Dona Nara, 55 anos, indígena, natural e procedente do Laranjal do Jari, compareceu à Unidade Básica de saúde do Perpétuo Socorro, queixando-se de dor intensa nas pernas. A unidade era grande, mas antiga, com muitas salas e sem qualquer orientação. Após demorar mais de 1:30 minutos para ser atendida, esperando em pé em uma sala quente e escura, relatou que o médico mal olhou em seus olhos, apenas preenchendo papeladas e, mesmo ela falando bem a língua portuguesa, não conseguia se comunicar de forma satisfatória com o profissional. Ao queixar-se para a enfermeira da unidade, ela disse que a equipe já havia reclamado muitas vezes ao gestor, mas nunca era ouvida, nada mudava há anos.