Glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE)
Definição e Epidemiologia
Etiologia e Fatores de risco
Quadro Clínico
Fisiopatologia
Diagnóstico e Diag. Diferencial
Tratamento
Complicações
Profilaxia
Subgrupo 1/ Prof.ª Andréa Zanon
Lucas Pio
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Mateus Correa
Mirelly Valadares
Fernanda Vendramini Rosal
Karlay Queiroz
Giovanna Amorim
Walker Alves
Definição
Glomerulonefrite é um processo inflamatório que envolve as estruturas glomerulares.
A glomerulonefrite pode ser um distúrbio primário, no qual a anormalidade glomerular é o único problema existente;
Ou pode ser uma condição secundária, na qual a anormalidade glomerular resulta de outra doença, inclusive diabetes melito
É a segunda causa mais frequente de insuficiência renal em todo o mundo e ocupa o terceiro lugar (depois do diabetes e da hipertensão) entre as causas de doença renal crônica nos EUA
A GN pós-estreptocócica é, na maioria das vezes, uma doença benigna, especialmente em crianças.
A glomerulonefrite pós-estreptocócica ocorre
mais frequentemente em crianças de 6 a 10 anos de idade, mas crianças e adultos de qualquer idade também podem ser afetados.
Aparece geralmente de 1 a 4 semanas após uma infecção estreptocócica da faringe ou da pele (impetigo).
Antibioticoterapia sistêmica precoce nas infecções orofaríngeas e cutâneas
Familiares de pacientes GNPE devem fazer culturas
Manter o paciente em isolamento respiratório até 24h após inicio do tratamento
Manter cuidado com as infecções de pele
Cuidados higiênicos básicos
Felizmente a doença costuma ser autolimitada, com normalização
da pressão arterial e recuperação da função renal em semanas.
Não há nenhuma terapia específica para GNPE
O tratamento de suporte é focado nas manifestações clínicas,
As medidas gerais incluem restrição de sódio e água, de proteínas (nos casos em que há intensa redução da taxa de filtração glomerular) e administração de diuréticos de alça que, além de controlarem os níveis tensionais, fornecem rápida diurese. O diurético de escolha é a furosemida na dose de 1 mg/kg e dose máxima de 40 mg/d.
O nifedipino oral é eficaz, enquanto os inibidores da enzima conversora da angiotensina devem ser utilizados com precaução devido ao risco de hipercalemia. Em pacientes com injúria renal aguda, diálise pode ser necessária.
A Sociedade Brasileira de Pediatria menciona que, na presença de GNPE, indica-se a erradicação do estreptococo, para interromper a transmissão do agente. Pode ser feito com o uso de penicilina benzatina ou eritromicina (nos alérgicos, a penicilina). A biópsia renal não deve ser realizada em todos os casos de GNPE, só naqueles com aspectos atípicos, em que sujam outras doenças que não a GNPE
- Atinge mais crianças
- Precedida de infecção estreptocócica
- Podem ser assintomáticos
- Na maioria das vezes, o paciente encontra-se em bom estado geral, com queixas vagas como indisposição, inapetência, cefaleia e edema periorbital. Outros sintomas menos frequentes podem acompanhar o quadro, como mal-estar, letargia, cólicas abdominais ou dor nos flancos, hipertermia e vômitos.
- Edema
- Hipertensão arterial
- Hematúria macroscópica
- Pode ser observada também congestão circulatória associada à retenção de sal e água (20%) e oligúria e/ou anúria transitórias, presentes em até 25% dos casos, sendo rara a forma de oligoanúria mantida
Edema com intensidade variável, geralmente leve, frio, mole e gravitacional, sendo mais evidente em região periorbitária e no período matutino, mas pode atingir as extremidades inferiores e as regiões lombar ou genital; - O edema generalizado está presente em aproximadamente dois terços dos pacientes devido à retenção de sódio e água. Em casos graves, a sobrecarga de fluidos leva a dificuldade respiratória devido ao edema pulmonar
Hipertensão arterial presente em cerca de 90% dos casos; É causada principalmente pela retenção de sal e líquidos. A encefalopatia hipertensiva é uma complicação incomum, mas séria.
Hematúria macroscópica presente em aproximadamente 50% dos casos e microscópica observada em praticamente todos os casos na forma persistente ou intermitente. A urina parece esfumaçada e cor de chá ou coca cola.
Etiologia
infecção prévia com cepa nefritogênica do
estreptococo beta hemolítico do grupo A
Faringite
Piodermite
Fatores de risco
crianças entre 5 e 12 anos de idade
pacientes mais velhos (mais de 60 anos de idade)
duas vezes mais frequente em homens
Impetigo
pobreza
aglomeração
falta de higiene
escabiose subjacente
ambientes quentes e úmidos
carrear o germe
Faringite estreptocócica
regiões de baixo nível socioeconômico
aglomeração
alimentos contaminados
A GNPE caracteriza-se, fundamentalmente, por processo inflamatório, de origem imunológica, que acomete todos os glomérulos de ambos os rins.
A GNPE corresponde a uma sequela renal tardia de uma infecção por cepas nefritogênicas de estreptococos betahemolíticos do grupo A.
Na GNPE, ocorre diminuição da superfície de filtração secundária ao intenso processo inflamatório observado nos capilares glomerulares e mesângio levando a;
queda da taxa de filtração glomerular seguida de oligúria ou anúria, aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina, do conteúdo de líquido intravascular e supressão do sistema reninaangiotensina-aldosterona.
Estes fatores, mais alterações de forças nos capilares sistêmicos, levam ao edema e hipertensão devido à expansão do volume intravascular, portanto uma hipertensão volume dependente.
As lesões dos capilares glomerulares possibilitam a migração de hemácias através de fendas que surgem nas alças glomerulares.
Isso justifica o principal achado da doença, a hematúria, juntamente com dismorfismo eritrocitário no sedimento urinário, causado pelas passagens estreitas da parede glomerular e cilindros hemáticos
A própria reação inflamatória nos glomérulos altera as condições de permeabilidade da membrana glomerular às proteínas,
Isso condiciona proteinúria de pequena intensidade, além de cilindros leucocitários que podem ser encontrados no exame de urina
A baixa aguda do ritmo de filtração glomerular leva à retenção de sódio pelas células tubulares, principalmente distais.
O sódio plasmático, em geral, fica diminuído, porém a massa total de sódio, em razão da expansão do espaço extracelular, fica aumentada.
A reabsorção do sódio no nível dos túbulos está preservada, principalmente nos túbulos distais
Mecanismo
Após uma infecção estreptocócica (escarlatina, faringite, impetigo ou piodermite) os anticorpos formados para combater a infecção estreptocócica depositam-se nos glomérulos causando a lesão renal..
A lesão glomerular é homogeneamente difusa, com infiltrado inflamatório e depósitos de imunocomplexos nas estruturas glomerulares e ativando C4B do sistema complemento
Insuficiencia renal crônica
Síndrome nefrótica aguda
Infecções urinárias de repetição
Insuficiência renal terminal
Insuficiência cardíaca
Edema pulmonar
Hipertensão arterial
Para um diagnóstico preciso, é necessário saber se o paciente portador da síndrome nefrítica típica, teve recentemente um caso de impetigo ou faringoamigdalite, que seja compatível com o período de incubação
deve-se juntar com os exames laboratoriais que serão muito característicos, como: a hematúria macroscópica ou microscópica
A dosagem do complemento sérico (C3) é muito importante para o diagnóstico de GNPE. Seus valores encontram-se diminuídos em 95 a 98%
níveis diminuídos de C3 podem estar associados a lupus eritematoso sistêmico ativo, doença do soro, hepatites autoimunes ou crônicas, endocardite infecciosa e doença de imunocomplexos.
Geralmente, os níveis de ureia e creatinina ficam normais, porém, podem ser elevados devido à provável evolução para uma Insuficiência Renal Aguda