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Uso e qualidade da água subterrânea para irrigação no semi-árido…
Uso e qualidade da água subterrânea
para irrigação no semi-árido piauiense
Informações base
Autores(as): Aderson S. de Andrade Júnior, Ênio F. de F. e Silva, Edson A. Bastos, Francisco de B. Melo e Clarice M. Leal
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental
v.10, n.4, p.873-880, 2006
DOI: 10.1590/S1415-43662006000400014
INTRODUÇÃO
região semi-árida do Estado do Piauí
chuva de baixa intensidade e de forma concentrada
elevadas taxas de evapotranspiração
características hidrogeológicas do subsolo
permite reserva de água subterrânea
obtenção de água de alta vazão com boa qualidade;
baixa vazão e qualidade de água com concentração de sais elevada
se utilizada para irrigação, pode ocasionar a salinização,
sodificação e alcalinização por carbonatos para o solo
aspectos tóxicos para as plantas
e prejuízos ao sistema de irrigação
formação sedimentar
porcentagem de sódio trocável (PST) do solo pela adsorção do sódio (RAS) serve pata avaliar os riscos de sodicidade presente na água de irrigação
classificação da água de irrigação de acordo com o risco de problemas de infiltração de água no solo, deve estar baseada na RAS e na condutividade elétrica (CE)
Elevados teores de carbonato e bicarbonato na água, quando utilizada para irrigação, podem promover a precipitação de cálcio, na forma de carbonato de cálcio, facilitando um suposto processo de sodificação do solo
OBJETIVOS
caracterizar as formas de uso e a qualidade das águas subterrâneas em parte da região semi-árida do Piauí, visando o seu uso para irrigação
METODOLOGIA
2.165 poços: cadastrados,
inventariados e georreferenciados por intermédio de GPS
amostras em 225 poços, sendo 45 poços para cada grupo homogêneo, distribuídos de modo a cobrir toda a área em estudo.
foram feitas análises de condutividade elétrica, sódio, cálcio, magnésio, relação de adsorção de sódio, carbonato, bicarbonato, cloreto e sulfato.
estimaram-se os valores de carbonato de sódio residual (CSR) proposto por
Eaton (1949) e a RAS apresentada por Yaron (1973)
poços avaliados foram visitados em outubro e novembro de 2003 (estação seca), em aproximadamente duas
semanas.
as posições geográficas dos poços, as informações das características construtivas, das hidrogeológicas, de uso atual e ambiental das fontes de água e de seu entorno
cadastro do método de irrigação utilizado, em lugares que era de uso prioritário
área de 13856,21km2
zona de influência na recarga do aqüífero Serra Grande (grande exploração)
Mapas gerados pelo sistema de informações geográficas (SIG), com as variáveis analisadas
Tabelas de classes de restrição de uso da água para irrigação
de acordo com a qualidade e RAS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Uso da água
doméstico (53,61%)
irrigação (21,17%)
gotejamento (14,03%); microaspersão (3,83%); aspersão convencional (16,11%); canhão e autopropelido (13,66%); superfície (16,76%) e outros métodos artesanais (35,52%)
A implementação de métodos de
irrigação mais eficientes e de manejo de água adequados é uma ferramenta eficiente na economia de água,
além de possibilitar um controle maior do processo de salinização
pecuária (7,53%)
zonas
urbanas (16,57%)
posto de saúde (0,45%)
grupo escolar (0,56%)
uso industrial (0,10%)
mapas de classes de risco de uso para irrigação, gerados a partir da
qualidade da água subterrânea,
Nenhuma restrição: CE < 0,7 dS m-1
Formação Serra Grande (sedimentar)
excelentes características químicas de baixa concentração de sais e de alta vazão
Moderada restrição: 0,7 < CE< 3 dS m-1
metade da área de estudo e parte a leste
fraturas do embasamento cristalino ou formações sedimentares que sofrem influência do cristalino
utilização para irrigação acompanhada de técnicas de controle do processo de salinização
Severa restrição: CE > 3 dS m-1
município de Simões
embasamento cristalino: água nas raras fraturas
qualidade inapropriada para irrigação
baixa vazão não atende demanda de irrigação
elevada concentração de Ca + Mg
entupimento de emissores para irrigação: concentrações elevadas de
carbonato e bicarbonato
RAS x CE
Moderada restrição
área oeste
baixa CE da água subterrânea: pode ocasionar efeito dispersivo em alguns tipos de solos argilosos
monitoramento da porcentagem de sódio trocável no solo e do uso de técnicas que venham minimizar o processo
Severa restrição
municípios: Itainópolis, Picos, Alagoinha, Campo Grande do Piauí,
Alagoinha do Piauí e Monsenhor Hipólito
concentração eletrolítica da água
subterrânea inferem elevado perigo de sodificação do solo,
não recomendado o uso da água subterrânea para irrigação
Nenhuma restrição
área leste
o embasamento cristalino, não apresenta risco de sodificação pela utilização da água subterrânea para irrigação
valores de CE nessa região compensam os valores para RAS, possibilitando aumento na infiltração da água no solo
pH
Restrição moderada: 7<pH< 8
severa restrição: pH>8
obstrução de emissores para irrigação localizada.
Nenhuma restrição: pH<7
CONCLUSÕES
Distribuição de uso da água
doméstico (53,61%)
irrigação (21,17%)
35,52% dos poços com métodos de irrigação artesanais
baixa eficiência de aplicação de água.
Mapeamento poços com suas classes risco de uso para irrigação, gerados a partir da qualidade da água subterrânea
área leste
parâmetros restringem severamente o uso de água subterrânea para irrigação
poços exploram água de fraturas presentes no embasamento cristalino
área central
excelente qualidade
de água
permite o uso da água subterrânea para irrigação
sem maiores consequências sobre a salinização e sodificação do solo
poços que atingem a Formação Serra
Grande
Discente: Ariane Maria Castro Monteiro
Matrícula: 18110963
Disciplina: Hidrologia