos, cerca de 15% dos pacientes recebem benefício por incapacidade devido aos seus sintomas.
Diagnóstico diferencial
Inflamatórias: Poliamialgia reumática, artrite inflamátória, espondiloartrite, lupus, Sd sjogren
Infecciosas: Hepatite c, HIV, Lyme, parvovirus epstein barr
Não inflamatorias: Doenca degenerativa, sd de dor miofascial, bursite, tendinite, LER.
Endocrinas: HIpo e hipertireoidismo, hiperparatireoidismo
Neurologicas: Esclerose, sd de dor neuropatica
Definição
A fibromialgia (FM) é uma síndrome álgica musculoesquelética crônica e difusa, com vários outros sintomas associados como disturbios de sono e disfunções afetivas, de duração superior a 3 meses, generalizada, na qual existe um distúrbio do processamento dos centros sensitivos aferentes,causando dor. De natureza NÃO autoimune e NÃO inflamatória
Tratamento
Não farmacologico
A explicação da genética, dos gatilhos e da fisiologia da FM pode proporcionar um auxílio importante no alívio da ansiedade associada
O médico deve ter como meta a melhora da função e da qualidade de vida, e não a eliminação da dor
As estratégias de tto devem incluir condicionamento físico, com incentivo para iniciar exercícios aeróbios de baixo nível e prosseguir lentamente, porém de modo consistente.
As estratégias cognitivo-comportamentais para melhorar a higiene do sono e reduzir os comportamentos de doença também podem ser úteis no tto.
Acompanhamento psicologico
Farmacologico
É essencial que o médico trate qualquer condição desencadeante comórbida e estabeleça claramente para o paciente as metas de tto com cada medicação
Por ex, os glicocorticoides ou os AINEs podem ser úteis no tto dos fatores desencadeantes inflamatórios, porém não são efetivos para os sintomas relacionados com a FM
Fármacos com eficiência:
Antidepressivos (inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina): Amitriptilina; Duloxetina; Milnaciprana.
Anticonvulsivantes (ligantes da subunidade alfa-2-delta dos canais de cálcio regulados por voltagem): Gabapentina; Pregabalina.
É preciso ressaltar que os analgésicos opioides devem ser evitados em pacientes com FM. Esses agentes não têm nenhuma eficácia demonstrada na FM e estão associados a hiperalgesia induzida por opioide