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APG 19 - Hemofilia, OBS: Os concentrados dos Fatores VIII e IX consistem…
APG 19 - Hemofilia
TRATAMENTO
Sabemos que a hemofilia é uma doença que não tem cura, mas o seu tratamento ajuda a evitar que os sangramentos surjam frequentemente.
Atualmente o tratamento administrado a doentes com hemofilia é por meio de concentrados derivados do plasma humano ou por produtos fabricados por engenharia genética
É um tratamento que sempre deve ser orientado pelo hematologista, e é feito de duas formas:
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Em qualquer um desses dois tratamentos as doses devem ser calculadas de acordo com o peso corporal, gravidade da hemofilia e avaliar os níveis de atividade dos fatores de coagulação que cada indivíduo tem no sangue.
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As complicações desse tratamento é quando ocorre um desenvolvimento de inibidores, que são anticorpos policlonais de classe da IgG direcionados contra os fatores VIII e IX.
CASCATA DE COAGULAÇÃO
Para que haja a hemostasia (interrupção da perda sanguínea) é necessário que a cascata de coagulação funcione de maneira adequada.
A partir do momento em que ocorre uma lesão tecidual. Dentro do vaso rompido, existem proteínas chamadas de fatores teciduais que caem sobre as plaquetas ativando-as.
Desse modo as plaquetas se aderem à parede do vaso no local lesionado formando uma espécie de tampão. A lesão vascular induz a adesão plaquetária.
As plaquetas se unem ao fibrinogenio (proteína) e a imobilização do fribinogenio na lesão atrairá os fatores de coagulação
Os fatores transformam fibrinogenio num polímero (fibrina), que é formado por uma rede de proteínas impedindo a perda sanguínea.
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Transmissão da doença
A hemofilia consiste em distúrbio hereditário que resulta de mutações, deleções ou inversões afetando o gene do fator VIII ou IX.
Como esses fatores estão localizados no cromossomo X, a hemofilia afeta quase exclusivamente homens.
As filhas de homens hemofílicos são portadoras obrigatórias, mas os filhos são normais.
Cada filho de uma portadora tem 50% de probabilidade de ter hemofilia e cada filha tem 50% de probabilidade de ser uma portadora.
A hemofilia é herdada como um traço recessivo ligado ao cromossomo X e, em consequência, afeta principalmente homens e mulheres homozigotas.
. Não é comum o sangramento excessivo ocorrer em mulheres heterozigotas, supostamente como resultado da inativação aleatória do cromossomo X portador do alelo de fator VIII normal na maioria das células.
Aproximadamente 30% dos pacientes não têm
história familiar, e sua doença é causada por novas mutações.
SINAIS E SINTOMAS
Começam a aparecer de acordo com a gravidade da doença. Para pessoas com hemofilia grave, eles costumam surgir nas primeiras semanas de vida;
No caso de hemofilia leve e moderada, os sintomas e sinais geralmente se manifestam quando a criança começa a se movimentar sozinha ou apenas em caso de cirurgia ou traumas graves;
Os sintomas da doença são decorrentes da deficiência dos fatores da coagulação, entre eles:
- Sangramento excessivo e prolongado mesmo para ferimentos leves;
- Sangramento mais intenso e duradouro do que para outras pessoas;
- Sangramento das mucosas da gengiva e do nariz;
- Surgimento de manchas roxas (equimoses) na pela, especialmente quando a criança começa a engatinhar e andar;
- Sangramentos espontâneos nas articulações, principalmente joelho, tornozelo, cotovelo, ombro e quadril;
- Dor, inchaço e deformidade nas articulações em decorrência do sangramento, podendo limitar os movimentos e causar deficiência física pemanente;
- Hematúria (perda de sangue pela urina).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico deve ser considerado quando uma criança tem sinais e sintomas indicativos da doença, quando as manifestações surgem ao longo da vida (hemofilia leve) e quando há história familiar desse distúrbio
Diante desses quadros, o médico pode solicitar exames laboratorias para determinar se coagulação está anormalmente lenta, incluindo os seguintes testes:
- Coagulograma: exame que avalia os indicadores do processo de coagulação, incluindo o TTPa (tempo de tromboplastina parcialmente ativada) e o tempo de protrombina (TP);
- Dosagem dos fatores de coagulação: medem-se as quantidades do fator VIII (hemofilia A) e do fator IX (hemofilia B);
- Dosagem do antígeno de Von Willebrand: quando o paciente apresenta deficiência do fator VIII, esse exame permite o diagnóstico diferencial entre a hemofilia A e a doença de Von Willebrand.
Hemofilia A
A hemofilia A exibe ampla variação de gravidade clínica, que é bem correlacionada com o nível de atividade do fator VIII.
Os graus variáveis de deficiência de fator VIII são, em grande parte, explicados pela
heterogeneidade nas mutações causadoras.
Tal como ocorre na β-talassemia, as lesões genéticas incluem deleções, mutações nonsense que criam códons de parada e mutações que causam erros no splicing de mRNA.
As deficiências mais graves resultam de uma inversão envolvendo o cromossomo X, que cancela completamente a síntese do fator VIII.
Com menos frequência, a hemofilia Agrave está associada a mutações pontuais no fator VIII
que prejudicam a função da proteína. Nesses casos, os níveis de fator VIII parecem normais por imunoensaios.
Mutações que permitam a síntese de algum fator VIII ativo estão associadas a doença leve a moderada.
Hemofilia B
A deficiência grave do fator IX produz um distúrbio clinicamente indistinguível da deficiência do fator VIII (hemofilia A).
Isso não deve surpreender, considerando-se que os fatores VIII e IX funcionam em conjunto para
ativar o fator X.
Um grande espectro de mutações envolvendo o gene que codifica o fator IX é encontrado na
hemofilia B.
Como a hemofilia A, a condição é hereditária como traço recessivo ligado ao cromossomo X e
apresenta gravidade clínica variável.
Em aproximadamente 15% desses pacientes, a proteína fator IX está
presente, mas não é funcionante.
Como na hemofilia A, o TTP está prolongado e o TP, normal.
O diagnóstico da doença de Christmas (que recebeu esse nome em virtude do primeiro paciente identificado com essa condição, e não por causa do feriado) é possível somente pela análise dos níveis dos fatores.
OBS: Os concentrados dos Fatores VIII e IX consistem em uma ampola com pó que é diluído com água destilada para a aplicação.